domingo, 21 de outubro de 2018

ROSA WEBER SE CURVA DIANTE DA AMEAÇA DE EDUARDO BOLSONARO


Primeira ministra do STF a comentar a ameaça feita por Eduardo Bolsonaro, que disse que 
bastam "um soldado e um cabo" para fechar a corte, Rosa Weber reagiu de forma tímida e 
acovardada. "O video foi desautorizado pelo candidato. No Brasil as instituições estão 
funcionando normalmente. E juiz algum que honra a toga se deixa abalar por qualquer 
manifestação que pode ser compreendida como inadequada", disse ela. Em coletiva sobre as 
eleições, ela também não anunciou nenhuma medida concreta sobre o bolsolão – esquema de 
caixa dois usado para disparar fake news por whatsapp contra Fernando Haddad.

Embora faça tempo que a gente não espere do Judiciário brasileiro covardia ante a direita e valentia 
contra a esquerda, não foi possível deixar de sentir a dor da decepção com o triste espetáculo da 
entrevista da ministra Rosa Weber e seus coadjuvantes, hoje, no TSE.
Lógico que ninguém esperava medidas concretas, nem revelações bombásticas do que já pudesse ter 
sido apurado sobre as fake newsfinanciadas por empresários. Mas nem sequer energia ao condenar 
quem eventualmente possa ter feito isso é de doer, quando se trata de quem tem o dever de garantir a 
lisura do processo eleitoral.
O resultado prático é que, diante de uma Justiça que já não faz nada antes das eleições, farão ainda 
mais neste semana final, certos de que, na noite de domingo, poderão baixar a borduna em quem 
abrir a boca para denunciar qualquer coisa.
Diante da ameaça do filho de Bolsonaro de “mandar um soldado e um cabo” fecharem o STF, a 
valentíssima Rosa Weber disse que isso era uma “manifestação que pode ser considerada 
inadequada”.
Bolsonaro chegou ao ponto de pedir a exclusão do site da Folha da reportagem em que se denuncia o 
financiamento empresarial. Não conseguiu, mas é possível que impeça a exibição no horário eleitoral 
de Fernando Haddad.
Afinal, este foi impedido pela Justiça de mostrar as declarações de viva voz do adversário em favor 
da tortura, mas viu negado o pedido de ter exibida a sórdida acusação de que defendeu o incesto.
Na vida real, fora dos tapetes felpudos, a brutalidade avança. Ontem, um rapaz, de quem só dou as 
iniciais porque ele não tornou público, aterrorizado que está, apanhou na rua de um grupo de 
bolsonaristas e, ao dar queixa na delegacia…apanhou de novo.
Não parece, porém, haver na Justiça, na grande imprensa e nas “instituições funcionantes” alguém 
ainda que tenha uma coluna vertebral.

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