terça-feira, 2 de outubro de 2018

NO MESMO DIA QUE TOFFOLI SAIU DO ARMÁRIO PARA ADERIR AO GOLPE.... EM NOVO DESPACHO, LEWANDOWSKI LIBERA ENTREVISTA DE LULA A FLORESTAN FERNANDES


No mesmo dia em que o ministro Dias Toffoli, presidente do Supremo Tribunal Federal, 
censurou a entrevista do ex-presidente Lula à Folha de S. Paulo, o ministro Ricardo 
Lewandowski soltou também um despacho, autorizando a entrevista de Lula ao jornalista 
Florestan Fernandes Júnior, ao jornal El Pais e à Rede Minas de Televisão; segundo 
Lewandowski, a liminar de Luiz Fux – flagrantemente ilegal – não atinge o pedido formulado 
por Florestan; o ministro também questiona os poderes de Toffoli para cassar sua decisão no 
tocante à Folha e aponta "motivações subalternas"

247 – O jornalista Florestan Fernandes Júnior está autorizado a entrevistar o ex-presidente Lula para
o jornal El Pais e para a Rede Minas de Televisão. A decisão foi tomada pelo ministro Ricardo 
Lewandowski em despacho publicado ontem. Lewandowski tomou a decisão no mesmo dia em que 
o presidente da corte, Dias Toffoli, decidiu, em parceria com seu colega Luiz Fux, trazer de volta a 
censura prévia ao Brasil (saiba mais aqui).
Em sua decisão, o ministro Lewandowski avalia que a liminar de Luiz Fux – flagrantemente ilegal – 
não atinge o pedido formulado por Florestan. O ministro também questiona os poderes de Toffoli 
para cassar sua decisão no tocante à Folha e aponta "motivações subalternas". Ao ser empossado 
como presidente do Supremo Tribunal Federal, Toffoli indicou como assessor especial o general 
Fernando Azevedo e Silva, que foi chefe do Estado Maior das Forças Armadas. Ontem, numa 
declaração amplamente criticada, Toffoli afirmou que não se refere à ditadura de 1964, mas ao 
'movimento' de 1964 (saiba mais aqui).
Ao censurar a imprensa, Toffoli pretendia que os pedidos formulados por órgãos de imprensa para 
entrevistar Lula só fossem avaliados depois do segundo turno das eleições presidenciais. 
Aparentemente, o objetivo é evitar que Lula diga o óbvio: que só foi preso para ser impedido de 
disputar as eleições presidenciais de 2018 e que Fernando Haddad representa a continuidade de seu 
projeto político. Silenciar Lula, portanto, é uma forma de alavancar a candidatura de Jair Bolsonaro, 
que, no último sábado, foi alvo do maior protesto antifascista da história do Brasil.
A censura a Lula também afronta decisão do Comitê de Direitos Humanos da ONU, que determinou 
a manutenção dos direitos políticos de Lula e também que ele pudesse conceder entrevistas. Preso 
político há quase seis meses, Lula foi impedido de votar, de ser votado e agora de conceder 
entrevistas por Toffoli e Fux. No entanto, a decisão de Lewandowski obriga a Polícia Federal a 
garantir a entrevista de Lula a Florestan Fernandes Júnior. Não se sabe quando Toffoli levará o caso 
ao plenário do Supremo Tribunal Federal. Antecessora de Toffoli no cargo, Cármen Lúcia dizia que
'o cala boca já morreu'. Toffoli provou o contrário.
Confira o despacho do ministro Lewandowski:


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