segunda-feira, 16 de julho de 2018

Reunida em Havana para encontro do Foro de São Paulo, esquerda latino-americana aposta na unidade


Reunião anual do Foro de São Paulo começou neste domingo e vai até esta terça (17/07) em 
Havana (José Manuel Correa/Granma)
24ª Reunião Anual do Foro de São Paulo prossegue até a 
próxima terça-feira (17/07); primeiro dia foi marcado por 
declarações de solidariedade a Venezuela, Brasil, Cuba, Bolívia 
e Nicarágua
Representantes de partidos e organizações da esquerda latino-americana e caribenha estão reunidos 
desde domingo (15/07) na 24ª reunião anual do Foro de São Paulo, em Havana, Cuba, para elaborar 
estratégias em contraofensiva às ações da direita regional e aposta na unidade.
O Foro foi criado em 1990. Agrupa mais de uma centena de forças progressistas do continente e se 
reúne pela terceira vez na ilha (1993 e 2001), em um cenário semelhante ao que o viu nascer há 
quase três décadas.
O primeiro dia do encontro foi marcado por demonstrações de solidariedade aos líderes e governos 
da região que sofreram ataques da direita, tais como Venezuela, Nicarágua, Cuba, Bolívia e Brasil. O 
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva enviou uma carta, que foi lida no plenário.
“Sempre disse que, se querem disputar conosco, que disputem politicamente, que se candidatem, que 
nos derrotem democraticamente, se for o caso. Pois não temos medo e sabemos encará-los e discutir 
com o povo qual é o futuro que ele quer: se é desenvolvimento soberano com justiça social ou o 
entreguismo e concentração de terra”, afirmou o ex-presidente no texto.
A ex-presidente Dilma Rousseff, por sua vez, disse durante o encontro considerar que seu “crime” e 
o de Lula foi defender a população mais humilde e soberania dos recursos naturais.
Impulsionado por figuras políticas como o líder histórico da Revolução cubana, Fidel Castro (1926-
2016), e pelo ex-presidente Lula, o Foro de São Paulo surgiu para dar resposta desde a esquerda a 
desafios como a queda do campo socialista e as consequências do neoliberalismo.
A secretária-executiva do Foro, Monica Valente, afirmou que a reunião deste ano tem importância 
política e estratégica. “A ideia visionária destes líderes [Fidel e Lula] de construir uma plataforma 
política anti-imperialista e antineoliberal, junto à ideia de unidade de consenso, parecia uma utopia 
que jamais conseguiríamos alcançar”, disse em seu discurso inicial.
“Este 24º encontro pode ter a mesma importância histórica dos anos 90, quando caiu o Muro de 
Berlim”, afirmou Valente
Expectativas
Para o cientista político argentino Atilio Borón, a reunião se realiza em um cenário de intensa 
contraofensiva imperialista, que tem como alvos preferenciais produzir a mudança de regime na 
Venezuela, o recrudescimento ainda maior dos torniquetes do bloqueio a Cuba e isolar o governo do 
presidente boliviano, Evo Morales. Segundo ele, o Foro vai discutir os erros e acertos dos governos 
progressistas da região.
Já para o coordenador internacional da Rede de Intelectuais e Artistas em Defesa da Humanidade, 
Pablo Sepúlveda romper o cerco informativo é uma das estratégias da reunião, propondo uma 
ofensiva que “frature” ainda mais o sistema capitalista.
O chamado pela unidade das esquerdas já havia sido feito há 25 anos por Fidel Castro, quando 
Havana acolheu a quarta reunião do Foro de Sao Paulo. ‘Que menos podemos fazer e que menos 
pode fazer a esquerda da América Latina do que criar uma consciência em favor da unidade? Isto 
deveria estar inscrito nas bandeiras da esquerda. Com ou sem socialismo (…)’, afirmou naquela 
ocasião.

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