sexta-feira, 6 de abril de 2018

Quem atirou na caravana estava a 19m do ônibus e poderia ter matado, diz perícia

Jornal GGN - O laudo pericial sobre os tiros na caravana de Lula no Paraná confirmou que 
um dos ônibus usados pela comitiva foi acertado por dois disparos. Quem os efetuou, 
provavelmente usou uma arma fora de circulação, de calibre .32. Os investigadores acreditam 
que o atirador estava escondido num barranco, em altura superior a do veículo, cerca de 19 
metros de distância da estrada. E, embora a arma utilizada tenha baixo potencial, o atentado 
poderia ter acabado em homicídio. "Pelo ângulo de impacto, a bala poderia ter atingido os  
passageiros, disse o autor do laudo. "Poderia ter transfixado [furado] totalmente a lataria (...) e 
teria acertado a perna de alguém. E o [disparo] no vidro, apesar da deflexão, poderia acertar 
alguém na altura da cabeça."

Agência Brasil: Laudo confirma que ônibus da caravana de Lula foi atingido por 
dois tiros
 
Um dos três ônibus que faziam parte da caravana do ex-presidente Luiz Inácio Lula da 
Silva, que passou pelo Paraná na semana passada, foi atingido por dois disparos de arma 
de fogo. A conclusão está no laudo do Instituto de Criminalística, assinado pelo perito Inajar 
Kurowski, que foi apresentado na tarde desta quinta-feira (5), em Curitiba, durante 
entrevista coletiva.
De acordo com a perícia, os dois tiros acertaram o lado direito do veículo. Um dos projéteis, 
que foi encontrado, atingiu a lataria e foi bloqueado por uma chapa de aço. O segundo 
disparo pegou de raspão no vidro, e a bala não chegou a ser encontrada pelos 
investigadores. Nos dois pontos, foram recolhidas amostras de chumbo. O orifício por onde 
a bala entrou tinha cerca de 10 milímetros de diâmetro.
O perito explicou que a arma era de calibre .32, que tem baixo poder de fogo. "É arma que 
já saiu de fabricação. Nem a arma, nem sua munição são mais fabricadas", afirmou 
Kurowski. Ele não quis apontar o tipo exato de armamento usado, mas disse que poderia 
ser uma pistola de dois canos paralelos, conhecida como garrucha. "Totalmente fora de uso 
(...). As pessoas têm isso como coleção ou como herança. São armas que ainda se 
encontram em circulação."
Pelo que foi apurado, o atirador estaria afastado 18,9 metros de distância da rodovia, em 
uma posição atrás do lado direito do alvo, e posicionado em um base com altura superior à 
do ônibus, cerca de 4,3 metros em relação ao asfalto. "O mais provável é que ele estivesse 
sobre um barranco. A investigação é que vai verificar a localização", explicou o perito. Pelo 
ângulo de impacto, a bala poderia ter atingido os passageiros, disse o autor do laudo. 
"Poderia ter transfixado [furado] totalmente a lataria (...) e teria acertado a perna de 
alguém. E o [disparo] no vidro, apesar da deflexão, poderia acertar alguém na altura da 
cabeça", acrescentou Inajar Kurowski.
Ainda segundo o perito, "é praticamente impossível" determinar se os disparos ocorreram 
quando o ônibus estava em movimento, já que a diferença entre a velocidade da bala e a 
do veículo é tão grande que não permite uma determinação exata.
Pela linha de investigação em curso, no momento dos disparos, a caravana do ex-
presidente fazia o trajeto de 60 quilômetros entre Quedas do Iguaçu e Laranjeiras do Sul, 
na região oeste do Paraná. A análise das imagens capturadas por câmeras de um posto de 
pedágio que fica entre as duas cidades também foi inconclusiva para a presença de 
vestígios de disparos na lataria, devido à baixa qualidade dos vídeos. Caso fosse possível 
localizar marcas de disparo nas imagens, a área de investigação da polícia seria mais 
restrita, o que ajudaria no trabalho da Polícia Civil do estado.
O delegado responsável pelo caso, Hélder Lauria, afirmou que o laudo da perícia facilita a 
investigação. "Ajudou a saber o calibre [da arma usada]. Então, se apreendermos alguma 
arma, temos a possibilidade de confronto", explicou. O trabalho da polícia agora será 
continuar levantando informações e verificar um possível local de onde teriam partido os 
disparos. Lauria informou que já foram ouvidas 15 testemunhas, entre passageiros, pessoas 
que estavam nos locais por onde os ônibus passaram e policiais rodoviários que 
acompanhavam a caravana.
De acordo com a polícia, ainda não há suspeitos, nem prazo para a conclusão do inquérito.

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