Urbs Magna via Reinaldo Azevedo
Que ministros são esses que, na prática, mandam prender um ex-presidente da República sabendo que há pendentes no tribunal que eles integram dois recursos cuja votação, assim que efetivada, vai libertar o dito-cujo, que recorrerá, então, em liberdade à terceira instância. Que pessoas são essas, num ambiente político radicalizado, que já não é mais estranho nem a tiros, capazes de produzir dois eventos dessa magnitude, a saber: a possível prisão e a libertação, que certamente virá em seguida? A questão é só de tempo.
Repondo: cinco desses seis ministros foram indicados pelo PT, a saber: Edson Fachin, Roberto Barroso, Luiz Fux, Rosa Weber e Cármen Lúcia. O único que não é cria dos companheiros é Alexandre de Moraes. Como se nota, não se está diante de uma conspiração urdida por antipetistas. As coisas ficam ainda interessantes quando nos lembramos das razões que levaram ao tribunal alguns desses valentes.
Barroso é a uma dileta cria da guerra cultural que o PT ousou empreender contra o padrão conservador da sociedade brasileira. O homem havia defendido a permanência no Brasil do terrorista Cesare Battisti; chegou ao tribunal como a cara da descriminação do aborto — que ele já tentou encaminhar por via cartorial mesmo —, da descriminação das drogas, das afirmações identitárias das minorias. Fachin tinha as bênçãos do MST, que agora promete ajudar Lula, calculem!, invadindo propriedades privadas, segundo um de seus valentes. Rosa Weber, já disse aqui, tinha como qualidade jurídica principal ser amiga do ex-marido de Dilma. Fux prometera a mensaleiros “matar a bola no peito”. E Cármen? Lula havia pedido a Sepúlveda Pertence: “Você sabe aí de alguma mulher que eu possa indicar para o Supremo?” E Cármen saltou das irrelevâncias do governo Itamar para o estrelato.
E pronto!
Três dos cinco votos em favor do habeas corpus vêm de ministros cujos governos o PT combateu com unhas, dentes e, no caso de FHC, baba hidrófoba, Refiro-me a Celso de Mello, indicado por José Sarney; Marco Aurélio, por Fernando Collor, e Gilmar Mendes, por FHC. Este último, então, foi o Belzebu predileto dos petistas nos oito anos de governo Lula e boa parte do governo Dilma. Não faz muito tempo, foi demonizado pelos companheiros — e tratado como herói pela direita — porque concedeu liminar contra a posse de Lula como ministro da Casa Civil de Dilma. O desvio de finalidade da nomeação havia se tornado público.
As esquerdas estão constatando, na prática, de maneira muito dura, que os órgãos de Estado, em especial a Justiça, não podem servir de campo de manobra de feitiçarias. Ora, Barroso era o homem da reforma política do PT. Foi ele quem idealizou, quando o partido é que mandava soltar e prender, uma reforma política que buscava eternizar a legenda no poder. No julgamento do mensalão, estreou com votos que ajudaram a reduzir a pena de petistas. Deu um pito no tribunal, acusando-o de aplicar penas excessivas. Agora, ele se reinventa como o anjo — um anjo coroa — vingador do direito penal.
Muito bem! E o que vai acontecer? Ora, as Ações Declaratórias de Constitucionalidade, que aguardam votação, terão de ser votadas. Se acontecer antes da expedição, por Sérgio Moro, da ordem de prisão de Lula, alguma turbulência haverá porque se vai frustrar a expectativa de muita gente. Se acontecer depois, teremos já na reta das eleições, dois eventos inéditos: um ex-presidente da República entrará na cadeia e dela sairá. Lembrando sempre que, segundo as pesquisas, se disputasse o pleito, Lula venceria hoje todos os seus adversários com facilidade.
O PT indicou alguns dos valentes por pura feitiçaria. E eles se voltaram contra o feiticeiro quando o viram em desgraça. Só lamento o fato de que os brasileiros decentes também podem pagar caro por tantos desastres.
Que ministros são esses que, na prática, mandam prender um ex-presidente da República sabendo que há pendentes no tribunal que eles integram dois recursos cuja votação, assim que efetivada, vai libertar o dito-cujo, que recorrerá, então, em liberdade à terceira instância. Que pessoas são essas, num ambiente político radicalizado, que já não é mais estranho nem a tiros, capazes de produzir dois eventos dessa magnitude, a saber: a possível prisão e a libertação, que certamente virá em seguida? A questão é só de tempo.
Repondo: cinco desses seis ministros foram indicados pelo PT, a saber: Edson Fachin, Roberto Barroso, Luiz Fux, Rosa Weber e Cármen Lúcia. O único que não é cria dos companheiros é Alexandre de Moraes. Como se nota, não se está diante de uma conspiração urdida por antipetistas. As coisas ficam ainda interessantes quando nos lembramos das razões que levaram ao tribunal alguns desses valentes.
Barroso é a uma dileta cria da guerra cultural que o PT ousou empreender contra o padrão conservador da sociedade brasileira. O homem havia defendido a permanência no Brasil do terrorista Cesare Battisti; chegou ao tribunal como a cara da descriminação do aborto — que ele já tentou encaminhar por via cartorial mesmo —, da descriminação das drogas, das afirmações identitárias das minorias. Fachin tinha as bênçãos do MST, que agora promete ajudar Lula, calculem!, invadindo propriedades privadas, segundo um de seus valentes. Rosa Weber, já disse aqui, tinha como qualidade jurídica principal ser amiga do ex-marido de Dilma. Fux prometera a mensaleiros “matar a bola no peito”. E Cármen? Lula havia pedido a Sepúlveda Pertence: “Você sabe aí de alguma mulher que eu possa indicar para o Supremo?” E Cármen saltou das irrelevâncias do governo Itamar para o estrelato.
E pronto!
Três dos cinco votos em favor do habeas corpus vêm de ministros cujos governos o PT combateu com unhas, dentes e, no caso de FHC, baba hidrófoba, Refiro-me a Celso de Mello, indicado por José Sarney; Marco Aurélio, por Fernando Collor, e Gilmar Mendes, por FHC. Este último, então, foi o Belzebu predileto dos petistas nos oito anos de governo Lula e boa parte do governo Dilma. Não faz muito tempo, foi demonizado pelos companheiros — e tratado como herói pela direita — porque concedeu liminar contra a posse de Lula como ministro da Casa Civil de Dilma. O desvio de finalidade da nomeação havia se tornado público.
As esquerdas estão constatando, na prática, de maneira muito dura, que os órgãos de Estado, em especial a Justiça, não podem servir de campo de manobra de feitiçarias. Ora, Barroso era o homem da reforma política do PT. Foi ele quem idealizou, quando o partido é que mandava soltar e prender, uma reforma política que buscava eternizar a legenda no poder. No julgamento do mensalão, estreou com votos que ajudaram a reduzir a pena de petistas. Deu um pito no tribunal, acusando-o de aplicar penas excessivas. Agora, ele se reinventa como o anjo — um anjo coroa — vingador do direito penal.
Muito bem! E o que vai acontecer? Ora, as Ações Declaratórias de Constitucionalidade, que aguardam votação, terão de ser votadas. Se acontecer antes da expedição, por Sérgio Moro, da ordem de prisão de Lula, alguma turbulência haverá porque se vai frustrar a expectativa de muita gente. Se acontecer depois, teremos já na reta das eleições, dois eventos inéditos: um ex-presidente da República entrará na cadeia e dela sairá. Lembrando sempre que, segundo as pesquisas, se disputasse o pleito, Lula venceria hoje todos os seus adversários com facilidade.
O PT indicou alguns dos valentes por pura feitiçaria. E eles se voltaram contra o feiticeiro quando o viram em desgraça. Só lamento o fato de que os brasileiros decentes também podem pagar caro por tantos desastres.
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