Em depoimentos ao juiz Sérgio Moro nesta quarta-feira, 14, os ex-procuradores-gerais da
República Antônio Fernando de Souza e Cláudio Lemos Fonteles foram categóricos ao afirmar
que Lula jamais interferiu na atuação do Ministério Público; "Nunca, em nenhum momento,
houve qualquer pedido direto ou indiretamente sobre as atividades que eram da minha
atribuição nem de outros colegas do Ministério Público", afirmou Antônio Fernando, que ficou
conhecido por fazer a denúncia que resultou na Ação Penal 470; já Cláudio Lemos Fonteles,
que comandou o Ministério Público entre 2003 e 2005, disse que Lula respeitou a autonomia da
instituição ao nomeá-lo, após a Associação Nacional dos Procuradores ter feito uma lista, em
que ele foi colocado em primeiro lugar; enquanto isso, Michel Temer está à caça de um
engavetador para colocar no lugar de Rodrigo Janot.
O advogado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Cristiano Zanin Martins, acusou novamente
o juiz Sergio Moro de cercear a defesa de seu cliente.
"O juiz Sérgio Moro interrompeu o trabalho da defesa de Lula na oitiva do ex-diretor geral da Polícia
"O juiz Sérgio Moro interrompeu o trabalho da defesa de Lula na oitiva do ex-diretor geral da Polícia
Federal Luiz Fernando Correa, exatamente quando o depoente, na mesma linha dos ex-procuradores
gerais da República Claudio Fontelles e Antonio Fernando Barros, também ouvidos hoje, discorria
sobre o estímulo e condições materiais propiciados pelo então Presidente Lula no combate à
corrupção e a lavagem de dinheiro", diz sua nota.
Segundo Zanin, o depoimento do ex-diretor da PF desmonta a tese de corrupção sistêmica apontada
Segundo Zanin, o depoimento do ex-diretor da PF desmonta a tese de corrupção sistêmica apontada
pelo Ministério Público. Moro apontou que o juiz "não tem tempo a perder".
Leia, abaixo, a íntegra:
O cerceamento ao direito de defesa e o desrespeito à atuação dos advogados mais uma vez se fez
Leia, abaixo, a íntegra:
O cerceamento ao direito de defesa e o desrespeito à atuação dos advogados mais uma vez se fez
presente hoje (14/06) em audiência na 13ª Vara Federal Criminal de Curitiba, relativa à Ação Penal
5063130-17.2016.4.04.7000.
O juiz Sérgio Moro interrompeu o trabalho da defesa de Lula na oitiva do ex-diretor geral da Polícia
O juiz Sérgio Moro interrompeu o trabalho da defesa de Lula na oitiva do ex-diretor geral da Polícia
Federal Luiz Fernando Correa, exatamente quando o depoente, na mesma linha dos ex-procuradores
gerais da República Claudio Fontelles e Antonio Fernando Barros, também ouvidos hoje, discorria
sobre o estímulo e condições materiais propiciados pelo então Presidente Lula no combate à
corrupção e a lavagem de dinheiro.
É preciso registrar que o Juízo tem permitido, nas demais audiências, que o Ministério Público
Federal (MPF) formule perguntas na mesma linha de outras já feitas anteriormente às testemunhas de
acusação - em audiências referentes à Ação Penal 5046512-94.2016.4.04.7000/PR - notadamente em
relação aos delatores. Moro afirmou que indeferia o questionamento porque tais perguntas já haviam
sido respondidas em outra ação e que sua continuidade resultaria em "perda de tempo".
A realidade é que o Juízo impediu a defesa de reforçar aspectos relevantes, que desmentem o cenário
A realidade é que o Juízo impediu a defesa de reforçar aspectos relevantes, que desmentem o cenário
de "corrupção sistêmica" afirmado pelo MPF.
Diante da falta de provas que se verifica na acusação à Lula, é lamentável que o Juízo recorra a tais
Diante da falta de provas que se verifica na acusação à Lula, é lamentável que o Juízo recorra a tais
expedientes e, junto com a representante do MPF manifeste comportamento tão desrespeitoso à
defesa. Mais uma vez se atenta contra as prerrogativas profissionais, à participação do advogado na
administração da Justiça, como assegura a Constituição Federal (art. 133) e as regras internacionais
da magistratura, dos procuradores e dos advogados. Tal conduta fere igualmente as garantias
fundamentais do ex-Presidente Lula.
Cristiano Zanin Martins
Cristiano Zanin Martins
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