quarta-feira, 14 de junho de 2017

EX-PGRS DIZEM QUE LULA JAMAIS INTERFERIU NO ÓRGÃO, ENQUANTO ISSO MORO SEGUE CERCEANDO NOVAMENTE A DEFESA DO EX PRESIDENTE


Em depoimentos ao juiz Sérgio Moro nesta quarta-feira, 14, os ex-procuradores-gerais da 
República Antônio Fernando de Souza e Cláudio Lemos Fonteles foram categóricos ao afirmar 
que Lula jamais interferiu na atuação do Ministério Público; "Nunca, em nenhum momento, 
houve qualquer pedido direto ou indiretamente sobre as atividades que eram da minha 
atribuição nem de outros colegas do Ministério Público", afirmou Antônio Fernando, que ficou 
conhecido por fazer a denúncia que resultou na Ação Penal 470; já Cláudio Lemos Fonteles, 
que comandou o Ministério Público entre 2003 e 2005, disse que Lula respeitou a autonomia da 
instituição ao nomeá-lo, após a Associação Nacional dos Procuradores ter feito uma lista, em 
que ele foi colocado em primeiro lugar; enquanto isso, Michel Temer está à caça de um 
engavetador para colocar no lugar de Rodrigo Janot.

O advogado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Cristiano Zanin Martins, acusou novamente 
o juiz Sergio Moro de cercear a defesa de seu cliente.
"O juiz Sérgio Moro interrompeu o trabalho da defesa de Lula na oitiva do ex-diretor geral da Polícia 
Federal Luiz Fernando Correa, exatamente quando o depoente, na mesma linha dos ex-procuradores 
gerais da República Claudio Fontelles e Antonio Fernando Barros, também ouvidos hoje, discorria 
sobre o estímulo e condições materiais propiciados pelo então Presidente Lula no combate à 
corrupção e a lavagem de dinheiro", diz sua nota.
Segundo Zanin, o depoimento do ex-diretor da PF desmonta a tese de corrupção sistêmica apontada 
pelo Ministério Público. Moro apontou que o juiz "não tem tempo a perder".
Leia, abaixo, a íntegra:

O cerceamento ao direito de defesa e o desrespeito à atuação dos advogados mais uma vez se fez 
presente hoje (14/06) em audiência na 13ª Vara Federal Criminal de Curitiba, relativa à Ação Penal 
5063130-17.2016.4.04.7000.
O juiz Sérgio Moro interrompeu o trabalho da defesa de Lula na oitiva do ex-diretor geral da Polícia 
Federal Luiz Fernando Correa, exatamente quando o depoente, na mesma linha dos ex-procuradores 
gerais da República Claudio Fontelles e Antonio Fernando Barros, também ouvidos hoje, discorria 
sobre o estímulo e condições materiais propiciados pelo então Presidente Lula no combate à 
corrupção e a lavagem de dinheiro.
É preciso registrar que o Juízo tem permitido, nas demais audiências, que o Ministério Público 
Federal (MPF) formule perguntas na mesma linha de outras já feitas anteriormente às testemunhas de 
acusação - em audiências referentes à Ação Penal 5046512-94.2016.4.04.7000/PR - notadamente em 
relação aos delatores. Moro afirmou que indeferia o questionamento porque tais perguntas já haviam 
sido respondidas em outra ação e que sua continuidade resultaria em "perda de tempo".
A realidade é que o Juízo impediu a defesa de reforçar aspectos relevantes, que desmentem o cenário 
de "corrupção sistêmica" afirmado pelo MPF.
Diante da falta de provas que se verifica na acusação à Lula, é lamentável que o Juízo recorra a tais 
expedientes e, junto com a representante do MPF manifeste comportamento tão desrespeitoso à 
defesa. Mais uma vez se atenta contra as prerrogativas profissionais, à participação do advogado na 
administração da Justiça, como assegura a Constituição Federal (art. 133) e as regras internacionais 
da magistratura, dos procuradores e dos advogados. Tal conduta fere igualmente as garantias 
fundamentais do ex-Presidente Lula.

Cristiano Zanin Martins
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