quinta-feira, 1 de junho de 2017

"CHEGARAM PARA MATAR", DIZ SOBREVIVENTE DA CHACINA


"Chegaram pra matar", diz sobrevivente da chacina de Pau D'Arco em entrevista exclusiva ao 
Jornal Nacional. Dos 15 sobreviventes, oito foram localizados e ouvidos pelo Ministério Público.

O relatório da CDH conclui que a polícia violou direitos humanos e não obedeceu protocolos 
legais para o tipo de ação. Destaca ainda a dificuldade de periciar o local da chacina, após a 
descaracterização da cena do crime pelos policiais.

As circunstâncias desse massacre precisam ser averiguadas, as razões também. Mas o fato é que se 
criou um teatro de horror, porque se desfez a cena do crime, se transportou de uma forma 
completamente inapropriada os corpos das vítimas, se impediu as famílias de verem os corpos dos 
seus familiares. Eu lamento dizer à população do Pará que, pelas provas testemunhais que colhemos, 
houve um massacre violento, covarde e desumano, na Fazenda Santa Lúcia.
Três testemunhas oculares ouvidas pelo Ministério Público do Pará e pelo Ministério Público Federal 
deram depoimentos que reforçam a suspeita do CNDH de que os posseiros mortos na fazenda Santa 
Lúcia, no município paraense de Pau D’Arco, foram executados.
Os posseiros reafirmaram em seus depoimentos que foram surpreendidos pela polícia na última 
quarta-feira, quando as mortes ocorreram. Chovia muito naquela manhã. “Por conta do barulho da 
chuva, a Polícia conseguiu se aproximar sem ser ouvida”, disse à Pública o presidente do Conselho 
Nacional de Direitos Humanos (CNDH), Darci Frigo, que está acompanhando as diligências do MP. 
Quando perceberam a polícia se aproximando, alguns posseiros deixaram suas casas.
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