quarta-feira, 3 de maio de 2017

DIRCEU: MÍDIA ASSISTE AO FRACASSO DE SUA GUERRA CONTRA O PT


Em carta de 14 páginas escrita do complexo médico penal de Pinhais, o ex-ministro José 
Dirceu analisa o cenário atual do País, defende guinada à esquerda do PT e critica o governo 
de Michel Temer; na missiva redigida antes da decisão do STF que revogou sua prisão 
preventiva de quase dois anos, Dirceu diz que o golpe contra a democracia está fracassando; 
"Hoje a verdade vem à tona: um presidente repudiado por 80% dos brasileiros, um programa 
de reformas que é uma regressão social e política, um Congresso em pânico e uma mídia que 
assiste ao fracasso de sua guerra midiática contra o PT, Lula e o governo Dilma", diz; Dirceu 
disse também que as delações da Lava Jato são "forçadas, ilegais fruto das prisões preventivas, 
ameaças de pena sem direito a responder em liberdade ou progredir"; "É delação ou prisão 
perpétua".

Paraná 247 - O ex-ministro José Dirceu, que teve a prisão preventiva de quase dois anos de duração 
revogada nessa terça-feira, 2, pelo Supremo Tribunal Federal (STF) (leia aqui), escreveu uma carta 
de 14 páginas em que analisa o cenário atual do País, defende uma guinada à esquerda do PT e 
critica o governo de Michel Temer e a mídia. 
Na carta, escrita antes do julgamento do STF que o libertou, Dirceu destaca que a guerra judicial 
contra a esquerda, patrocinada pela mídia desde o golpe parlamentar que derrubou Dilma Rousseff, 
está fracassando. "Não há justificativa para a ruptura do pacto constitucional de 1988. Hoje a 
verdade vem à tona: um presidente repudiado por 80% dos brasileiros, um programa de reformas que 
é uma regressão social e política, um Congresso em pânico e uma mídia que assiste ao fracasso de 
sua guerra midiática contra o PT, Lula e o governo Dilma", diz Dirceu. 
Dirceu diz que está, na prática, está condenado à prisão perpétua e critica o processo de delações 
premiadas conduzido pelo Ministério Público Federal. Para ele, as delações na Lava Jato são 
"forçadas, ilegais fruto das prisões preventivas, ameaças de pena sem direito a responder em 
liberdade ou progredir". "É delação ou prisão perpétua. Feitas de encomenda e de comum acordo são 
como os chamados 'cachorros' (presos que, sob tortura, aceitavam mudar de lado) da ditadura", 
dispara Dirceu.
Em sua carta, Dirceu traça uma estratégia para o PT. "Nada será como antes e não voltaremos a 
repetir os erros. Seguramente, voltaremos com um giro à esquerda para fazer as reformas que não 
fizemos na renda, riqueza, poder, a tributária, a bancária, a urbana e a política. Não se iludam vocês e 
os nossos. Não há caminho de volta. Quem rompeu o pacto que assuma as consequências." Para ele, 
nada impede que o partido apoie, se for o caso, a candidatura de Ciro Gomes (PDT) em 2018. 
"Devemos nos unir no 1.º ou, seguramente, no 2.º turno."
_______________________________________________

Nenhum comentário: