Violencia da Direita São Paulo foi protegida pela PM de SP
Na terra de João Dória a coisa anda para lá de esquisita. Um grupo que se auto identifica como
"Direita São Paulo" invade aos gritos um restaurante especializado em comida árabe e que serve de
local de trabalho e proteção da comunidade palestina e síria. Eis que, chamada, a polícia em vez de
prender os detratores, ela leva para a prisão o dono do restaurante. O caso aconteceu na noite dessa
terça-feira, dia 02 de maio.
A manifestação foi organizada por setores de ultradireita conhecido como "Direita São Paulo".
A manifestação foi organizada por setores de ultradireita conhecido como "Direita São Paulo".
Apoiam Bolsonaro e descendentes da "família real" como Philippe de Orleans e Bragança que dirige
o movimento Acorda Brasil. Através da internet organizaram e executaram uma manifestação contra
os direitos dos imigrantes. Não contentes em defender essa posição que fere de morte uma dos traços
mais genuínos da cultura brasileira, a generosidade com imigrantes, eles entoaram palavras racista e
xenófoba, naquilo que chamaram "Marcha contra a Lei da Imigração".
Hasan Zarif, um dos detidos, tem origem palestina, e é um conhecido ativista em defesa dos direitos
Hasan Zarif, um dos detidos, tem origem palestina, e é um conhecido ativista em defesa dos direitos
de todos os refugiados. Além de ser um dos donos do Al Janiah, restaurante árabe em São Paulo que
é ponto de encontro da comunidade árabe e também dos que defendem os direitos dos refugiados.
Hasan Zarif é um dos fundadores do Movimento Palestina para Tod@s (MOPAT). O MOPAT se
dedica a promover debates e mobilizações de solidariedade a todos os imigrantes e refugiados,
possibilitando que se conheça a realidade de palestinos, sírios e da comunidade árabe.
A ação da polícia foi, para algumas testemunhas, uma demonstração de racismo. Ela se voltou
imediatamente em defesa do grupo agressor e agrediu as pessoas que tentavam impedir a invasão do
restaurante - numa completa invasão da lógica. De acordo com o advogado de Hasan, Hugo
Albuquerque, outro palestino conhecido como Nur foi duramente agredido pelos setores da
ultradireita que estavam na marcha, e teve que ser levado ao pronto-socorro. Cinicamente, o porta-
voz do grupo Direita São Paulo tenta se colocar como vítima, e inclusive acusa Hasan e os demais
como "terroristas".
Mas o que se vê no vídeo que eles próprios postaram em sua própria página são gritos de "Viva a
PM", e "Comunista tem que morrer!", e "Não, não, não à lei da imigração". Na página do facebook
do Direita São Paulo também é possível ver posts em defesa do projeto Escola Sem Partido, e
comemorações pelas balas de borracha que atingiram parlamentares do PSOL durante a greve geral
de 28 de abril, além de igualar todos os árabes a terroristas no melhor estilo Donald Trump. Que
aliás Edson Salomão, que se coloca como um dos líderes do Direita São Paulo, declarou abertamente
à Folha de S Paulo um apoiador declarado.
O Esquerda Diário manifesta sua solidariedade aos presos, e defende os direitos de todos os
imigrantes e refugiados de se defenderem contra a direita racista e xenófoba. Todos os movimentos
sociais, de Direitos Humanos, de esquerda, e de juventude devem tomar para si essa bandeira. Agora
à tarde, às 13h, uma audiência ocorrerá no Fórum Criminal da Barra Funda, em São Paulo, onde
espera-se a presença de todos os apoiadores dos direitos dos imigrantes e dos refugiados.
Aqui a reportagem falando do restaurante e sua procura por palestinos:
Nenhum comentário:
Postar um comentário