sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

33 MORTES DEPOIS, MORAES VÊ ACERTO DO PCC E SITUAÇÃO SOB CONTROLE


O ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, afirmou nesta sexta-feira que as informações 
iniciais indicam que as 33 mortes ocorridas em um presídio de Roraima seriam um "acerto 
interno", descartando uma vingança da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) 
pelas 56 mortos em uma penitenciária de Manaus no início da semana; "A informação que me 
foi passada inicialmente diz que se trata de acerto interno", disse Moraes em entrevista 
coletiva após apresentação do Plano Nacional de Segurança, no Palácio do Planalto; ele 
também afirmou que a situação nos presídios está sob controle, depois de uma semana com 93 
mortes: 60 em Manaus e 33 em Roraima

BRASÍLIA (Reuters) - O ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, afirmou nesta sexta-feira que as
informações iniciais indicam que as 33 mortes ocorridas em um presídio de Roraima seriam um 
"acerto interno", descartando uma vingança da facção criminosa Primeiro Comando da Capital 
(PCC) pelas 56 mortos em uma penitenciária de Manaus no início da semana.
"A informação que me foi passada inicialmente diz que se trata de acerto interno", disse Moraes em 
entrevista coletiva após apresentação do Plano Nacional de Segurança, no Palácio do Planalto.
Segundo o ministro, o presídio onde houve as mortes em Roraima não continha presos de outra 
facção criminosa, depois que brigas ocorridas no ano passado entre grupos rivais deixaram 18 
mortos no Estado.
Moraes anunciou ainda que viajará nesta sexta a Roraima para reuniões com as autoridades estaduais 
de segurança em decorrência das mortes na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo.


De acordo com o secretário de Justiça e Cidadania, Uziel Castro, que está no local, não houve 
rebelião e a matança seria de responsabilidade de presos do Primeiro Comando da Capital (PCC) que 
estavam concentrados neste centro de detenção.
Segundo o secretário, não foram encontradas, até o momento, armas de fogo no local, mas os corpos 
estariam “destroçados” e diversos decapitados.
Ele ainda esclareceu que os presos das duas principais facções do país – o PCC e o Comando 
Vermelho (CV) ficam em locais separados na região. Em outubro de 2016, uma briga entre as duas 
facções provocou a morte de 10 detentos na mesma penitenciária.
As mortes em Roraima acontecem poucos dias depois que uma rebelião, provocada pela guerra entre 
duas facções – o PCC e a Família do Norte, aliada ao CV, deixou 56 presos mortos em Manaus, no 
Amazonas.
A briga entre o PCC e o CV se intensificou no final do ano passado, quando foi quebrada uma trégua 
entre os dois grupos que agem dentro e fora das prisões do país. Em outubro, as mortes de ao menos 
18 detentos em prisões de Roraima e também de Rondônia foram consideradas os primeiros efeitos 
desta reconfiguração do crime organizado.
A socióloga Camila Nunes Dias, professora da Universidade Federal do ABC (UFABC), em São
Paulo, e autora de “PCC: Hegemonia nas prisões e monopólio da violência”. Segundo ela, o fim da
aliança – que pode ter ocorrido por uma disputa pelo controle de presídios – poderia gerar mais
mortes em penitenciárias e acirrar as tensões também nas ruas.
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