sábado, 20 de agosto de 2016

QUANDO O POVO DESCOBRIR POR QUE DERRUBARAM DILMAilma... A COBRA VAI FUMAR



Candidato a vereador de São Paulo pelo PC do B, interrompo as (muitas e variadas) atribulações de 
campanha para relatar episódio ocorrido na noite da última quinta-feira durante jantar em um 
restaurante.
Na mesa ao lado, jovens conversavam sobre descoberta recente que fizeram acerca de projetos do 
grupo político que tomou o poder no Brasil. Começaram a descobrir que Temer veio para “relativizar 
direitos trabalhistas”, entre outros males que produzirá.
Duas moças diziam a um grupo de seis pessoas que ficaram surpresas ao descobrir que tramita no 
Congresso proposta de conceder às empresas a possibilidade de negociarem direitos trabalhistas com 
seus empregados e candidatos a emprego.
Na surdina, as bancadas golpistas já articulam tais propostas no Congresso.
Enquanto as atenções se voltam para as mudanças que o governo pretende fazer na Previdência, 
discretamente a equipe do presidente interino Michel Temer já desenha outra medida polêmica: a 
reforma trabalhista.
O objetivo é flexibilizar a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), a partir principalmente dos 
acordos coletivos, alegando buscar “aumento da produtividade da economia”, mas, na verdade, 
visando reduzir os custos dos empresários com seus empregados.
Dessa forma, FGTS, férias, previdência social, 13º salário e licença-maternidade, entre outros, 
continuarão existindo obrigatoriamente, mas serão flexibilizados. Ou seja, as partes (empregadores e 
sindicatos da categoria) poderão negociar, por exemplo, o parcelamento do 13º e a redução do 
intervalo de almoço de uma para meia hora, com alguma contrapartida para os empregados.
As horas gastas no transporte que contarem como jornada de trabalho — nos casos em que a 
empresa oferece a condução — também podem ser objeto de negociação.
A proposta de reforma trabalhista que está sendo desenhada pelo Palácio do Planalto prevê a 
flexibilização de direitos assegurados aos trabalhadores no artigo 7º da Constituição Federal – que 
abrange um conjunto de 34 itens – desde que mediante negociações coletivas.
Segundo o governo Temer, a ideia é listar tudo o que pode ser negociado para evitar que os acordos 
que vierem a ser firmados por sindicatos e empresas após a mudança nas regras possam ser 
derrubados pelos juízes do trabalho.
Na prática, essa mudança na lei representa o fim desses direitos trabalhistas, pois, em tempo de 
oferta de empregados maior do que a demanda, é evidente que as empresas terão poder de barganha 
para só contratarem empregados que admitirem abrir mão de tais direitos.
Faz parte da proposta, ainda, a conclusão da votação do projeto que trata da terceirização pelo 
Congresso Nacional. O texto aprovado pela Câmara dos Deputados e enviado ao Senado prevê a 
contratação de trabalhadores terceirizados nas chamadas atividades-fim das empresas, o que hoje não 
é permitido.
A terceirização, tal como engendrada pelo conluio entre a Fiesp e o governo Temer, será um golpe 
mortal nos sindicatos e, portanto, na defesa dos direitos dos trabalhadores. Sem falar na virtual 
extinção de carreiras em empresas, pois o terceirizado poderá trabalhar hoje aqui e, semana que vem, 
acolá.
Vem aí, portanto, um dos maiores ataques aos direitos dos trabalhadores desde que o trabalho 
assalariado foi regulamentado no Brasil. O empobrecimento dos brasileiros deverá se contrapor a 
uma década e pouco de melhora nos salários e nos direitos, entre 2003 e 2014.
As pessoas que citei no início do texto chegaram a ir à rua contra Dilma, entoaram o discurso anti 
PT, anti Lula, anti esquerda. Não sabiam o que estavam fazendo.
Essas pessoas estão aturdidas, perplexas ante a consciência de que foram usadas para derrubar um 
governo popular para que fosse substituído por um governo a serviço de um empresariado cujo 
objetivo, há muito, é usar a mão de obra humana como quem usa máquinas.
Agora não vai demorar para toda essa desgraça se manterializar, caso o Senado consolide o golpe 
contra a democracia e afaste definitivamente Dilma Rousseff da Presidência, substituindo-a pelo 
lacaio dos patrões, Michel Temer.
O grande erro, o erro fatal que os golpistas estão cometendo, porém, é o de subestimar a reação 
popular a essa barbaridade. Se acham que os brasileiros aceitarão tudo isso passivamente, 
enlouqueceram.
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