sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Frente Brasil Popular cobra de Dilma recomposição de sua base social



Protestos contra a reforma ministerial, em andamento em Brasília, devem se agregar à pauta de 
mobilizações do próximo sábado (3), convocadas pela Frente Brasil Popular, que reúne movimentos 
sociais, centrais sindicais, sindicatos e trabalhadores em todo o país.
“Tivemos a primeira reunião da frente sobre a reforma ministerial e avaliamos que o governo comete 
um erro ao remontar sua base apenas olhando para o Congresso Nacional. O governo Dilma precisa 
recompor a sua base social, precisa sinalizar em outra direção, porque o PMDB está sangrando o 
governo”, afirmou hoje (1º) o coordenador da Central de Movimentos Populares (CMP), Raimundo 
Bonfim, referindo-se à entrega de cargos para o partido.
Na capital paulista, o ato será realizado a partir das 14h, com concentração na Avenida Paulista, em 
frente à sede da Petrobras (número 901). A pauta é a defesa da democracia, contra o impeachment da 
presidenta Dilma Rousseff, e também contra a agenda do ajuste fiscal na economia, que vem 
aumentando o desemprego e o arrocho salarial, e em defesa da Petrobras.
“O ato foi deliberado na criação da Frente Brasil Popular, em 5 de setembro em Belo Horizonte, com 
2.600 militantes de diferentes movimentos progressistas. A data também marca os 62 anos de 
fundação da Petrobras, cuja defesa está no manifesto da frente”, afirma Bonfim.
Além do ato na Avenida Paulista, serão realizados outros no interior do estado de São Paulo e 
também em 18 estados, cumprindo uma agenda que começa nesta amanhã (2), com mobilizações no 
Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Goiás e Sergipe. No sábado, além de São Paulo, estarão 
mobilizados Bahia, Ceará, Minas Gerais, Rondônia, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Sul, 
Paraíba, Pará, Piauí, Distrito Federal, Mato Grosso e Santa Catarina, entre outros.
Indagado quanto à expectativa de público, Bonfim afirma que os atos de maior alcance devem ser o 
da Paulista e o de Ribeirão Preto, no interior do estado. Mas ele não se arrisca a prever público, 
porque houve uma mudança na estratégia de mobilização em função do dia. Tradicionalmente, os 
movimentos progressistas convocam atos para os dias da semana, e este será o primeiro realizado em 
um sábado.
O ato na Paulista vai começar com atividades culturais com foco na Petrobras, cuja Lei de Partilha 
do pré-sal, de 2010, que garante recursos para a saúde e educação no país, tem sido alvo de ataques 
de parlamentares comprometidos em entregar a empresa para o capital internacional, como o senador 
José Serra (PSDB-SP), que quer alterar a participação da Petrobras como principal operadora do pré-
sal.
Será apresentada uma peça teatral chamada “Somos Todos Petroleiros”. A peça remonta à greve de 
1995, a mais longa da história da categoria, com 32 dias, que se transformou em um verdadeiro 
movimento de resistência à política entreguista do governo de Fernando Henrique Cardoso, que na 
época queria privatizar a empresa.
Segundo a secretária de Juventude da CUT-SP, Cibele Vieira, a peça traz o sentimento da época, que 
tem a ver com o contexto atual. “Hoje existe interesse internacional no pré-sal, cujas reservas são 
estimadas entre 170 bilhões e 300 bilhões de barris de petróleo, o que deve colocar o Brasil entre os 
cinco países maiores produtores de petróleo do mundo”, afirma, referindo-se a uma riqueza 
fundamental para a soberania do país e também que poderá levar a sociedade brasileira a um novo 
patamar civilizatório se se cumprirem os investimentos previstos em saúde e educação.
Para o membro da direção nacional do MST João Paulo Rodrigues, o ato tem uma simbologia grande 
porque foi convocado por mais de 60 organizações. “A mobilização tem foco específico, a favor da 
democracia e contra o golpe e defendendo as conquistas dos trabalhadores. O que está havendo é 
uma retomada da política neoliberal que foi derrotada em 2002. Por isso não aceitamos, mas não se 
trata de fulanizar”, afirmou, descartando críticas ao ministro da Fazenda, Joaquim Levy. “O que não 
permitimos é que sejam cortados os direitos dos trabalhadores.” Rodrigues também considera que a 
mobilização é realizada em um momento difícil; "Temos de trocar o pneu com o carro andando. Mas 
o mês de outubro será bastante vermelho pelas ruas do país, será um outubro vermelho”, afirma, 
destacando outros atos que serão realizados no mês.
Um deles, no dia 29, também na Avenida Paulista, protestará contra a reforma no ensino público do 
estado de São Paulo, promovida pelo governo de Geraldo Alckmin (PSDB), fechando salas de aula. 
"Com a reorganização, o aluno que mora em um determinado bairro está sendo deslocado muitas 
vezes para outro. Já soubemos que houve manifestações nas unidades escolares contra essa medida 
que não tem sustentação pedagógica. O que o governo está implementando aqui visa a fechar 30% 
das unidades", afirma o presidente da CUT-SP, Douglas Izzo.

Confira também a reportagem do Seu Jornal, da TVT:

Nenhum comentário: