Se o PSB esperava sair dessas eleições maior do que entrou, em razão da participação na disputa
presidencial no primeiro turno, quando a ex-senadora Marina Silva obteve 21,32% dos votos, o
resultado não correspondeu às expectativas. O cenário desenhado depois da abertura das urnas, tanto
na estrutura interna quanto na densidade política da legenda, coloca o partido entre os perdedores.
Embora dirigentes neguem, os socialistas perderam o norte e sua unidade com a morte do ex-
governador de Pernambuco Eduardo Campos, e viram diminuir sua participação à frente dos governos
estaduais.
O esfacelamento começou com a chegada de Marina, que acabou se tornando candidata a vice de
Eduardo Campos a contragosto de parte do partido. Ela entrou no PSB, avisando que seria de
passagem, ao ter negado pela Justiça Eleitoral o direito de registrar sua própria legenda, a Rede
Sustentabilidade. Com a morte trágica de Campos em um acidente aéreo em 13 de agosto, Marina se
tornou a candidata rachando mais uma vez o PSB. Divergências com a ex-senadora levaram o então
secretário-geral do partido, Carlos Siqueira, a deixar o posto de coordenador da campanha, no gesto
mais visível das diferenças internas geradas com a presença dos marineiros.
Fim do primeiro turno e os abismos aparecem mais uma vez. Marina decidiu apoiar o senador Aécio
Fim do primeiro turno e os abismos aparecem mais uma vez. Marina decidiu apoiar o senador Aécio
Neves (PSDB) na disputa contra a presidente Dilma Rousseff (PT), levando à troca da direção
partidária. Por defender o apoio a Dilma, o presidente interino Roberto Amaral, que participou do
governo Lula, deixou a função, e foi eleito Carlos Siqueira, o desafeto de Marina. Nem mesmo o apoio
da candidata, que se apresentava como um contraponto à polarização entre PT e PSDB antes de se
juntar a Aécio, pode ser considerado vitorioso. Dilma comemorou vitória na maioria das cidades em
que Marina venceu no primeiro turno.
BANCADAS
Os números do partido no Legislativo também não são animadores. Na Câmara dos Deputados, onde esperava ampliar a bancada para 40 cadeiras, o PSB manteve as 34 feitas em 2010. No Senado, a legenda cresceu de quatro para sete cadeiras, mas nos estados o partido fez apenas três governadores: no Distrito Federal, Paraíba e Pernambuco. Há quatro anos, a legenda elegeu o dobro, governando seis estados até que um deles, o do Ceará, Cid Gomes, se mudasse para o recém-criado Pros.
Para o novo presidente do PSB, Carlos Siqueira, porém, o saldo da eleição é muito positivo, já que a legenda ficou entre as que alcançaram a cláusula de barreira e fez um número de governadores dentro do planejamento.
IMPACTO
Quanto à Marina, o presidente do PSB disse que a briga do passado foi superada. "Ela é de outro partido, mas está acolhida no PSB enquanto desejar", afirmou, se referindo à possibilidade de ela fundar e migrar para sua Rede. Siqueira disse que a avaliação do impacto de Marina a favor de Aécio no segundo turno deve ser feito pelo partido dela. "O que sei é que foi como todos mundo está vendo", disse.
O presidente do PSB de Belo Horizonte, João Marcos Lobo, ressaltou a participação do prefeito de Marcio Lacerda na campanha do tucano no segundo turno como fator que ajudou no bom desempenho de Aécio em Belo Horizonte. O tucano passou de 771.692 votos para 937.428, mas, mesmo assim, o número de votos que ele e Dilma conseguiram somar na última etapa do pleito foi semelhante. Ainda que negue problemas, Lobo defende que o PSB passe por uma reavaliação e comece a se estruturar para se manter em 2016 à frente das prefeituras que conquistou em 2012 e iniciar já um planejamento para a corrida presidencial de 2018.
O futuro de Marina
Derrotada no primeiro turno das eleições presidenciais, a ex-senadora Marina Silva (PSB) pretende agora conquistar o registro da Rede Sustentabilidade no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) até março de 2015. Um dia depois da decisão nas urnas pelo Palácio do Planalto, o grupo político da Marina se reuniu para discutir como será a busca pelas 32 mil assinaturas que faltam para legalizar o partido. Assim que estiver tudo pronto, Marina e seus seguidores devem deixar o PSB. O porta-voz da Rede, Walter Feldman, alegou que o projeto do novo partido só ficou parado quando Marina assumiu a cabeça da chapa no lugar de ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, morto em 13 de agosto. "O combinado é que ficaríamos até as eleições. Agora, a luta continua", disse.
BANCADAS
Os números do partido no Legislativo também não são animadores. Na Câmara dos Deputados, onde esperava ampliar a bancada para 40 cadeiras, o PSB manteve as 34 feitas em 2010. No Senado, a legenda cresceu de quatro para sete cadeiras, mas nos estados o partido fez apenas três governadores: no Distrito Federal, Paraíba e Pernambuco. Há quatro anos, a legenda elegeu o dobro, governando seis estados até que um deles, o do Ceará, Cid Gomes, se mudasse para o recém-criado Pros.
Para o novo presidente do PSB, Carlos Siqueira, porém, o saldo da eleição é muito positivo, já que a legenda ficou entre as que alcançaram a cláusula de barreira e fez um número de governadores dentro do planejamento.
IMPACTO
Quanto à Marina, o presidente do PSB disse que a briga do passado foi superada. "Ela é de outro partido, mas está acolhida no PSB enquanto desejar", afirmou, se referindo à possibilidade de ela fundar e migrar para sua Rede. Siqueira disse que a avaliação do impacto de Marina a favor de Aécio no segundo turno deve ser feito pelo partido dela. "O que sei é que foi como todos mundo está vendo", disse.
O presidente do PSB de Belo Horizonte, João Marcos Lobo, ressaltou a participação do prefeito de Marcio Lacerda na campanha do tucano no segundo turno como fator que ajudou no bom desempenho de Aécio em Belo Horizonte. O tucano passou de 771.692 votos para 937.428, mas, mesmo assim, o número de votos que ele e Dilma conseguiram somar na última etapa do pleito foi semelhante. Ainda que negue problemas, Lobo defende que o PSB passe por uma reavaliação e comece a se estruturar para se manter em 2016 à frente das prefeituras que conquistou em 2012 e iniciar já um planejamento para a corrida presidencial de 2018.
O futuro de Marina
Derrotada no primeiro turno das eleições presidenciais, a ex-senadora Marina Silva (PSB) pretende agora conquistar o registro da Rede Sustentabilidade no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) até março de 2015. Um dia depois da decisão nas urnas pelo Palácio do Planalto, o grupo político da Marina se reuniu para discutir como será a busca pelas 32 mil assinaturas que faltam para legalizar o partido. Assim que estiver tudo pronto, Marina e seus seguidores devem deixar o PSB. O porta-voz da Rede, Walter Feldman, alegou que o projeto do novo partido só ficou parado quando Marina assumiu a cabeça da chapa no lugar de ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, morto em 13 de agosto. "O combinado é que ficaríamos até as eleições. Agora, a luta continua", disse.
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