segunda-feira, 23 de junho de 2014

Globo embala Arrocho e inicia nova campanha contra a Petrobras


Gastos com a construção da refinaria do Complexo de Suape, na Região Metropolitana do 
Recife, entraram na alça de mira do PSDB; o presidenciável do PSDB, Aécio Neves, criticou, 
pelo Facebook, os altos custos do projeto que está sendo instalado em Pernambuco pela 
Petrobras; tucano se refere à construção como "uma farra de aditivos" e ressalta que os custos 
cresceram 770% após a realização de 141 mudanças no contrato original.

Por: Miguel do Rosário

O Globo de hoje inicia uma nova campanha contra a Petrobrás, através de manipulações de dados sobre a refinaria Abreu e Lima.
O centro da mentira consiste em afirmar, com ênfase sensacionalista, que o custo inicial do projeto da refinaria era de US$ 2,3 bilhões.
A estatal já respondeu, inúmeras vezes, e o jornal se recusa sequer a publicar, nem que seja apenas para constar, a resposta da Petrobrás. A teoria de “dar o outro lado” só vale quando o investigado é tucano. Quando se trata de estatal federal, esquece.
A resposta da estatal sobre a questão do valor é esta:
(…) a Petrobras repudia a informação repercutida pela imprensa de que o projeto da refinaria teria sido aprovado com base em “conta de padaria”. O orçamento de US$ 2,4 bilhões se referia a concepção preliminar e incipiente, feita pelo corpo técnico da empresa, como já esclarecido inúmeras vezes. O valor inicial do projeto que deve ser considerado e que começou a ser construído era de US$ 13,4 bilhões. A previsão atualizada é de US$ 18,5 bilhões.
É a terceira vez seguida que a Petrobrás responde esse item ao Globo e ele não publica no jornal.
O jornal também está manipulando informações do Tribunal de Contas da União, que ainda não chegou a nenhuma conclusão de sobrepreço. Mas o Globo trata a mera investigação do TCU como prova de superfaturamento, o que é absurdo.
Vale notar que o TCU tem atuação fortemente política, porque o ministro do tribunal responsável pela análise dos contratos da Petrobrás é José Jorge, um ex-senador do DEM. Que foi – pasmem! – ministro de Minas e Energia do governo Fernando Henrique!
Ou seja, o ministro do TCU que hoje abastece a imprensa com escândalos sensacionalistas sobre a estatal é o mesmo que respondeu pelo afundamento da plataforma P-36 durante a gestão tucana.
Para o Globo e o PSDB, afundar plataforma, pode. Construir plataformas e refinarias, não pode.
Ao final da matéria, anuncia-se que amanhã tem mais. Título da matéria de amanhã: “Petrobrás sabia que projeto de Abreu e Lima era economicamente inviável”.
Inviável?
A Petrobrás deveria informar ao Globo qual o prejuízo total do afundamento da plataforma P-36.
Interessante fazer a comparação: a gestão petista está entregando uma Petrobrás com várias refinarias de primeira linha, as maiores reservas de petróleo do mundo, além de uma série de novas plataformas de extração.
Quantas refinarias foram construídas na gestão tucana? Quantas plataformas foram feitas? Quanto petróleo foi descoberto? Essas comparações precisam ser examinadas, porque a imprensa está confundindo, como sempre, investigação com sensacionalismo. Se há problemas em alguma obra na Abreu Lima, isso não invalida a sua importância estratégica para elevar a capacidade de refino no país.
Pela primeira vez, em sua história, o Brasil caminha para se tornar independente em seu próprio abastecimento de gasolina, o que levará a uma economia de dezenas, ou mesmo centenas de bilhões de dólares, ao longo dos próximos anos, porque não precisaremos mais importar gasolina ou diesel, e, ao contrário, seremos exportadores de petróleo refinado.
Essas contas precisam ser divulgadas. Quanto o Brasil ganhará, em dez anos, quando a Abreu Lima estiver pronta? Qual a importância geopolítica, para um país, de possuir uma refinaria como a Abreu Lima, que usará tecnologia de ponta, e será uma das unidades mais modernas do mundo em seu campo de atuação?
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