segunda-feira, 23 de junho de 2014

BARBOSA ÚLTIMO ATO: TEATRO OU CINEMA ?


Mesmo sabendo que será derrotado na votação dos recursos dos réus da Ação Penal 470, o 
presidente demissionário do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, decidiu pautá-los 
para quarta (25); objetivo é ter a oportunidade de fazer um derradeiro discurso de justiceiro 
antes de deixar a Suprema Corte; nos meios jurídicos, sua saída é vista com alívio em razão dos 
abusos em série que cometeu.

Na despedida do STF, Barbosa escolhe enfrentamento

Kennedy Alencar 

O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Joaquim Barbosa, escolheu uma saída em grande
estilo da mais alta corte de Justiça do país. Atendeu ao pedido do novo relator do processo do
mensalão, o ministro Luís Roberto Barroso, de colocar os recursos de condenados no processo do
mensalão na pauta do plenário do tribunal na próxima quarta-feira, 25 de junho.
Barbosa respondeu à ameaça de Barroso de decidir sozinho, caso os recursos não fossem analisados
pelo conjunto do STF antes do recesso do Judiciário. O presidente do STF escolheu o enfrentamento.
Ele sabe que a tendência é ser derrotado. O mais provável é o acolhimento dos recursos pelos colegas
de Supremo.
No entanto, ao pautar esses assuntos, Barbosa terá a oportunidade de marcar novamente a sua posição
_rigorosa no combate à corrupção, na visão de alguns, ou exagerada em relação ao PT, na opinião de
outros.
Há possibilidade de um discurso duro, justificando a saída antecipada do STF justamente porque o
tribunal estaria, com uma nova composição, revendo o julgamento de 2012. Existe chance de mais
uma reprimenda aos demais ministros.
Novato no tribunal, Barroso resolveu fazer um contraponto incisivo a Barbosa. Ele substituiu Ricardo
Lewandowski como o principal desafiante do mais popular presidente da história do Supremo.
Na próxima quarta, está previsto o julgamento do pedido de José Genoino, ex-presidente do PT, para
deixar o presídio da Papuda e passar a cumprir o resto da pena em prisão domiciliar.
Deverá ser analisada também a solicitação de trabalho externo do ex-ministro da Casa Civil José
Dirceu. Barbosa indeferiu esse pleito.
Na sequência, deverão ser votados os pedidos de outros réus para retornar ao trabalho: Delúbio Soares
(ex-tesoureiro do PT), Romeu Queiroz (ex-deputado federal) e Rogério Tolentino (ex-advogado de
Marcos Valério). Barbosa revogou as licenças de trabalho desses três condenados..
Será uma sessão histórica.
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