quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Maduro diz que rendição de opositor foi negociada por presidente do Legislativo


Trabalhadores petrolíferos convocaram marcha em apoio ao governo Nicolás Maduro em 
Caracas.

O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, afirmou que a decisão do dirigente opositor Leopoldo López de se entregar durante uma marcha nesta terça-feira (18/02) foi negociada com o governo. Em discurso no final da tarde de hoje, após outra manifestação, de trabalhadores petrolíferos que apoiam o chavismo, Maduro explicou que o presidente do poder Legislativo, Diosdado Cabello, teve função central no diálogo com López.
“Chegou-se a um acordo amigável para cumprir a lei e Leopoldo López aceitou entregar-se em paz à Justiça venezuelana”, expressou Maduro, afirmando ter recebido informações de que a ultradireita de Miami e da Venezuela mobilizou “grupos estranhos” para matar o opositor e gerar uma “guerra civil” no país.
Segundo ele, após sua orientação, Cabello passou “três madrugadas” conversando com a família do opositor para chegar a um pacto que estabelecesse o acordo. “Eu sei que o pai e a mãe dele sabem que nós salvamos seu filho”, disse. “Nós terminamos cuidando da vida de Leopoldo López”, expressou.
Maduro afirmou ainda que Cabello estava transportando pessoalmente o opositor a uma prisão fora de Caracas. O partido Vontade Popular, dirigido por López, no entanto, informou por meio do Twitter que o opositor se encontrava no Palácio de Justiça, no centro de Caracas, realizando uma audiência de apresentação.
A fiscal da Promotoria-Geral da República, Luisa Ortega Díaz, afirmou, também por meio da rede social, que nas próximas horas o ministério apresentará o opositor ao tribunal “com a garantia de todos seus direitos”.
Discurso de Maduro
López teve uma ordem de captura emitida e é investigado por suposta participação nos atos de violência registrados do país na última quarta-feira (12/02), quando distúrbios em protestos deixaram três mortos e mais de 60 feridos em todo o país.
No discurso de hoje, realizado no Palácio de Miraflores diante de uma multidão de trabalhadores do setor petrolífero, Maduro afirmou que manterá o rumo “da democracia, das transformações pacíficas, legais, constitucionais”. Segundo ele, pessoas envolvidas em atos de violência no país terão que enfrentar a Justiça.


Em seu discurso, o presidente, Nicolás Maduro, criticou as declarações do presidente 
colombiano, Juan Manuel Santos.

Maduro questionou declarações do presidente colombiano, Juan Manuel Santos, sobre a situação na Venezuela. Hoje, segundo a imprensa, Santos disse: “Fazer votos para que se respeitem e fortaleçam os princípios democráticos. Instamos o governo e a oposição a dialogarem a que se sentem a dialogar sem olhar para trás para que possa haver um mínimo de reconciliação política”.

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