segunda-feira, 29 de julho de 2013

Entre dor e orgulho, venezuelanos comemoram 59 anos do nascimento de Hugo Chávez


Deisy Pacheco preparou um bolo para homenagear o líder venezuelano.

"É difícil aparecer outro homem como ele. Ele me deu muito, ensinou a defender meus direitos. Eu estudei na missão Robinson [programa de alfabetização destinado a adultos iletrados] porque ele deu oportunidade aos que menos têm. Esse foi o único presidente que deu direitos aos mais pobres, nos deu futuro. Os outros queriam nos manter por baixo”, disse a Opera Mundi, garantindo que Maduro está cumprindo com as expectativas dos chavistas por estar “trabalhando muito”.
Na plateia, durante o discurso de Maduro, Deisy del Mar Pacheco, de 61 anos, balançava um bolo, preparado especialmente para o dia em que Chávez completaria 59 anos. “Fizemos este bolo para cantar feliz aniversário para o nosso comandante. Vamos nos reunir amanhã de tarde na Praça Bolívar para cantar e parti-lo”, diz ela, que coordena o Movimento de Mulheres Afrodescendentes da Venezuela. Pacheco contou que, apesar da ajuda da filha, passou a noite em claro para preparar o bolo.
“Essa é uma pergunta que eu gostaria de evadir” diz, quando questionada sobre a sensação de comemorar a data pela primeira vez sem a presença física de Chávez. “É muito forte, irmã, é muito triste, dói no mais profundo. Eu nunca pensei que ele fosse ir embora tão jovem, tão rápido. Acho que não há no mundo um país em que suas mulheres, sua gente, desfrute tanto de um presidente, como desfrutamos de Chávez, ao máximo”, expressa, às lágrimas.
O estrondo dos fogos de artifício ecoou por longos minutos no bairro 23 de Enero, em Caracas, na noite deste domingo (28/07), dia em que Hugo Chávez completaria 59 anos de vida. Com um ato no Quartel da Montanha, que abriga o mausoléu do presidente venezuelano, centenas de apoiadores da denominada “Revolução Bolivariana” participaram da homenagem pelo aniversário do líder.
Apesar de quase cinco meses terem se passado desde a morte de Chávez, ocorrida em 5 de março, muitos de seus apoiadores ainda resistem a acreditar na perda. De fato, a canção de “feliz aniversário” foi entoada em mais de uma oportunidade pelos presentes. Bonecos, cartazes e bustos do líder, assim como bolos de aniversário, eram levantados pelo público do evento, no qual estiveram presentes o atual presidente do país, Nicolás Maduro, e muitos de seus ministros.


Discurso de Maduro exaltou legado de Chávez para a Venezuela

Em seu discurso, Maduro pediu que “a dor e o amor” por Chávez fossem convertidos em “ação diária e permanente” para a consolidação do modelo mantido pelo governo do país nos últimos 14 anos. “Homens assim nascem a cada 300 anos, são fenômenos da natureza, fenômenos excepcionais da história dos povos, homens que acumulam a força da história e são capazes de levantar seus povos”, expressou, sobre o falecido presidente.
O apreço por Chávez era visível mesmo fora do quartel. Centenas de chavistas se reuniram nas redondezas da construção à espera de Maduro, gritando consignas como “Chávez vive, a luta segue”. Uma bandeira do MBR-200 (Movimento Bolivariano Revolucionário 200), fundado quando o icônico líder venezuelano ainda era um jovem militar, em 1982, era flameada por um apoiador, que tentava entrar no quartel.
Durante a chegada de representantes do governo, como o vice-presidente Jorge Arreaza, moradores de edifícios nas redondezas do quartel podiam ser vistos nas janelas e terraços, agitando bandeiras e gritando palavras de ordem.
Com uma foto de Chávez presa no chapéu de palha, e uma variedade de cartazes nas mãos para levantar durante o evento, a faxineira e ativista Ana de Castellano, de 52 anos, conta que ainda chora muito pela perda do presidente.
“Essa é uma pergunta que eu gostaria de evadir” diz, quando questionada sobre a sensação de comemorar a data pela primeira vez sem a presença física de Chávez. “É muito forte, irmã, é muito triste, dói no mais profundo.
Eu nunca pensei que ele fosse ir embora tão jovem, tão rápido.
Acho que não há no mundo um país em que suas mulheres, sua gente, desfrute tanto de um presidente, como desfrutamos de Chávez, ao máximo”, expressa, às lágrimas.
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