quarta-feira, 7 de março de 2012

"Isso não é um jogo", diz Obama a republicanos sobre guerra contra o Irã


Em coletiva, presidente defendeu saída diplomática para conflitos e também descartou ataque à Síria

"Quando vejo a facilidade como falam de guerra, me lembro dos custos que isso envolve, em termos de enviar homens e mulheres para a batalha, o impacto em suas vidas, na nossa segurança nacional e na nossa economia. Isso não é um jogo". A forte declaração foi uma resposta do presidente dos EUA, Barack Obama, às críticas dos pré-candidatos republicanos sobre a postura da Casa Branca a respeito do programa nuclear iraniano. "É o que dizem na campanha. Esse pessoal não tem uma série de responsabilidades (que eu tenho). Não são o comandante-em-chefe (das Forças Armadas)", disse Obama.
Em entrevista coletiva nesta terça-feira (06/03), o presidente norte-americano afirmou que "ainda há margem" para resolver o impasse com o Irã de maneira diplomática. "Cada vez que optamos por uma ação militar há um preço a pagar. Às vezes é necessário, mas não é algo que vamos realizar sem pensar. Quando agimos sem pensar, a questão acaba envolvida em política, cometemos erros e não somos nós que pagamos o preço, mas os uniformizados (soldados)", declarou.
No dia anterior, o presidente norte-americano havia se reunido com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, em um encontro de três horas, para falar sobre a questão iraniana. Israel insinuou que cogita atacar as instalações nucleares iranianas nos próximos meses, pois considera o projeto atômico do país “uma ameaça grave demais”.
Os EUA disseram se opor à inciativa, argumentando que um ataque preventivo transformaria o Irã em vítima e teria sérias consequências na economia e segurança mundiais.
Síria
Ainda na entrevista, o presidente norte-americano afirmou que atacar a Síria de forma unilateral seria "um erro".
Depois de parlamentares republicanos terem pedido ataques aéreos contra o regime de Bashar al-Assad, Obama indicou que a situação na Síria é muito mais complicada que na Líbia - onde os EUA apoiaram ataques aéreos no ano passado, contra o então líder Muamar Kadafi. "Devemos pensar no que é efetivo e convém a nossa segurança nacional", disse Obama.
Até o momento, lembrou o presidente, a comunidade internacional não conseguiu mostrar a mesma unidade contra o regime Assad como mostrou no ano passado contra Kadafi.
Super-terça
A entrevista coletiva acontece no mesmo dia em que o Partido Republicano enfrenta a chamada "Super Terça", quando são realizadas eleições primárias em dez estados norte-americanos. Devem ser escolhidos hoje mais de 400 delegados, dos 1.144 necessários para conseguir a candidatura do partido à Presidência dos EUA.
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