No Blog da Perereca
É
a hora e a vez do senador tucano Mário Couto Filho: ele e mais 15
pessoas, incluindo a filha dele, a deputada estadual Cilene Couto, foram
denunciados hoje em Ação Civil Pública ajuizada pelo Ministério Público
Estadual. Todos são acusados de participação no esquema de fraudes da
Folha de Pagamentos da Assembléia Legislativa do Pará (Alepa), no
período entre fevereiro de 2003 e janeiro de 2007.
E
mais: fonte do MPE garantiu ao blog que até segunda-feira vem por aí
nova ação de improbidade administrativa envolvendo o período em que a
Alepa era comandada por Mário Couto. O foco do novo processo serão as
milionárias fraudes em licitação que teriam ocorrido naquela época, um
esquema no qual teria pontificado, entre outras, a empresa Croc Tapioca.
Na
ACP ajuizada hoje pelos promotores Nelson Medrado e Arnaldo Azevedo
foram denunciados, além de Mário Couto e Cilene, o deputado estadual
Haroldo Martins e Silva (DEM), ex-primeiro secretário da Alepa, e os
servidores, ou ex-servidores, Rosana Cristina Barletta de Castro, Nila
Rosa Paschoal Setubal, Ana Carla Silva de Freitas, Waldete Vasconcelo
Seabra, Adailton dos Santos Barboza, Ana Maria Tenreiro Aranha Moreira,
Brunna do Nascimento Costa Figueiredo, Daura Irene Xavier Hage, Elzilene
Maria Lima Araujo, Jaciara Conceicao dos Santos Pina, Monica Alexandra
da Costa Pinto, Osvaldo Nazare Pantoja Paraguassu e Sada Sueli Xavier
Hage Gomes.
Segundo
o MP, as fraudes na Folha de Pagamento, nesse período entre fevereiro
de 2003 e janeiro de 2007, teriam provocado um rombo de quase R$ 2,4
milhões. Daí o pedido para que esses 16 cidadãos sejam condenados a
ressarcir o erário, além de sofrerem as demais penalidades previstas na
lei de improbidade administrativa: perda da função pública, suspensão
dos direitos políticos, proibição de contratar com a administração
pública, por exemplo.
Alguns
dos denunciados hoje não teriam se beneficiado do suposto esquema de
fraudes. É o caso, por exemplo, de Cilene Couto e de Ana Carla Freitas
(que seria mulher do vereador Carlos Augusto Barbosa, do DEM). O
problema é que tanto Ana Carla como Cilene integravam o Controle Interno
da Alepa. E o MP entende que foi a falta de fiscalização por parte do
Controle Interno a também possibilitar a ocorrência dessas fraudes.
Outros,
como as irmãs Daura e Sada Hage, Elzilene Maria Lima Araújo e Osvaldo
Pantoja Paraguassu teriam turbinado os próprios salários em milhares de
reais. Isso era possível porque a Folha que ficava arquivada na Alepa
era diferente daquela enviada ao Banpará.
Assim,
Sada teria obtido em sua conta bancária um crédito de quase R$ 472 mil,
contra os R$ 24 mil líquidos a que realmente tinha direito, pela Folha
de Pagamento arquivada na Alepa. Já no caso de Daura, a diferença a
maior em sua conta bancária teria sido de quase R$ 331 mil. Elzilene
teria levado quase R$ 408 mil a mais. E Osvaldo Paraguassu quase R$ 393
mil.
Vale
salientar, no entanto, que a ACP de hoje diz respeito apenas ao período
entre 2003 e 2007 e que o MP ainda deve ajuizar novos processos em
relação a tais fraudes, abrangendo tanto a gestão de Mário Couto, quanto
a do ex-presidente da Alepa, Domingos Juvenil, do PMDB.
A
fonte ouvida pelo blog também explicou que o foro privilegiado do
senador Mário Couto é apenas para eventuais ações criminais, e não para
ações por improbidade administrativa.
O
senador e o deputado Haroldo Martins foram denunciados na ACP porque
dirigiam a Alepa naquele período, sendo responsáveis pela nomeação e
exoneração de servidores, por exemplo, e até pela assinatura das folhas
de pagamento.
Segundo
o levantamento dos técnicos do MP, mais da metade desses quase R$ 2,4
milhões (ou R$ 1,254 milhão) teria sido “saqueada” no ano eleitoral de
2006.
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