Carta Maior
Em reunião fechada com representantes do comitê internacional do
Fórum Social Mundial, Dilma Rousseff critica duramente ação policial
contra sem teto em São Paulo. Segundo ela, governo federal negociava
solução amistosa e foi surpreendido por despejo, hipótese que não tinha
sido colocada concretamente. Ministra dos Direitos Humanos também
condena violencia.
A presidenta
Dilma Rousseff classificou de "barbárie" a operação de despejo de 1,6
mil famílias sem teto da área do Pinheirinho, em São José dos Campos
(SP), no último domingo (22). Dilma comentou o episódio nesta
quinta-feira (26) em reunião com cerca de 90 representantes do comitê
internacional do Fórum Social Mundial, em um hotel na capital gaúcha.
A presidenta foi provocada a tocar no assunto pelo
empresário Oded Grajew, ex-presidente do Instituto Ethos de
Responsabilidade Social, segundo relato feito à reportagem por uma
pessoa presente à reunião. O empresário entregou a Dilma um documento
sobre direito à moradia escrito por entidades populares que atuam na
área.
Em resposta, a presidenta criticou duramente o que aconteceu, embora,
segundo este participante, não tenha culpado ninguém especificamente.
"Pinheirinho é barbárie", disse a presidenta de acordo com relato de um
outro participante da reunião.
Segundo Dilma, o governo federal foi surpreendido, pois participava
de negociações para um desfecho amigável e em nenhum momento a hipótese
de despejo teria sido colocada concretamente – as outras autoridades na
mesa de negociação eram de São Paulo e São José dos Campos.
A presidenta teria dito, porém, apesar de discordar do que ocorreu, o
governo federal não tem muito o que fazer, pois respeita as demais
autoridades – no caso, o governo de São Paulo e a prefeitura de São José
dos Campos, ambos comandados pelo PSDB, e a Justiça paulista.
Na véspera, depois de participar de uma atividade no Fórum Social
Temático, a ministra dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, tinha
adotado a mesma posição de Dilma. Demarcou a posição diferenciada do
governo federal, mas dizendo que se deve respeita as instituições
paulistas. "Nós da área dos direitos humanos somos naturalmente a favor
de soluções pactuadas", afirmou a ministra. "O governo federal ainda
está aberto a negociar."
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