A bravura de um soldado americano
Por Mauro Santayana
Os e-mails do soldado Bradley Manning ao hacker Adrian Álamo – que o denunciou – revelam o drama de consciência do jovem diante dos horrores da guerra e da irresponsabilidade dos dirigentes do mundo. “Já não creio que haja pessoas boas e pessoas más. Há uma série de países que atuam sempre em favor de seus próprios interesses” diz a seu delator.
O pai de Manning, soldado americano, conheceu a mãe, do País de Gales, quando ali esteve servindo. Quando fez 13 anos, os pais se separaram e Manning voltou à Inglaterra.
Aos 16, deixou a escola e regressou aos Estados Unidos, onde trabalhou no balcão de uma pizzaria. AOs 18, alistou-se no Exército e, em seguida, foi designado analista da inteligência militar. É a biografia de uma pessoa comum.
O Pentágono busca desmoralizá-lo. Informa que ele sempre foi problemático, com sérios desvios de comportamento. Se assim fosse, como o teriam designado, ainda tão jovem, para analisar informações secretas? Relatórios mais recentes dizem que foi punido, rebaixado da classificação de “especialista” para a de simples soldado, depois de incidente com um colega de farda. Insinuam também que essa conduta deriva de sua condição de homossexual.
Homossexual, ou não, o diálogo com o ex-hacker Álamo, que se celebrizou em 2002, ao entrar no sistema digital do New York Times, revela um jovem de grande sensibilidade humana, com preocupação humanística universal, mas nem por isso menos patriótica.
Depois de explicar que se trata de informação “muito vulnerável”, a que obteve ao baixar os documentos, o soldado confessa: “Bem, eu mandei para o WikiLeaks. Deus sabe o que vai ocorrer a partir de agora. Espero que haja uma grande discussão mundial, com debates e reformas. Se não for assim – estamos condenados como espécie”. (…)
Clique aqui para ler a matéria na íntegra no site do Jornal do Brasil.
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