BRASÍLIA (Reuters) - O governo brasileiro editou uma portaria na noite de quinta-feira proibindo a
entrada no país por via aérea de estrangeiros vindos de 12 blocos e países, incluindo toda a União
Europeia, a China e o Japão, mas deixou de fora os Estados Unidos, que têm hoje o sexto maior
número de casos de coronavírus registrados no mundo e a segunda maior velocidade de crescimento
da epidemia.
A portaria, publicada em Edição Extra do Diário Oficial, restringe por 30 dias a entrada de
estrangeiros vindos da China, de todos os países que compõe a União Européia, Islândia, Noruega,
Suíça, Reino Unido, Irlanda do Norte, Austrália, Japão, Malásia e Coreia do Sul.
Questionado sobre as razões da escolha desses países, o Ministério da Justiça alegou maior risco de
contágio, mas não soube explicar porque os Estados Unidos não estariam então entre os países com
restrição de entrada.
De acordo com o site worldometers.com, que faz acompanhamento em tempo real dos novos caos no
mundo, o país ultrapassou 14 mil casos de coronavírus, com mais de 5 mil novos casos registrados
apenas nesta quinta, perdendo apenas para a Itália em número de novas infecções.
Ao mesmo tempo, o Japão tem apenas 943 casos e a Austrália, 756. A China, onde a epidemia
Ao mesmo tempo, o Japão tem apenas 943 casos e a Austrália, 756. A China, onde a epidemia
começou e o número de infectados passa de 80 mil, teve apenas 39 novos doentes nesta quinta, e a
Coreia do Sul, considerado um caso de sucesso no controle da epidemia, tem hoje 8,6 mil doentes,
mas registrou apenas 239 novos.
Foi nos Estados Unidos que boa parte da comitiva do presidente Jair Bolsonaro foi infectada pelo
coronavírus, depois da viagem presidencial a Miami, há 10 dias. Hoje, 15 membros da comitiva já
registraram a infecção, entre eles o ministro de Segurança Institucional, Augusto Heleno, e o chefe
da Secretaria de Comunicação da Presidência, Fabio Wajngarten- primeiro a mostrar sintomas e ter o
vírus detectado.
A portaria não restringe a entrada de brasileiros que estejam nesses países, ou estrangeiros com
residência fixa no Brasil. Também será autorizada a entrada de pessoas em missão de organismos
internacionais e diplomatas acreditados no Brasil, estrangeiro que esteja vindo ao país para se reunir
com sua família e pessoas cuja entrada seja do interesse do governo brasileiro.
O transporte de cargas também continua liberado.
Mais cedo, o governo já havia editado portaria fechando as fronteiras terrestres do país com o
restante da América do Sul, com exceção do Uruguai, com quem há uma negociação em separado.
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