sexta-feira, 14 de fevereiro de 2020

Jornalistas que investigavam morte de Adriano da Nóbrega são presos pela PM da Bahia

Mesmo identificados como jornalistas, os repórteres Hugo Marques e Cristiano Mariz, da Veja, 
foram detidos pela PM baiana na manhã desta sexta-feira 14 enquanto tentavam entrevistar o 
fazendeiro Leandro Abreu Guimarães, suspeito no caso do miliciano morto, ligado à família de 
Bolsonaro.
247 - Dias depois de assassinar o ex-capitão da Polícia Militar Adriano da Nóbrega, a PM da Bahia 
prendeu nesta sexta-feira 14 dois repórteres que investigavam a morte do miliciano ligado à família 
de Jair Bolsonaro.
Mesmo identificados como jornalistas, os repórteres Hugo Marques e Cristiano Mariz, da Veja, 
foram detidos enquanto tentavam entrevistar o fazendeiro Leandro Abreu Guimarães, suspeito no 
caso do assassinato.
Segundo a Veja, os jornalistas foram cercados, revistados e depois conduzidos à delegacia. Os 
policiais apreenderam o gravador de Marques com diversas entrevistas realizadas ao longo da 
semana.
A revista publicou na noite desta quinta fotos do corpo de Adriano, que reforçam a tese de que ele foi 
executado - e não morto em meio a um tiroteio, como foi alegado pelas polícias do Rio e da Bahia, 
que realizaram a operação.
O laudo sobre a morte registrou ainda que dois tiros foram disparados contra Adriano a uma 
distância curta. "Além disso, as imagens revelam um ferimento na cabeça do ex-capitão, logo abaixo 
do queixo, queimaduras do lado esquerdo do peito e um corte na testa", diz a reportagem.
O repórter Hugo Marques e o repórter fotográfico Cristiano Mariz, de VEJA, foram detidos na 
manhã desta sexta-feira, 14, enquanto tentavam localizar o fazendeiro Leandro Abreu Guimarães, 
testemunha-chave para esclarecer as circunstâncias da morte do ex-capitão Adriano da Nóbrega. Os 
jornalistas tentavam entrevistar o fazendeiro, quando foram cercados por duas viaturas da Polícia 
Militar da Bahia. Hugo e Mariz, que estavam dentro de um carro no momento da abordagem,  se 
identificaram e exibiram suas credencias de imprensa. Ainda assim, os policiais, de armas em punho, 
determinaram que os dois saíssem do carro e se apoiassem em um muro, onde foram revistados. 
“Como é que vocês descobriram esse endereço?”, indagou várias vezes um dos soldados.
Depois da revista, a polícia apreendeu o gravador do jornalista. Nele, havia diversas entrevistas feitas 
ao longo da semana sobre a controversa operação que resultou na morte de Adriano da Nóbrega. Os 
jornalistas receberam a ordem de seguir as viaturas até o distrito policial de Pojuca. Lá, agentes da 
polícia civil voltaram a questioná-los sobre o motivo da presença deles na cidade. Leandro Abreu é o 
fazendeiro que deu abrigo ao ex-capitão no município de Pojuca e uma das últimas pessoas a vê-lo 
com vida. Na delegacia, o gravador foi devolvido e os jornalistas liberados após 20 minutos. Um 
agente que se identificou como Sérgio Pinheiro informou a VEJA que a detenção dos repórteres foi 
uma medida de segurança. “Eles estavam parados em frente à residência de uma testemunha desse caso aí”, explicou.

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