Mesmo identificados como jornalistas, os repórteres Hugo Marques e Cristiano Mariz, da Veja,
foram detidos pela PM baiana na manhã desta sexta-feira 14 enquanto tentavam entrevistar o
fazendeiro Leandro Abreu Guimarães, suspeito no caso do miliciano morto, ligado à família de
Bolsonaro.
247 - Dias depois de assassinar o ex-capitão da Polícia Militar Adriano da Nóbrega, a PM da Bahia
247 - Dias depois de assassinar o ex-capitão da Polícia Militar Adriano da Nóbrega, a PM da Bahia
prendeu nesta sexta-feira 14 dois repórteres que investigavam a morte do miliciano ligado à família
de Jair Bolsonaro.
Mesmo identificados como jornalistas, os repórteres Hugo Marques e Cristiano Mariz, da Veja,
foram detidos enquanto tentavam entrevistar o fazendeiro Leandro Abreu Guimarães, suspeito no
caso do assassinato.
Segundo a Veja, os jornalistas foram cercados, revistados e depois conduzidos à delegacia. Os
policiais apreenderam o gravador de Marques com diversas entrevistas realizadas ao longo da
semana.
A revista publicou na noite desta quinta fotos do corpo de Adriano, que reforçam a tese de que ele foi
A revista publicou na noite desta quinta fotos do corpo de Adriano, que reforçam a tese de que ele foi
executado - e não morto em meio a um tiroteio, como foi alegado pelas polícias do Rio e da Bahia,
que realizaram a operação.
O laudo sobre a morte registrou ainda que dois tiros foram disparados contra Adriano a uma
O laudo sobre a morte registrou ainda que dois tiros foram disparados contra Adriano a uma
distância curta. "Além disso, as imagens revelam um ferimento na cabeça do ex-capitão, logo abaixo
do queixo, queimaduras do lado esquerdo do peito e um corte na testa", diz a reportagem.
O repórter Hugo Marques e o repórter fotográfico Cristiano Mariz, de VEJA, foram detidos na
manhã desta sexta-feira, 14, enquanto tentavam localizar o fazendeiro Leandro Abreu Guimarães,
testemunha-chave para esclarecer as circunstâncias da morte do ex-capitão Adriano da Nóbrega. Os
jornalistas tentavam entrevistar o fazendeiro, quando foram cercados por duas viaturas da Polícia
Militar da Bahia. Hugo e Mariz, que estavam dentro de um carro no momento da abordagem, se
identificaram e exibiram suas credencias de imprensa. Ainda assim, os policiais, de armas em punho,
determinaram que os dois saíssem do carro e se apoiassem em um muro, onde foram revistados.
“Como é que vocês descobriram esse endereço?”, indagou várias vezes um dos soldados.
Depois da revista, a polícia apreendeu o gravador do jornalista. Nele, havia diversas entrevistas feitas
ao longo da semana sobre a controversa operação que resultou na morte de Adriano da Nóbrega. Os
jornalistas receberam a ordem de seguir as viaturas até o distrito policial de Pojuca. Lá, agentes da
polícia civil voltaram a questioná-los sobre o motivo da presença deles na cidade. Leandro Abreu é o
fazendeiro que deu abrigo ao ex-capitão no município de Pojuca e uma das últimas pessoas a vê-lo
com vida. Na delegacia, o gravador foi devolvido e os jornalistas liberados após 20 minutos. Um
agente que se identificou como Sérgio Pinheiro informou a VEJA que a detenção dos repórteres foi
uma medida de segurança. “Eles estavam parados em frente à residência de uma testemunha desse caso aí”, explicou.
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