terça-feira, 7 de janeiro de 2020

Terrorismo: O dia em que os EUA explodiram um avião do Irã com 290 pessoas (66 crianças).


por Kiko Nogueira
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Um episódio infame, lembrado pelo presidente do Irã no Twitter em sua resposta ao estúpido Donald 
Trump, ajuda a entender a tensão entre iranianos e americanos.
Após a ameaça de Trump de destruir 52 alvos dos inimigos, Hassan Rouhani escreveu sobre a 
necessidade de se “lembrar do número 290. Nunca ameace a nação iraniana”.
Terminou com a hashtag #IR655 — número do vôo numa tragédia causada pelos EUA.
Na manhã de 3 de julho de 1988, um navio de guerra chamado USS Vincennes disparou dois mísseis 
contra um Airbus A300 da Iran Air, eliminando as 290 pessoas a bordo, entre elas 66 crianças.
Havia cidadãos de Índia e Itália, entre outros países, a bordo.
O destino era Dubai, a um hora de distância, e a aeronave explodiu sobre o estreito de Ormuz.
O capitão William C. Rogers declarou ter achado que era um caça iraniano do tipo F-14 Tomcat 
prestes a atacar.As supostas tentativas de contato ocorreram na frequência militar, inexistente no 
Airbus, e no modo emergencial civil, em que as mensagens não têm destinatário certo.
Os relatos de oficiais americanos de que o avião estava em posição de confronto — voltado para 
baixo — foram desmentidos.
O Irã classificou o acidente de “ato bárbaro” e “atrocidade”.
Apenas em 1996 a Corte Internacional de Justiça obrigou o governo americano a indenizar as 
famílias em cerca de 300 mil dólares por vítima.
Os Estados Unidos, porém, nunca assumiram a responsabilidade. Estão, sempre estiveram, acima 
disso.
Os assassinos foram premiados. Rogers ganhou a prestigiosa medalha da Legião do Mérito e saiu de 
cena como herói nacional.
O então vice-presidente George Bush (o pai) falou o seguinte na ocasião: “Eu nunca pedirei 
desculpas pelos EUA. Nunca. Não ligo para os fatos”.
É esta a nação que o capacho Jair Bolsonaro está seguindo numa guerra como o sabujo que é, o nariz 
enfiado nas partes íntimas e sangrentas de seu dono.

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