sábado, 7 de dezembro de 2019

Incansáveis, chilenos completam 50 dias de protestos


Estadão:
Milhares de chilenos marcharam pelas ruas de Santiago nesta sexta-feira, 6, para pressionar o
presidente Sebastián Piñera a tomar ‘medidas profundas’ que reduzam a desigualdade no país, que 
completa 50 dias de protestos.
Reunidos na Plaza Italia, o epicentro dos protestos durante as últimas sete semanas, os manifestantes 
demonstraram força após vários dias de calorosas chamadas. “Entendo que há medo de sair e 
protestar, mas precisamos continuar pressionando o presidente até vencermos”, disse a manifestante 
Romina Sánchez à agência Efe.
Para Sánchez, o governo “não quis escutar” porque, em vez de apelar ao diálogo, promoveu “leis 
cada vez mais repressivas”, referindo-se à lei aprovada na quarta-feira passada pela Câmara dos 
Deputados que endurece as penas para saques e excessos públicos.

Após mais de dois meses de protestos massivos contra o governo do presidente Sebastián Piñera, o
Instituto Nacional de Direitos Humanos do Chile (INDH) apresentou nesta sexta-feira (06/12) um 
novo balanço das vítimas deixadas pela forte repressão dos Carabineros (polícia militar chilena) com 
um total de 3449 feridos.
Pelo Twitter, a entidade declarou que entre os feridos se encontram 2767 homens, 397 mulheres e 
254 crianças e adolescentes. O levantamento foi iniciado em 17 de outubro.
Sobre as vítimas com ferimentos oculares, o INDH informou que o número aumentou para 352 
pessoas, das quais 331 possuem uma lesão ou um trauma, enquanto que outras 21 apresentaram 
perda da visão.
Foram contabilizados 1983 casos de feridos por disparos. Especificamente 1554 receberam balas de 
borracha, 198 foram feridos com uma arma não identificada, 180 agressões com bombas e 51 com 
balas.
Além disso, 1383 violações da lei foram cometidas, sendo a mais recorrente o uso excessivo da força 
em prisões com 787 casos, as torturas e outros tratos cruéis em 405 ocasiões e violência sexual em 
192.
O INDH visitou 8812 pessoas, entre elas 6257 homens e 1300 mulheres, assim como 1024 crianças e 
adolescentes.

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