sábado, 16 de novembro de 2019

TOFFOLI PREPARA O ESCÂNDALO DA ARAPONGAGEM COAF/MPF


POR FERNANDO BRITO 
Para quem não está entendendo a atitude do presidente do Supremo, José Carlos Dias Toffoli, de
recusar o pedido de reconsideração feito pelo Procurador Geral da República, Augusto Aras, para 
revogar seu pedido de envio de todos os relatórios produzidos pelo antigo Coaf, agora Unidade de 
Inteligência Financeira, recomendo refletir porque era tão importante mante-lo sob o comando de 
Sérgio Moro.
O que Dias Toffoli prepara para o julgamento, no dia 20, da liminar com que mandou suspender 
todas as investigações desenvolvidas com base nestes relatórios é a revelação de que havia, entre as 
instituições fiscais e o Ministério Público um esquema de fast track, uma espécie de via rápida de 
vigilância sobre centenas de milhares de pessoas, especialmente ocupantes de cargos 
governamentais, políticos e integrantes das cortes judiciais superiores – e de suas famílias – para a 
formação de “paiós” de informações potencialmente escandalosas contra quem interessasse investir 
ou, ainda, paraserem usadas como represália a quem se opusesse ao esquemas de poder dos 
procuradores ou de quem eles quisessem beneficiar.
Toffoli, ao apresentar seu relatório no julgamento da liminar, quer informar a seus pares que duas 
contas bancárias estavam, permanentemente, sob vigilância. Também quer dar a conhecer, com 
números e, claro, sem nomes, que o mesmo ocorre com parlamentares federais, na Câmara e no 
Senado.
O presidente do Supremo quer evidenciar indícios de que, havia uma composição política para que o 
Coaf “abastecesse” automaticamente o Ministério Público – e, notadamente, as várias “”forças-
tarefa” da Lava Jato sobre pessoas que, a partir dos relatórios teriam abertos ou prontos para abrirem-
se procedimentos investigatórios e inquéritos contra elas.
A mídia está tratando o caso como se Toffoli pretendesse acessar os dados das 600 mil pessoas – 412 
mil físicas e 186 mil jurídico-empresariais -, o que não vai ocorrer. Eles serão apenas acautelados no 
Supremo, como prova das arapongagens.
O esquema de Sergio Moro no Coaf, que já estava abalado desde a transferência para o Banco 
Central, ruiu de vez.
Toffoli vai expô-lo no Supremo. Vai contar o “milagre”, ainda que não deva falar no “nada santo”.

Um comentário:

Jerryl disse...

ANDE COM ISSO. FAÇA-O NA PERFEIÇÃO POIS O POVO QUER VER AÇÃO DO/NO STF, JÁ.