quarta-feira, 27 de novembro de 2019

OS DIALOGOS ENTRE GEBRAN E PILLANTROL NA VAZA JATO

O jornalista Leandro Demori, do site Intercept Brasil, lembrou no Twitter a denúncia da Vaza 
Jato em que o relator da Lava Jato no TRF-4, João Pedro Gebran Neto, teve diversos diálogos 
impróprios com Deltan Dallagnol, que cita "encontros fortuitos" com o desembargador para 
negociar a condenação de réus.
247 - O jornalista Leandro Demori, do site Intercept Brasil, que vem divulgando irregularidades da 
Operação Lava Jato, lembrou no Twitter, que, em julho deste ano, o Intercept Brasil e Veja 
denunciaram que o relator da Operação Lava Jato no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-
4), João Pedro Gebran Neto,
teve diversos diálogos impróprios com procuradores do Ministério Público Federal (MPF). Em uma 
das conversas, o procurador Deltan Dallagnol cita "encontros fortuitos" com Gebran para negociar a 
condenação de réus.
"Falei com ele umas duas vezes, em encontros fortuitos, e ele mostrou preocupação em relação à 
prova de autoria sobre Assad…", afirmou Dallagnol ao procurador Carlos Augusto da Silva Cazarré, 
da força-tarefa da Procuradoria Regional da República da 4ª Região, que atua junto ao TRF4.
O coordenador da força-tarefa em Curitiba cita Adir Assad, um dos operadores de propinas da 
Petrobrás e de governos estaduais. Assad foi condenado pelo então juiz Sergio Moro a nove anos e 
dez meses de prisão.
Dalla­gnol pediu ao colega que não comente com Gebran o episódio do encontro fortuito "para evitar 
ruído”.
Na rede social, Demori também publicou uma sequência de posts para demonstrar a afinidade entre o 
desembargador João Pedro Gebran Neto, relator da Lava Jato no Tribunal Regional Federal da 4ª 
Região (TRF-4), e o ex-juiz Sérgio Moro, atual ministro da Justiça.
"Mais sobre Gebran Neto: é amigo de Sérgio Moro, de quem foi colega de mestrado na Universidade 
Federal do Paraná, no início dos anos 2000. Os dois foram orientados pelo mesmo professor, 
Clèmerson Merlin Clève", escreveu Demori.
"Na seção de agradecimentos do livro A Aplicação Imediata dos Direitos e Garantias Individuais, 
com base na sua tese de mestrado, Gebran descreve Moro como um 'homem culto e perspicaz'", 
complementou.
O jornalista citou uma frase escrita por Gebran no livro. "Nossa afinidade e amizade só fizeram 
crescer nesse período, sendo certo que [Moro] colaborou decisivamente com sugestões e críticas para 
o resultado deste trabalho", disse o desembargador.
Demori lembrou que, "em outubro de 2016, os advogados de Lula ingressaram com um pedido no 
TRF4 para que o desembargador fosse substituído, já que é amigo de Moro". "O próprio Gebran 
julgou seu caso (e o rejeitou)", afirmou. "Em dezembro, o mérito da suspeição foi analisado de modo 
definitivo pelo TRF4, e negado por unanimidade".
Nesta quarta-feira (27), Gebran negou que Moro tenha agido com parcialidade na condução do 
processo contra o ex-presidente Lula no sítio em Atibaia e negou irregulariades no fato de a juíza 
Gabriela Hardt ter copiado e colado parte da decisão de Moro sobre o Triplex do Guarujá (SP).
Em sua decisão, o desembargador aumentou a pena de Lula para 17 anos, 1 mês e 10 dias de prisão. 
A pena em primeira instância, imposta por Gabriela Hardt, era de 12 anos e 11 meses de prisão (leia 

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