POR FERNANDO BRITO
Veja, Está na Folha de S. Paulo: Mais da metade do orçamento do governo Jair Bolsonaro para a
implementação das escolas cívico-militares em 2020 será destinado ao pagamento de oficiais da
reserva das Forças Armadas. Dos R$ 54 milhões reservados para a ação, R$ 28 milhões serão
repassados para o Ministério da Defesa pagar pessoal.
Pronto, está aí para quem quiser ver o que é este projeto: criar vagas para que oficiais da reserva do
Pronto, está aí para quem quiser ver o que é este projeto: criar vagas para que oficiais da reserva do
Exército (e da PM, em alguns estados) possam desempenhar um “bico” no papel de inspetores
superpoderosos em escolas públicas, uma vez que não estão – como regra – capacitados para o
exercício de atividades pedagógicas.
Vão mandar formar no pátio, ensinar a fazer fila indiana, a cobrir (não se lembra? esticar a mão até
Vão mandar formar no pátio, ensinar a fazer fila indiana, a cobrir (não se lembra? esticar a mão até
tocar o companheiro da frente para uniformizar a distância entre as fileiras…), mandar cortar o
cabelo mais curto e mandar cantar os hinos…
Um “de volta para o passado” das escolas públicas, onde fazíamos isso e – adivinhe – sem militar
algum dentro delas.
Está certo, a vida é dura e os capitães e majores precisam não só dos caraminguás que o programa
Está certo, a vida é dura e os capitães e majores precisam não só dos caraminguás que o programa
pingará em seus orçamentos domésticos como, também, do efeito terapêutico de ter alguém em
quem mandar, depois que perderam os recrutas do quartel que lhes diziam “senhor, sim, senhor!”
E, claro, isso vai fazer minguar ainda mais a já hoje rala autoridade do professor: ou o militar sera
seu “segurança” ou, claro, o seu “superior”.
E quando surgir um destes comuníssimos conflitos de escola, entre pais, professores e diretores, o
que se vai dizer, que “é uma ordem, soldado”?
O projeto é algo destinado a virar algo como um “plano Recruta Zero”, onde não faltarão
atrapalhados como os personagens dos quadrinhos.
Nada mal para um país que quer trocar Paulo Freire e Darcy Ribeiro pelo Capitão Durindana.
Nada mal para um país que quer trocar Paulo Freire e Darcy Ribeiro pelo Capitão Durindana.
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