quinta-feira, 14 de novembro de 2019

Família do Presidente do Senado acumulou dinheiro e poder com grilagem e devastação ambiental no Amapá

Reportagem do site The Intercept, publicada nesta quinta-feira (14), revela que a família do 
presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM), enriqueceu e acumulou poder com a grilagem 
de terras no Amapá. "Há desde a apropriação de terrenos do Departamento Nacional de 
Infraestrutura de Transportes, o Dnit, até a compra de áreas já griladas por multinacionais", 
diz o texto.
Reportagem do site The Intercept, publicada nesta quinta-feira (14) em parceria com o De Olho nos 
Ruralistas, revela que a família do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), enriqueceu e 
acumulou poder com a grilagem e a devastação do meio ambiente no Amapá. “A especialidade: 
grilagem de terras públicas", destaca reportagem . Como mostram processos judiciais, aos quais o 
Intercept teve acesso, há desde a apropriação de terrenos do Departamento Nacional de Infraestrutura 
de Transportes, o Dnit, até a compra de áreas já griladas por multinacionais e agora em disputa na 
justiça”, destaca o texto.
O texto destaca que até mesmo terras pertencentes ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma 
Agrária(Incra), que deveriam ser empregadas na implantação de assentamentos rurais, foram 
incorporadas por familiares de Alcolumbre, como uma área de 108,22 hectares que pertence ao 
Incra, batizada de Fazenda São Miguel, na Vila Santa Luzia do Pacuí, e “que está embargada pelo 
Ibama stá embargada pelo Ibama, em função da devastação da flora, desde 2016. Ali, um primo do 
senador, Salomão Alcolumbre, conhecido como Salomãozinho, implantou uma criação de búfalos. 
“Pela devastação, o instituto aplicou uma multa de R$ 109 mil a Salomãozinho, que ainda não foi 
paga. O valor corresponde a 10% do total de multas que a família Alcolumbre recebeu nos últimos 
dez anos por descumprir a legislação ambiental, segundo dados do próprio Ibama. Essas multas 
somam mais de R$ 1 milhão em um estado que gosta de se vender como verde – 70% do território 
do Amapá é composto por áreas protegidas”, observa a reportagem.
Segundo a reportagem, pescadores locais afirma que a polícia faz vista grossa à devastação feita pela 
família do parlamentar enquanto reprime a atividade pesqueira “Eles fiscalizam o pescador, 
impedem a pesca regular inclusive, mas fazem vistas grossas ao desmatamento dos fazendeiros. Um 
sargento chegou a participar dessas ações mesmo estando de férias. Depois, se aposentou e virou o 
gerente da terra dele”, disse um pescador ao The Intercept. 
A reportagem também observa que “a vida dos Alcolumbre é cercada por negócios em família. Davi 
tem como no Senado o irmão Josiel, apelido de José Samuel. Ele é sócio da TV Amazônia, 
retransmissora do SBT no estado. A sua família materna, a Alcolumbre (o sobrenome paterno de 
Davi é Tobelem), controla ainda outras emissoras de rádio e TV no Amapá. A Organizações José 
Alcolumbre é dona da TV Macapá, retransmissora da Rede Bandeirantes. O tio que dá nome ao 
grupo chegou inclusive a ser preso em 2006, pela Operação Alecto, da Polícia Federal, que 
investigava corrupção, tráfico de influência e crimes contra a fazenda nacional”.

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