Luis Fernando Camacho, que convocou militares para um golpe em Evo Morales, foi
recebido por Ernesto Araújo, chanceler de Bolsonaro, em maio. Líder oposicionista é dono
de empresas offshore listadas no caso Panamá Papers, que é investigado pela Lava Jato no
Presidente do Comitê Cívico de Santa Cruz e líder do movimento golpista que tenta derrubar Evo
Morales da presidência na Bolívia, o empresário, advogado e professor universitário Luis Fernando
Camacho aparece na lista do caso que ficou conhecido como Panamá Papers como intermediáro e
dono de empresas offshore que seria usadas para lavagem de dinheiro de origem duvidosa,
especialmente em casos de corrupção.
No Brasil, os arquivos do caso Panamá Papers revelaram offshores ligadas a empresas de
No Brasil, os arquivos do caso Panamá Papers revelaram offshores ligadas a empresas de
comunicação, como a rede Globo e a editora Abril, além de centenas de personagens relacionados ao
mundo político. Em 2 de maio, Camacho compartilhou uma foto no Itamaraty, em Brasília, ao lado
do chanceler Ernesto Araújo e da deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP).
Na publicação, Camacho ressalta que recebeu instruções de Araújo sobre como agir diante da
Na publicação, Camacho ressalta que recebeu instruções de Araújo sobre como agir diante da
Constituição boliviana, que permite reeleições sucessivas no país e que teve o compromisso
“governamental” do Brasil sobre a questão.
“Conseguimos o compromisso pessoal e governamental do chanceler Ernesto Fraga Araújo de elevar
“Conseguimos o compromisso pessoal e governamental do chanceler Ernesto Fraga Araújo de elevar
como estado brasileiro e garante da cpe a encomenda de interpretação da convenção sobre a
reeleição indefinida para a cidh. O Chanceler instruiu de forma imediata e na mesma reunião que se
realize a consulta”, relatou..
Camacho, segundo informações do Correo Del Sur, intermediou a criação de três empresas offshore
Medis Overseas Corp., Navi International Holding y Positive Real Estates, sendo dono das duas
últimas.
O advogado e empresário seriam um dos responsáveis na Bolívia pelo contato com o escritório
O advogado e empresário seriam um dos responsáveis na Bolívia pelo contato com o escritório
Mossack Fonseca, principal acusado de intermediar a criação das empresas nos paraísos fiscais
administrados pela coroa britânica, ou no próprio Reino Unido.
Em 2017, Jürgen Mossack e Ramón Fonseca, sócios da empresa foram presos preventivamente como
parte de investigações relacionadas com a Operação Lava Jato no Brasil. Eles foram acusados de
manter “uma organização criminosa que se dedica a ocultar ativos e dinheiro de origens suspeitas” e
serve para “eliminar evidências de envolvidos em atividades ilícitas relacionadas ao caso Lava Jato”.
Bolívia
Camacho é o principal agitador da greve que paraliso a região de Santa Cruz, uma das principais
Camacho é o principal agitador da greve que paraliso a região de Santa Cruz, uma das principais
áreas econômicas do país, após a reeleição de Evo Morales.
Evo, que estava em uma aeronave nesta segunda-feira (4) que fez um pouso de emergência em
Evo, que estava em uma aeronave nesta segunda-feira (4) que fez um pouso de emergência em
decorrência de uma falha mecânica durante a decolagem, já denunciou as tentativas de golpe na
Bolívia.
“Alerto desde Vila Vila (povoado rural) a todo o povo boliviano: distintos setores sociais (…) se
“Alerto desde Vila Vila (povoado rural) a todo o povo boliviano: distintos setores sociais (…) se
preparam para fazer um golpe de Estado na próxima (esta) semana”, disse Evo Morales em um ato
público no dia 27.
No sábado (2), Camacho ameaçou Morales com um últimato. “(Morales) tem 48 horas para
renunciar, porque nesta segunda-feira às sete horas da noite (20h00 no horário de Brasília), vamos
tomar medidas e garantiremos sua saída”, disse.
Ele também leu uma carta dirigida aos chefes das Forças Armadas, a quem pediu para “estarem ao
Ele também leu uma carta dirigida aos chefes das Forças Armadas, a quem pediu para “estarem ao
lado do povo”, conclamando um golpe militar.
Camacho não disse quais medidas adotará, mas presume-se que possa ocupar escritórios regionais de
entidades e empresas públicas.
Nesta segunda-feira (4), Camacho anunciou que estaria preso no aeroporto próximo a La Paz
Nesta segunda-feira (4), Camacho anunciou que estaria preso no aeroporto próximo a La Paz
temendo por sua segurança depois que multidões pró-governo se reuniram do lado de fora.
Ele havia voado de seu reduto de Santa Cruz a La Paz com uma carta de renúncia pré-escrita para
Morales, depois de exortar compatriotas em um evento realizado na noite de segunda-feira a
“paralisarem” instituições do governo.
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