sexta-feira, 16 de agosto de 2019

ASSISTA!! TV ALEMÃ RIDICULIZA BOLSONARO


Em horário nobre, programa humorístico da principal rede de televisão pública da Alemanha 
satiriza o governo brasileiro, criticando suas políticas ambientais e agrícolas e o crescente 
desmatamento na Amazônia.
Borat, bobo da corte e protagonista do clássico de terror Massacre da serra elétrica – essas foram
algumas das associações feitas ao presidente Jair Bolsonaro pelo programa humorístico alemão Extra
3, transmitido na noite de quinta-feira (15/08).
Atração de horário nobre da ARD, principal rede de televisão pública alemã, o programa satirizou
por  quase cinco minutos o governo do presidente brasileiro, criticando principalmente sua política
ambiental e o desmatamento na Amazônia.
"Um sujeito que não pensa nem um pouco sobre sustentabilidade e emissão de CO2 é o presidente
brasileiro, Jair Bolsonaro, o 'Trump do samba'. Mas alguns dizem também 'o boçal de Ipanema'",
afirma o apresentador Christian Ehring, em frente a uma fotomontagem de Bolsonaro vestindo a
sunga do personagem Borat, criado pelo humorista britânico Sacha Baron Cohen.

"Bolsonaro deixa a floresta tropical ser destruída para que gado possa pastar e para que possa ser
plantada soja para produzir ração para o gado", continua Ehring, após mencionar os mais recentes
dados sobre desmatamento no Brasil e diante de outra montagem, dessa vez mostrando Bolsonaro
com uma serra elétrica nas mãos.
"Desde a posse do presidente Jair Bolsonaro, o desmatamento cresceu significativamente e pode
continuar aumentando a longo prazo", diz uma voz em off, após aparecer uma foto do líder brasileiro
como um "bobo da corte do agronegócio", segurando uma garrafa de pesticida.

O apresentador destaca ainda que o presidente "não se importa nem um pouco" com a suspensão de
verbas para projetos ambientais anunciada pelo Ministério do Meio Ambiente alemão no fim de
semana. "Pegue essa grana e refloreste a Alemanha, tá ok?
Lá tá precisando muito mais do que aqui", afirmou Bolsonaro ao reagir com desprezo ao
congelamento dos repasses.
Ehring também fala sobre o acordo comercial negociado entre a União Europeia e o Mercosul,
chamando o pacto de um "romance destrutivo". Atrás dele aparece uma fotomontagem retratando
o presidente e a chanceler federal alemã, Angela Merkel, como uma dançarina sentada em seus
braços.
"Bolsonaro ainda demitiu o chefe do próprio instituto que registrou o desmatamento na floresta
tropical", ressalta o comediante, referindo-se à demissão de Ricardo Galvão do Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais (Inpe). "E também nomeou a principal lobista da indústria agropecuária como
ministra da Agricultura", complementa.

Em seguida, ele apresenta um videoclipe da chamada Bolsonaro-Song, uma paródia da música
Copacabana, sucesso nos anos 70 na voz do americano Barry Manilow. O vídeo intercala cenas de
Bolsonaro com imagens de cortes de árvores e queimadas na Amazônia, além de atividade agrícola e
pecuária.
Humorístico conhecido principalmente pela sátira política, o programa Extra 3 tem como alvos
principais os dirigentes alemães. Mas líderes internacionais como o americano Donald Trump, o
norte-coreano Kim Jong-un, o britânico Boris Johnson e o russo Vladimir Putin também são 
personagens recorrentes do programa.
Nem sempre a brincadeira é levada na esportiva pelos estadistas. Um dos mais recentes debates 
provocados pelo Extra 3 foi uma paródia musical com o presidente da Turquia, Recep Tayyip
Erdogan, veiculada em março de 2016. O caso gerou um desconforto diplomático entre Berlim e
Ancara, e o Ministério do Exterior turco chegou a convocar o embaixador alemão no país para 
explicações.

A controvérsia chegou ao ápice poucas semanas depois, com uma sátira a Erdogan apresentada em
outro programa televisivo, dessa vez pelo humorista Jan Böhmermann. O imbróglio foi parar na 
Justiça e acabou ganhando as capas dos jornais como o "caso Böhmermann".

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