segunda-feira, 22 de julho de 2019

Pimenta é alvo do conluio Lava Jato-RBS, Ele denunciou a afiliada da Globo na Zelotes


A mais recente reportagem do Intercept Brasil na série “Vaza Jato” mostra que o deputado 
Paulo Pimenta (PT-RS), líder do PT na Câmara, foi tratado como alvo político dos 
procuradores da Lava Jato. Em razão disso, Pimenta publicou artigo explicando o contexto do 
assunto e reforçando as denúncias que fez à operação chefiada por Deltan Dallagnol.
Leia a íntegra do artigo.
As novas revelações do escândalo “Vaza Jato” mostram que sou alvo político da Lava Jato.
Diante disso, vale esclarecer que desde 2016 denuncio os abusos da Operação Lava Jato, na tribuna 
da Câmara dos Deputados e em todos os espaços aos quais sou chamado a falar sobre isso.
Também denuncio, de forma dura e recorrente, desde que Eduardo Cunha assumiu a presidência da 
Câmara, em fevereiro de 2015, a articulação de setores conservadores da sociedade brasileira para 
promover o golpe que causou o afastamento ilegal da presidenta Dilma Rousseff, a prisão do 
presidente Lula ao arrepio da lei e a sua exclusão do processo eleitoral de 2018.
Todos estes processos ocorreram com decisões sem precedentes na Justiça brasileira e criaram o 
contexto que permitiu a vitória de Jair Bolsonaro num pleito marcado pela disseminação de mentiras 
em escala industrial a partir de um esquema sustentado por caixa dois.
Nessa caminhada, ganhei como inimigos os operadores da Lava Jato, algumas figuras públicas como 
o ministro Augusto Nardes, do Tribunal de Contas da União (TCE), e a Rede Globo e sua afiliada no 
Rio Grande do Sul, a RBS.
A armação que a RBS produziu em janeiro passado é tão absurda – uma acusação baseada 
unicamente na palavra de uma pessoa que faliu um negócio e, com isso, acumulou dívidas junto a 
pessoas que integram um grupo comandado por meus adversários políticos – que o próprio 
Fantástico se recusou a endossar a farsa e não veiculou a reportagem, frustrando a “vendetta” 
preparada contra mim.
No convite feito a Dallagnol, a RBS mentiu factualmente sobre o inquérito.
Ou seja, os responsáveis pela reportagem da RBS engaram o coordenador da Lava Jato.
Juridicamente, a denúncia contra mim não se sustenta pelo simples fato de ser baseada em fatos 
inexistentes.
Prova disso veio do ministro Alexandre de Moraes, do STF, insuspeito quanto a qualquer simpatia 
eventual por um parlamentar do PT.
Em resumo, o ministro disse ter estranhado o motivo de tal denúncia ainda não ter sido arquivada. 
Reproduzo aqui trecho de sua fala no julgamento na primeira turma do Supremo:
“Após mais de 8 anos de investigação, não há nenhum fato típico praticado pelos investigados 
(quis) ou qualquer indicação dos meios que os mesmos teriam empregado em relação às condutas 
objeto de investigação, ou ainda, o malefício que produziu, os motivos que o determinaram, o lugar 
onde a praticou, o tempo ou qualquer outra informação relevante que justifique a manutenção dessa 
situação de injusto constrangimento”.
Ademais, causa muita estranheza o convite da RBS ao procurador Deltan Dallagnol para se 
pronunciar sobre tal assunto, visto que ele não tem qualquer relação com a Lava Jato.
Fica evidente aí o objetivo político da farsa montada pela Globo/RBS, que escapou de pagar uma 
multa tributária de R$ 582 milhões graças a uma operação que envolveu, segundo o Ministério 
Público Federal, o ministro Augusto Nardes.
No contexto do escândalo da Operação Zelotes, denunciei dezenas de vezes essa anistia 
suspeitíssima e me tornei alvo da empresa e do ministro conselheiro do TCU.
Após a veiculação da farsa nos meios de comunicação da RBS, procurei a direção de jornalismo da 
emissora para apresentar, em qualquer programa de rádio ou de televisão do grupo, a minha resposta 
às acusações deles, mas tive negado esse pedido negado reiteradas vezes.
Isso ocorreu porque tanto a Rede Globo como a RBS e seus veículos praticam uma censura contra o 
Partido dos Trabalhadores e seus porta-vozes, especialmente parlamentares.
Em que pese a Bancada do PT ser a maior do Congresso Nacional e, portanto, da oposição, somos 
silenciados de forma sistemática pela empresa que apoiou o golpe militar de 1964 e a ditadura que 
perseguiu, sequestrou, torturou e assassinou milhares de pessoas no Brasil durante mais de duas 
décadas.
Em qualquer democracia do mundo, o maior partido da oposição no Parlamento tem espaço 
garantido para manifestar opiniões sobre todos os assuntos de interesse público, mas essa regra não 
vale para a Rede Globo e suas afiliadas como a RBS.
Eis que agora o Brasil e o mundo constatam que tudo aquilo que denunciei por anos a fio é verdade: 
Deltan Dallagnol e seus colegas da Lava Jato atuaram como militantes políticos à frente desta 
operação.
Diálogos revelados pelo Intercept Brasil neste domingo (21) mostram que Dallagnol considerava dar 
entrevista ao Fantástico porque isso envolvia o deputado que mais protestou – inclusive com várias 
representações nos órgãos de controle do Ministério Público e do Judiciário – contra as ilegalidades 
cometidas pela “República de Curitiba”.
Ou seja, o lawfare da Lava Jato também apontou suas baterias contra parlamentares que exercem 
suas prerrogativas funcionais de fiscalizar os atos dos entes públicos.
Na minha trajetória na Câmara dos Deputados, que hoje está no quinto mandato, fui presidente da 
Comissão de Direitos Humanos e Minorias, presidi e CPI do Tráfico de Armas e fui relator da CPI 
da Violência Urbana no Brasil.
Em todas estas tarefas, a mim confiadas pela Bancada do PT, aprendi que não podemos recuar nas 
batalhas contra quem comete crimes e se acha protegido pelo poder econômico ou por cargos 
públicos. Estas são as batalhas fundamentais para a democracia.

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