O líder do PT na Câmara, Paulo Pimenta (RS), defendeu hoje (1º) a anulação, pelos tribunais
superiores, do depoimento à Lava Jato do empresário Léo Pinheiro, da construtora OAS.
O depoimento do empresário foi modificado sucessivas vezes até que incriminasse o ex-presidente
O depoimento do empresário foi modificado sucessivas vezes até que incriminasse o ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva, pavimentando o caminho para tirá-lo das eleições para a Presidência da
República ocorridas em 2018, por meio de um processo fraudulento e uma condenação injusta.
Conforme lembrou o líder petista, “Leo Pinheiro vendeu sua delação e recebeu o pagamento do
Conforme lembrou o líder petista, “Leo Pinheiro vendeu sua delação e recebeu o pagamento do
governo que ajudou a eleger – a nomeação do genro”.
Segundo Pimenta, outra pessoa com papel central na trama urdida pela operação Lava Jato para
Segundo Pimenta, outra pessoa com papel central na trama urdida pela operação Lava Jato para
condenar Lula sem provas foi o ex-juiz Sérgio Moro, também recompensado pelos seus esforços,
com a nomeação para o cargo de ministro da Justiça do governo Bolsonaro, o qual ajudou a eleger.
Pimenta observou que as novas conversas reveladas a partir do conteúdo obtido pelo site The
Pimenta observou que as novas conversas reveladas a partir do conteúdo obtido pelo site The
Intercept Brasil e publicadas em parceria com o jornal Folha de S. Paulo no domingo (30) trazem
luzes sobre o caso.
Para ele, trata-se de um “verdadeiro escândalo”, pois demonstrou-se de forma nítida como
procuradores da força-tarefa da Lava Jato tratavam as negociações com advogados da construtora
OAS para pactuar um acordo de delação premiada para Léo Pinheiro, ex-presidente da empresa.
Trama maquiavélica
“Os trechos das conversas entre procuradores e entre eles e Moro mostram que faziam de tudo para
Trama maquiavélica
“Os trechos das conversas entre procuradores e entre eles e Moro mostram que faziam de tudo para
prejudicar Lula, rasgando a Constituição, as leis, em nome de um projeto político que se consolidou
com a eleição de um candidato de extrema direita”, disse Pimenta. “E este candidato premiou os dois
atores principais da conspiração”, acrescentou o líder.
Um dos aspectos graves de tudo é que a defesa de Lula, antes das revelações do The Intercept, havia
Um dos aspectos graves de tudo é que a defesa de Lula, antes das revelações do The Intercept, havia
encaminhado ao Superior Tribunal de Justiça uma petição questionando a validade do depoimento de
Léo Pinheiro, confirmada diante de reclamação em processo trabalhista no qual constam documentos
em que ele fez “pagamentos com o objetivo de modular delações”.
Esse fato tornou ainda mais passível de descrédito o depoimento prestado por Léo Pinheiro para
Esse fato tornou ainda mais passível de descrédito o depoimento prestado por Léo Pinheiro para
incriminar Lula, em troca de benefícios. Com as mentiras de Pinheiro, ele conseguiu reduzir sua
pena inicial de 16 anos de prisão para 2 anos e meio, com direito a prisão domiciliar e manutenção
de sua fortuna.
Delação combinada
O STJ não acatou a argumentação da defesa de Lula, mas, na opinião de Pimenta, agora é uma
O STJ não acatou a argumentação da defesa de Lula, mas, na opinião de Pimenta, agora é uma
questão de tempo a Corte rever sua posição, diante das novas provas que apareceram com as
revelações do The Intercept.
O líder lembrou que as contradições da delação premiada de Léo Pinheiro têm sido denunciadas
O líder lembrou que as contradições da delação premiada de Léo Pinheiro têm sido denunciadas
sistematicamente pela defesa de Lula desde que o executivo da OAS resolveu mudar o seu
depoimento ao mentir que o tríplex do Guarujá pertencia ao ex-presidente, além de associá-lo a
crimes da Petrobras.
Pimenta frisou que o empresário só mudou o depoimento para ganhar crédito com os procuradores
Pimenta frisou que o empresário só mudou o depoimento para ganhar crédito com os procuradores
da Lava Jato e, em troca, reduzir sua pena e manter sua fortuna.
A delação combinada foi feita de tal forma que garantiu que o caso caísse nas mãos do ex-juiz Sérgio
Moro ao dizer (sem apresentar qualquer materialidade) que o ex-presidente estava envolvido nos
escândalos da petroleira brasileira.
Telegram
“Sobre o Lula eles não queriam trazer nem o apt. Guarujá”, escreveu numa conversa de Telegram o
Telegram
“Sobre o Lula eles não queriam trazer nem o apt. Guarujá”, escreveu numa conversa de Telegram o
promotor Sérgio Bruno Cabral Fernandes a outros integrantes da equipe de negociação com a
empreiteira: “[Os advogados] diziam q não tinha crime”.
Em nota divulgada na manhã de domingo pela defesa de Lula, os advogados Cristiano Zanin e
Em nota divulgada na manhã de domingo pela defesa de Lula, os advogados Cristiano Zanin e
Valeska Martins escreveram: “Léo Pinheiro, que ao longo do processo nunca havia incriminado
Lula, foi pressionado e repentinamente alterou sua posição anterior em troca de benefícios
negociados com procuradores de Curitiba, obtendo a redução substancial de sua pena”.
As negociações entre a OAS e a Lava Jato começaram em fevereiro de 2016. As mensagens acima
datam de agosto do mesmo ano.
Léo Pinheiro só apresentou a versão sobre o tríplex no Guarujá que permitiu a acusação e
Léo Pinheiro só apresentou a versão sobre o tríplex no Guarujá que permitiu a acusação e
condenação de Lula em abril de 2017. Meses antes, em junho de 2016, os jornais brasileiros
noticiavam que Léo Pinheiro negava ter pago qualquer propina ao ex-presidente.
Delação combinada
O depoimento do empresário, no dia 24 de abril de 2017, foi crucial para que o Ministério Público
O depoimento do empresário, no dia 24 de abril de 2017, foi crucial para que o Ministério Público
Federal (MPF) estabelecesse conexões fictícias entre o apartamento e os casos de corrupção na
Petrobras.
Preocupado com a imagem da operação, Deltan Dallagnol disse na época em conversa com colegas
Preocupado com a imagem da operação, Deltan Dallagnol disse na época em conversa com colegas
pelo Telegram: “Não pode parecer um prêmio pela condenação de Lula”.
O acordo de delação premiada com a OAS foi firmado no fim de 2018, mas não foi homologado
O acordo de delação premiada com a OAS foi firmado no fim de 2018, mas não foi homologado
pelo Supremo Tribunal Federal até hoje.
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