terça-feira, 2 de julho de 2019

DELAÇÃO DE PINHEIRO TEM QUE SER ANULADA ! Vendeu sua delação e como prêmio genro ganhou a Caixa


O líder do PT na Câmara, Paulo Pimenta (RS), defendeu hoje (1º) a anulação, pelos tribunais 
superiores, do depoimento à Lava Jato do empresário Léo Pinheiro, da construtora OAS.
O depoimento do empresário foi modificado sucessivas vezes até que incriminasse o ex-presidente 
Luiz Inácio Lula da Silva, pavimentando o caminho para tirá-lo das eleições para a Presidência da 
República ocorridas em 2018, por meio de um processo fraudulento e uma condenação injusta.
Conforme lembrou o líder petista, “Leo Pinheiro vendeu sua delação e recebeu o pagamento do 
governo que ajudou a eleger – a nomeação do genro”.
Segundo Pimenta, outra pessoa com papel central na trama urdida pela operação Lava Jato para 
condenar Lula sem provas foi o ex-juiz Sérgio Moro, também recompensado pelos seus esforços, 
com a nomeação para o cargo de ministro da Justiça do governo Bolsonaro, o qual ajudou a eleger.
Pimenta observou que as novas conversas reveladas a partir do conteúdo obtido pelo site The 
Intercept Brasil e publicadas em parceria com o jornal Folha de S. Paulo no domingo (30) trazem 
luzes sobre o caso.
Para ele, trata-se de um “verdadeiro escândalo”, pois demonstrou-se de forma nítida como 
procuradores da força-tarefa da Lava Jato tratavam as negociações com advogados da construtora 
OAS para pactuar um acordo de delação premiada para Léo Pinheiro, ex-presidente da empresa.
Trama maquiavélica
“Os trechos das conversas entre procuradores e entre eles e Moro mostram que faziam de tudo para 
prejudicar Lula, rasgando a Constituição, as leis, em nome de um projeto político que se consolidou 
com a eleição de um candidato de extrema direita”, disse Pimenta. “E este candidato premiou os dois 
atores principais da conspiração”, acrescentou o líder.
Um dos aspectos graves de tudo é que a defesa de Lula, antes das revelações do The Intercept, havia 
encaminhado ao Superior Tribunal de Justiça uma petição questionando a validade do depoimento de 
Léo Pinheiro, confirmada diante de reclamação em processo trabalhista no qual constam documentos 
em que ele fez “pagamentos com o objetivo de modular delações”.
Esse fato tornou ainda mais passível de descrédito o depoimento prestado por Léo Pinheiro para 
incriminar Lula, em troca de benefícios. Com as mentiras de Pinheiro, ele conseguiu reduzir sua 
pena inicial de 16 anos de prisão para 2 anos e meio, com direito a prisão domiciliar e manutenção 
de sua fortuna.
Delação combinada
O STJ não acatou a argumentação da defesa de Lula, mas, na opinião de Pimenta, agora é uma 
questão de tempo a Corte rever sua posição, diante das novas provas que apareceram com as 
revelações do The Intercept.
O líder lembrou que as contradições da delação premiada de Léo Pinheiro têm sido denunciadas 
sistematicamente pela defesa de Lula desde que o executivo da OAS resolveu mudar o seu 
depoimento ao mentir que o tríplex do Guarujá pertencia ao ex-presidente, além de associá-lo a 
crimes da Petrobras.
Pimenta frisou que o empresário só mudou o depoimento para ganhar crédito com os procuradores 
da Lava Jato e, em troca, reduzir sua pena e manter sua fortuna.
A delação combinada foi feita de tal forma que garantiu que o caso caísse nas mãos do ex-juiz Sérgio 
Moro ao dizer (sem apresentar qualquer materialidade) que o ex-presidente estava envolvido nos 
escândalos da petroleira brasileira.
Telegram
“Sobre o Lula eles não queriam trazer nem o apt. Guarujá”, escreveu numa conversa de Telegram o 
promotor Sérgio Bruno Cabral Fernandes a outros integrantes da equipe de negociação com a 
empreiteira: “[Os advogados] diziam q não tinha crime”.
Em nota divulgada na manhã de domingo pela defesa de Lula, os advogados Cristiano Zanin e 
Valeska Martins escreveram: “Léo Pinheiro, que ao longo do processo nunca havia incriminado 
Lula, foi pressionado e repentinamente alterou sua posição anterior em troca de benefícios 
negociados com procuradores de Curitiba, obtendo a redução substancial de sua pena”.
As negociações entre a OAS e a Lava Jato começaram em fevereiro de 2016. As mensagens acima 
datam de agosto do mesmo ano.
Léo Pinheiro só apresentou a versão sobre o tríplex no Guarujá que permitiu a acusação e 
condenação de Lula em abril de 2017. Meses antes, em junho de 2016, os jornais brasileiros 
noticiavam que Léo Pinheiro negava ter pago qualquer propina ao ex-presidente.
Delação combinada
O depoimento do empresário, no dia 24 de abril de 2017, foi crucial para que o Ministério Público 
Federal (MPF) estabelecesse conexões fictícias entre o apartamento e os casos de corrupção na 
Petrobras.
Preocupado com a imagem da operação, Deltan Dallagnol disse na época em conversa com colegas 
pelo Telegram: “Não pode parecer um prêmio pela condenação de Lula”.
O acordo de delação premiada com a OAS foi firmado no fim de 2018, mas não foi homologado 
pelo Supremo Tribunal Federal até hoje.

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