terça-feira, 14 de maio de 2019

COM FAIXA DE MARIELLE, MOVIMENTO NEGRO INTERROMPE HOMENAGEM A PRINCESA ISABEL NA CÂMARA


Com faixa com o rosto da vereadora Marielle Franco (PSol/RJ), assassinada por milicianos no 
Rio de Janeiro, e gritos de "parem de nos matar", os integrantes do movimento negro 
entraram no plenário durante a sessão. Os apoiadores da homenagem feita por Eduardo 
Bolsonaro e Luis Phillipe de Orleans e Bragança chamaram a manifestação de "vitimismo" e 
"mimimi"
Por Redação
Integrantes do Movimento Negro ocuparam o plenário da Câmara Federal e interromperam na
manhã desta terça-feira (14) a sessão solene proposta pelos deputados Eduardo Bolsonaro e Luis
Phillipe de Orleans e Bragança, do PSL/SP, em homenagem à Princesa Isabel pelos 131 anos do ato
sancionada pela monarca que oficializou a abolivação da escravatura.
Com faixa com o rosto da vereadora Marielle Franco (PSol/RJ), assassinada por milicianos no Rio
de Janeiro, e gritos de “parem de nos matar”, os integrantes do movimento negro entraram no
plenário durante a sessão. Os apoiadores da homenagem chamaram a manifestação de “vitimismo” e
“mimimi”.
De um lado, simpatizantes da monarquia gritavam o nome da Princesa Isabel. De outro, os
manifestantes bradavam por Marielle. A sessão precisou ser interrompida por alguns minutos.
A deputada Talíria Perone (PSol/RJ) publicou em seu Twitter uma mensagem sobre o ato. “Momento
em que o movimento negro interrompeu a sessão solene em “homenagem” à Lei Áurea que foi
convocada pelos deputados Oleans Bragança e Eduardo Bolsonaro. Não veio das mãos de Isabel!
Resistência! #FalsaAbolição”.
Momento em que o movimento negro interrompeu a sessão solene em “homenagem”
à Lei Aurea que foi convocada pelos deputados Oleans Bragança e Eduardo Bolsonaro.
Não veio das mãos de Isabel! Resistência!
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Herdeiro da monarquia
A sessão solene em homenagem à Princesa Isabel foi convocada pelo filho de Jair Bolsonaro e pelo
“herdeiro” do trono, trineto da monarca. “Há 131 anos, minha trisavó, Princesa Isabel do Brasil,
assinou a Lei Áurea, que decretou a libertação dos escravos no país. Convido a todos para uma 
sessão solene que prestará homenagem”, tuitou o deputado Orleans e Bragança, com imagem do
convite.
A data em que oficialmente foi decretado o fim da escravidão no Brasil, no entanto, não é
comemorada pelo movimento negro. A razão é o tratamento dispensado aos que se tornaram ex-
escravos no País.
“É desrespeitoso com a luta histórica dos movimentos negros e incompatível com os princípios 
constitucionais de igualdade e não discriminação a celebração da assinatura da Lei Áurea pela 
Princesa Isabel no dia 13 de maio”, afirmam Elisiane Santos e Ludmila Reis Brito Lopes, 
procuradoras do Trabalho, integrantes do Grupo de Trabalho de Raça da COORDIGUALDADE – 
Coordenadoria Nacional de Promoção da Igualdade de Oportunidades e Eliminação da 
Discriminação no Trabalho do Ministério Público do Trabalho, em artigo no portal Geledés nesta 
segunda-feira (13).

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