sábado, 6 de abril de 2019

NO ANO EM QUE LULA FICOU PRESO, BOÇALIDADE FEZ DO BRASIL UMA REPUBLIQUETA


"Não prenderam só o meu amigo, mas o líder de milhões de brasileiros que saíram da pobreza 
da miséria e viraram cidadãos nos seus oito anos de governo", afirmou o diz o jornalista 
Ricardo Kotscho, ao analisar a conjuntura desde a prisão de Lula, que completa um ano nesta 
domingo (7); "Viraram o país de cabeça para baixo, tuitando adoidados, passando por cima de 
direitos, exterminando a sociedade civilizada que aqui foi construída. Nenhum inimigo 
estrangeiro, que não temos, seria capaz de fazer tanto estrago em tão pouco tempo", afirmou
Por Ricardo Kotscho, para o Balaio do Kotscho e oJornalistas 
"Acompanhar a política brasileira é tão legal quanto passear num lixão atômico (...) Além do 
empobrecimento material, a contaminação envenena a cultura. Cinema, música, literatura e artes 
plásticas andam entorpecidos. Silêncio e renúncia são subprodutos da ruína atômica que Brasília 
erige" (Mario Sergio Conti, na Folha).
***
Foi tudo muito rápido.
Num outro sábado, um ano atrás, Lula era carregado pela multidão em frente ao Sindicato dos 
Metalúrgicos do ABC, onde tudo começou.
No mesmo dia, foi levado pela Polícia Federal para a cadeia de Sergio Moro em Curitiba.
Hoje, caminhamos sobre os escombros da ruína atômica do bolsonarismo, que em apenas três meses 
vilipendiou, prostituiu e destruiu o país.
Em menos de 100 dias, a boçalidade da nova ordem transformou o Brasil numa republiqueta de 
bananas.
Cumprida sua missão de condenar e tirar Lula da campanha eleitoral, Moro virou ministro da Justiça 
do capitão Bolsonaro e seus generais, eleito por 57 milhões de bolsonarinhos.
Voltamos ao Mapa da Fome, somos ridicularizados mundo afora, 17 milhões voltaram para a 
extrema miséria, o desemprego galopa e tchutchucas ultraliberais só falam em acabar com a 
Previdência Social.
Educação e Cultura estão em colapso, a Amazônia e o pré-sal vão sendo rifados, as estradas foram 
abandonadas, as conquistas sociais dos últimos anos estão sendo detonadas uma a uma, sem piedade.
Nulidades e figuras exóticas tomaram conta do Palácio do Planalto e da Esplanada dos Ministérios, a 
violência ficou fora de qualquer controle.
Confinado numa cela solitária da carceragem da Polícia Federal e proibido pelo STF até de dar 
entrevistas, Lula resiste a tudo e continua lutando, em todas as instâncias da Justiça, por seus direitos 
básicos de cidadania.
Pensar que apenas um ano atrás o Brasil voltava a ter esperança nas eleições, com Lula, mesmo 
condenado sem provas e preso, liderando todas as pesquisas, registrando o dobro das intenções de 
voto no capitão.
Quarenta anos atrás, eu também tinha muita esperança quando fui escalado por Mino Carta para 
seguir esse tal de Lula, a nova liderança que surgia nas lutas dos metalúrgicos do ABC.
A primeira vez que vi a cara dele foi na capa da revista IstoÉ, dirigida pelo Mino, que me foi enviada 
à Alemanha onde eu era correspondente do Jornal do Brasil.
"Presta muita atenção neste cara porque você ainda vai ouvir falar muito dele quando voltar ao 
Brasil", escreveu o profético amigo num bilhete.
Só não poderia imaginar que minha vida, e a do país, ficariam tão embicadas com a dele, depois que 
nos tornamos amigos nas históricas greves dos metalúrgicos.
Por isso, não me conformo até hoje em ver Lula preso, logo ele que nunca ligou nem falava de 
dinheiro, não tinha ambições materiais e só vivia para a política.
Como assessor de imprensa em três campanhas eleitorais, disputadas em dois turnos, dei várias 
voltas pelo Brasil ao lado do candidato e nunca vi nada que o desabonasse.
Depois, quando venceu em 2002, fui com ele para Brasília como Secretário de Imprensa da 
Presidência, passamos muitos fins de semana juntos, no Alvorada e no Torto, e quando fui embora, 
dois anos depois, Lula até chorou no discurso de despedida. Eu também.
Nossas famílias ficaram muito amigas, mas após ele deixar o governo nos vimos poucas vezes.
Por não ter mais condições de viajar, ainda não pude visitá-lo na prisão. Não é difícil imaginar o que 
está passando, logo ele que passou a vida toda cercado de gente e falando sem parar.
Passou apenas um ano desde que nos despedimos no sindicato, na véspera da sua prisão e, no 
entanto, parece uma eternidade pelo tanto que nosso país já mudou.
O estrangeiro que tivesse visitado o país durante seu governo e voltasse agora não iria mais 
reconhecer o Brasil e seu povo.
Junto com Lula, prenderam nossos sonhos, o orgulho de sermos brasileiros, a alegria de viver e de 
ter esperanças num futuro melhor.
Como é possível tratar como coisa normal, parte da paisagem, o encarceramento do melhor 
presidente que nosso país já teve, segundo todas as pesquisas?
Sem poder receber visitar nos fins de semana, Lula vai amargar sozinho neste domingo o primeiro 
ano da enorme injustiça que se comete com um dos maiores líderes mundiais do seu tempo.
Não prenderam só o meu amigo, mas o líder de milhões de brasileiros que saíram da pobreza e da 
miséria e viraram cidadãos nos seus oito anos de governo.
Foi esse o seu grande crime.
Passamos a ser respeitados ao viajar para fora, o Brasil era um dos países mais admirados do mundo, 
tinham até inveja da nossa forma de viver.
Acompanhei Lula em 26 viagens ao exterior e sou testemunha da forma carinhosa e respeitosa como 
era recebido em todos os lugares, nas ruas e nos palácios, contando orgulhoso as profundas 
transformações que estavam acontecendo no Brasil.
Viraram o país de cabeça para baixo, tuitando adoidados, passando por cima de direitos, 
exterminando a sociedade civilizada que aqui foi construída.
Nenhum inimigo estrangeiro, que não temos, seria capaz de fazer tanto estrago em tão pouco tempo.
Vou parando por aqui porque para mim é muito sofrido escrever este texto sobre o que foi e é agora o 
Brasil, sobre o que já fomos e o que somos hoje.
Valeu, velho amigo Lula. Muita força nessa hora.
Por mais escura que seja a noite, uma hora há de clarear o dia.
Vida que segue.
CHICO: ENQUANTO TIVERMOS UM PRESO POLÍTICO, NÃO SEREMOS DEMOCRACIA
Cantor convoca defensores da democracia a se juntar a campanha pela libertação de Lula, um 
preso político; "Enquanto tivermos um preso político, como é o caso do Lula, não seremos uma 
verdadeira democracia. Gostaria de convocar não só os simpatizantes do Lula, mas as pessoas 
que apoiam a democracia no Brasil e no mundo inteiro", disse Chico; atos em todo o Brasil 
reforçam campanha Lula Livre neste domingo, quando prisão completa um ano.

Um comentário:

J. Cícero Costa disse...

Todo o ódio das elites nacionais contra o Lula se deve ao sucesso do seu governo. Imaginavam que um ex-metalúrgico de origem humilde, que passara fome e que vivera na miséria no agreste de Pernambuco, não tinha “capacidade” para governar o país. Enganaram-se redondamente. A aprovação do presidente Lula ao final do seu mandato foi fantástica: 87% dos brasileiros julgaram ÓTIMO o seu governo. Isso fez intensificar o ódio que as elites nacionais conservadoras já nutriam contra Lula.

Então as classes dominantes, movidas por sua intensa aversão aos pobres, começaram a vociferar contra Lula e Dilma, como cães raivosos a expelir seu babo de ódio pelos cantos da boca.

E quando perceberam que não conseguiriam vencê-los nas urnas, então passaram a tramar o Golpe.

Com o Golpe de 2016, o Estado democrático deu lugar a um Estado policial arbitrário, sob o comando de déspotas togados, que subverteram a ordem constitucional para condenar sem provas o ex-presidente Lula, um homem público probo, honesto e honrado, impedindo-o de participar das eleições de 2018, a qual certamente venceria no 1º turmo, conforme apontavam todas as pesquisas à época.

Ao sabor das circunstâncias e para atender a conveniências políticas, criou-se uma farsa jurídica e assim, desvirtuando-se princípios e preceitos constitucionais pétreos, negou-se ao ex-presidente Lula o DIREITO POSITIVO, reto, justo e correto, e lhe impuseram pela via de exceção o ANTIDIREITO, cerceando-lhe a defesa e condenando-o sem provas, atendendo-se dessa forma aos interesses das classes dominantes e do capital financeiro.

Assim fizeram com Lula. Foi condenado sem provas, levado ao cativeiro e ali amordaçado, silenciado, mantido como preso político para que não concorresse ao pleito presidencial e, mais uma vez, fosse eleito presidente do Brasil.

Um jogo de cartas marcadas, uma grande farsa jurídica com propósitos políticos, forjada nos porões da República de Curitiba, e que certamente será lembrada pelas gerações futuras como uma das páginas mais sujas, tristes e iníquas da história do Brasil.

TODAVIA...

Lula está preso, mas o Lulismo, não !

Porque o “lulismo” não é uma pessoa que se pode prender, mas uma ideologia política, um modelo político e econômico que contempla todas as classes, todas as raças, todos os credos; um sistema de governo que não segrega, que não oprime, que não abandona o seu povo, sobretudo as classes menos favorecidas; um modelo político fenomenal e bem-sucedido que beneficia e ampara a população, abrangendo a sociedade como um todo.

O Lulismo é sobretudo uma força, um ideal, um desejo, uma paixão que povoa as mentes e habita os corações de milhões de brasileiros em todo o país.

Luiz Inácio Lula da Silva é a semente que fez brotar esse ideal, que criou raízes e que agora é uma árvore frondosa, com milhões de ramos, flores e frutos chamada - Lulismo -, que os jornalões diziam que estava morto, mas que está mais vivo do que nunca e cada vez mais forte porque ideias e sonhos não se podem aprisionar, como disse o próprio Lula pouco antes de sua injusta prisão:

“Eu não tenho medo do que está por vir.”

“Não adianta acharem que vão fazer com que eu pare, eu não pararei porque não sou mais um ser humano, eu sou uma ideia.”

“Não adianta tentar acabar com as minhas ideias, porque elas já estão pairando no ar e não tem como prendê-las.”

“Os que nos perseguem jamais poderão aprisionar nossos sonhos.”