quinta-feira, 28 de março de 2019

Representantes no Conama assinam manifesto contra Ministro Ricardo Salles


Treze instituições, representantes no Conama, assinaram o manifesto de repúdio contra o
ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles.

Por Sabrina Rodrigues
Os representantes no Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama) divulgaram uma moção de
repúdio contra o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. O manifesto é uma resposta ao que 
aconteceu durante a 59ª Reunião Plenária Extraordinária da entidade, ocorrida na quarta-feira (20). 
Segundo relato de alguns conselheiros, o encontro foi marcado por polêmicas, constrangimentos e 
até agressão.
“Ressalte-se ainda o policiamento ostensivo e a agressão cometida por seguranças armados contra o 
representante suplente da Associação Nacional de Municípios (ANAMA), retirado à força do recinto 
da plenária. Dispositivos do Regimento Interno do Conama determinam que as reuniões são públicas 
e que os membros titulares e suplentes têm direito à voz”, declaram os signatários no texto.
A 59ª Reunião tinha como pauta principal a revisão do regimento interno, o que gerou reclamações 
sobre o curto prazo para os conselheiros apresentarem as contribuições, motivo pelo qual o ministro 
resolveu adiar as modificações. Mas além da agressão descrita, outro fator que causou a indignação 
dos presentes foi a separação de conselheiros titulares e suplentes em salas diferentes, fato que 
contraria o regimento interno do Conama.
“Como se não bastasse o autoritarismo e a falta de correção, o Sr. Ricardo Salles determinou por 
ordem alfabética os assentos dos conselheiros titulares, o que culminou por segregar também, entre 
si, as representações dos diversos segmentos de governos e da sociedade civil representados no 
Conama”, afirma o documento. 
O colegiado tem cerca de cem membros de órgãos federais, estaduais e municipais, além de 
representantes do empresariado e da sociedade civil e é presidida pelo ministro Ricardo Salles.
A moção é assinada por 13 instituições, entre elas, o Conselho Nacional dos Seringueiros e 
Fundação Brasileira de Conservação da Natureza, “que representam no Conama as regiões 
geográficas brasileiras e veem na atitude do ministro do Meio Ambiente um alto risco ao caráter 
democrático e de debates do órgão, essencial na elaboração de políticas de preservação do meio 
ambiente”, descreve o manifesto.
“É inaceitável o que assistimos na reunião. Suplentes barrados, lugares marcados e descumprimento 
do regimento interno, além de agressões”, afirma Carlos Bocuhy, presidente do Instituto Brasileiro 
de Proteção Ambiental (Proam) e conselheiro titular no Conama, presente na reunião.

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