quinta-feira, 28 de março de 2019

IBAMA DEMITE SERVIDOR QUE MULTOU BOLSONARO POR PESCA IRREGULAR


O governo começa a efetivar a perseguição contra servidores que, no passado, causaram algum 
tipo de incômodo a Jair Bolsonaro; o Ibama exonerou nesta quinta-feira (28) o servidor 
concursado que multou o presidente por pescar em área protegida, em 2012; a exoneração 
estava na programação do governo desde a posse e o servidor chegou a ser chamado para ser 
informado de sua demissão em 25 de janeiro, mas por conta do desastre em Brumadinho 
(MG), a medida foi adiada.
SALLES DIZ QUE BOLSONARO FOI MULTADO PELO 
IBAMA POR “QUESTÃO IDEOLÓGICA”
247 - O governo começa a efetivar a perseguição contra servidores que, no passado, causaram algum
tipo de incômodo a Jair Bolosnaro. O Ibama, órgão vinculado ao Ministério do Meio Ambiente,
exonerou nesta quinta-feira (28) o servidor que multou o presidente Jair Bolsonaro em R$ 10 mil por
pescar em área protegida, em 2012.
José Olímpio Augusto Morelli é funcionário concursado e ocupava o cargo de chefe do Centro de
Operações Aéreas do Ibama, subordinado à Diretoria de Proteção Ambiental. Ele foi o único dos
nove funcionários do mesmo nível hierárquico dessa diretoria a ser exonerado, reforçando a tese de
perseguição.
A demissão, que é um recado a todos os servidores, já estava na programação do governo desde a 
posse. Ele foi chamado para ser informado de sua demissão em 25 de janeiro, dia do desastre em 
Brumadinho (MG). O presidente do Ibama, Eduardo Bim, acabou convencido a adiar a exoneração 
da função, responsável pela operação das seis aeronaves do Ibama.
Segundo apuração da Folha, o servidor estava no cargo desde 2017. Assumiu a coordenação das 
operações aéreas após um acidente com um avião fretado pelo Exército que matou três servidores do 
órgão. Sua missão incluía aprimorar os protocolos de segurança de operações aéreas. Morelli ainda 
não tem uma nova função no órgão.
Funcionário concursado, ele é o fiscal que assina o auto de infração e o relatório do flagrante de 
Bolsonaro quando pescava dentro da Esec (Estação Ecológica) de Tamoios, categoria de área 
protegida que não permite a presença humana, em Angra dos Reis (RJ).
"Esse cidadão aqui, repito o nome dele, José Augusto Morelli, falou: 'Sai! Aqui, ninguém pode 
pescar, seja deputado ou não seja porque o decreto que vocês votam tem de ser respeitado", contou o 
próprio Bolsonaro, em 2012, sobre o episódio.
Há alguns anos, o Ibama é um dos alvos de críticas de Bolsonaro que acusa o órgão de aplicar uma 
"indústria da multa". Em dezembro, a superintendência do órgão no Rio de Janeiro anulou a multa, e 
o processo voltou à estaca zero. A decisão está sendo investigada pelo Ministério Público Federal.
O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, saiu em defesa do presidente dizendo que o fato de 
ele estar com uma vara na mão em área protegida não era evidência suficiente para a autuação. Ele 
atribuiu a multa à "questão ideológica".
"Ele não foi multado por pescar. Ele foi multado porque estava com uma vara de pesca. O fiscal 
presumiu que ele estava pescando. Então, veja bem, o exemplo que você deu já mostra como a 
questão ideológica permeia a atuação estatal nesses casos", afirmou.
No entanto, na época, Bolsonaro disse: "Eu vou pescar no Carnaval lá. E não venham com 
ignorância porque o bicho vai pegar". Bolsonaro, porém, não voltou a pescar ali.

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