POR FERNANDO BRITO
As vantagens que se anunciam aos militares para que aceitem ser incluídos na reforma
previdenciária, como o vergonhoso “auxílio-pijama” que O Globo anuncia hoje, em reportagem da
bem informada Geralda Doca, colocam as Forças Armadas do terreno da defesa de seus interesses
corporativos – o que sempre aconteceu – para colocá-las no perigoso chão da “venda de proteção” a
este governo.
Oferecer a “dobra” do bônus em dinheiro, cash, aos militares que passam à reserva – um tenente-
coronel receberia R$ 91,6 mil – além de um reajuste nas gratificações que compensaria, com folga,
os maiores descontos previdenciários da tropa e da oficialidade – significa isso: comprar o apoio das
Forças Armadas – e apoio de força armada, armado é – às crueldades que se fará aos idosos e aos
trabalhadores em geral.
Onde é que isso se diferencia do que fazem máfias, milícias e correlatos ao venderem proteção?
Mesmo com a “armação” de mandar, em separado, “castigo” e “benefício”, como se isso fosse
Mesmo com a “armação” de mandar, em separado, “castigo” e “benefício”, como se isso fosse
impedir as pessoas de compará-los, será inevitável a impressão de que foi feito um negócio em que
os militares recebem em dinheiro por seu apoio a este governo.
Faltam seis dias para que se apresente a proposta de reforma militar. É contagem regressiva para um
baque irrecuperável na imagem do Exército, que é quem tem arrastado as outras forças neste
processo, ppelo seu poder e tamanho.
Se alguém estava achando “birra” o fato de que os deputados estejam exigindo a apresentação do
Se alguém estava achando “birra” o fato de que os deputados estejam exigindo a apresentação do
projeto dos militares antes de dar andamento à reforma da Previdência civil, aí está a razão.
Ou melhor, a vergonha.
Ou melhor, a vergonha.
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