quinta-feira, 21 de março de 2019

JUIZ DUPLO AUXILIO MORADIA SE BASEIA EM DILIGÊNCIA DE 2017 PARA JUSTIFICAR PRISÃO DE TEMER


O juiz Marcelo Bretas, mais conhecido como Duplo Auxilio Moradia, responsável pelos 
processos da Lava Jato no Rio de Janeiro, decretou a prisão preventiva de Michel Temer e de 
mais sete investigados com base em diligências feitas em maio de 2017, ou seja, há quase dois 
anos; segundo ele, agora, passado esse período, os investigados poderiam destruir provas e 
esconder valores.
Delação que levou Temer à prisão foi rejeitada 
pela Lava Jato em Curitiba em 2016. Prisão  é 
'manobra para restaurar imagem da Lava 
Jato', diz especialista
As informações de que Temer recebeu R$ 1,1 milhão de propina da Engevix, usadas para 
efetuar sua prisão, faziam parte de uma tentativa de acordo de delação de Joaquim Antunes, 
um dos sócios da empreiteira; o acordo foi recusado pela força-tarefa de Curitiba em 2016 e 
acabou sendo fechado em 2018 com a PF.
Para André Rodrigues, cientista político e professor da Universidade Federal Fluminense, a prisão do 
ex-presidente Michel Temer visa "tentar elevar de novo a imagem pública da Lava Jato"; "Essa 
prisão acontece em um momento em que há um tensionamento com a Lava Jato [...] a Lava Jato vem 
perdendo legitimidade, e de certa forma houve um atrito entre o Rodrigo Maia e o Moro, e a Lava 
Jato então decreta a prisão de Moreira Franco e Temer, sendo que Moreira Franco tem relações de 
parentesco entre o Rodrigo Maia", avaliou
'DESESTABILIZARAM O PAÍS E AGORA 
VEIO A CONTA, A DESTRUIÇÃO DO 
ESTADO DE DIREITO'.  


"Aqueles que ajudaram a desestabilizar o país também pagam o preço da destruição das 
regras do Estado de Direito. O vale-tudo que passamos a viver desde 2015 prossegue. E pode 
ter um desfecho terrível, se não houver amplo diálogo e serenidade", afirmou o governador do 
Maranhão Flávio Dino.
247 - Sem citar nominalmente Michel Temer, o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), 
afirmou que o golpe de 2016 contra o mandato da ex-presidenta Dilma Rousseff, encabeçado por 
Michel Temer (PMDB) e Aécio Neves (PSDB), provocou o desmonte do Estado Democrático de 
Direito, refletindo diretamente na violação de direitos e garantias fundamentais.
"Aqueles que ajudaram a desestabilizar o país também pagam o preço da destruição das regras do 
Estado de Direito. O vale-tudo que passamos a viver desde 2015 prossegue. E pode ter um desfecho 
terrível, se não houver amplo diálogo e serenidade", escreveu o governador que foi juiz federal por 
mais de 12 anos.
Para Flávio Dino, o combate à corrupção é um dever cotidiano de todos, mas "a legitimidade da 
causa não justifica que leis sejam descumpridas em um vale-tudo".
"Esse equilíbrio que parte do Judiciário perdeu, levando a uma ultrapolitização de decisões. Algumas 
com fins nobres. Outras, nem isso", completou. 
Aqueles que ajudaram a desestabilizar o país também pagam o preço da destruição das regras do Estado de Direito. O vale-tudo que passamos a viver desde 2015 prossegue. E pode ter um desfecho terrível, se não houver amplo diálogo e serenidade.

O combate à corrupção é um dever cotidiano de todos. Porém, a legitimidade da causa não justifica que leis sejam descumpridas em um vale-tudo. Esse equilíbrio que parte do Judiciário perdeu, levando a uma ultrapolitização de decisões. Algumas com fins nobres. Outras, nem isso

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