sexta-feira, 22 de março de 2019

Coordenadora regional do MAB, Dilma Ferreira Silva é assassinada em Tucuruí (PA)


Movimento afirma que outros militantes foram mortos na mesma ação, e que não há certeza 
sobre os motivos do crime
Brasil de Fato
O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) informou nesta sexta-feira (22) o assassinato de 
Dilma Ferreira Silva, coordenadora regional do movimento em Tucuruí (PA). Segundo informações 
preliminares divulgadas pela assessoria de comunicação, a liderança do MAB no Pará teria sido 
morta junto ao esposo e outros familiares.
"O MAB ainda não sabe ao certo o número de pessoas assassinadas e nem os motivos do crime. (…) 
É mais um momento triste para a história dos atingidos por barragens que o dia de hoje celebravam o 
dia internacional da água", diz a nota publicada pelo movimento. "O MAB exige das autoridades a 
apuração rápida deste crime e medidas de segurança para os atingidos por barragens em todo o 
Brasil".
Em 2011, Silva participou de uma audiência com a então presidenta Dilma Rousseff (PT) e entregou 
um documento em que pedia uma política nacional de direitos para os atingidos por barragens, com 
atenção especial par as mulheres atingidas.
A usina hidrelétrica de Tucuruí, construída durante a ditadura militar, é a maior hidrelétrica 
considerada genuinamente nacional. Ela localiza-se no rio Tocantins, a 310 km da capital Belém 
(PA). Cerca de 32 mil pessoas foram deslocadas de suas moradias para construção da barragem, e há 
mais de 30 anos lutam para garantir direitos.
Investigação
Após denúncia do MAB, Helder Salomão (PT/ES), presidente da Comissão de Direitos Humanos e 
Minorias da Câmara dos Deputados (CDHM), cobrou que Helder Barbalho, governador do Pará, 
Ualame Machado, secretário de Estado de Segurança Pública e Defesa Social, e Gilberto Martins, 
procurador-geral de Justiça, tomem providências o mais rápido possível para apurar o assassinato.
Segundo nota publicada no site da Câmara dos Deputados, Salomão ainda solicitou no documento 
enviado aos demais que a CDHM seja informada por todas as ações tomadas para apurar o crime. 
“Considerando as informações preliminares, podemos dizer que possivelmente os crimes são uma 
reação à luta dessas pessoas pelos direitos humanos”, afirma o deputado.
Salomão reforça que a Comissão tem a atribuição de receber, avaliar e investigar as denúncias 
relativas a qualquer ameaça ou violação de direitos humanos. "Além disso, o assassinato de 
defensores de direitos humanos é uma grave violação dos compromissos internacionais assumidos 
pelo Brasil na Assembleia Geral das Nações Unidas”, frisa o deputado.

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