sábado, 5 de janeiro de 2019

Venezuela acusa “Grupo de Lima” de tramar Golpe!


Reunião do "Grupo de Lima" na sexta-feira, 4/I. Brasil e mais 12 países decidem não 
reconhecer novo mandato do presidente da Venezuela (Reprodução: Rede Globo)
Venezuela acusa Grupo de Lima de incentivar golpe de Estado 
com apoio dos EUA
A Venezuela acusou nesta sexta-feira (4) o Grupo de Lima de incentivar um golpe de estado com 
apoio de Washington, afirma a agência France Presse. O governo venezuelano recusou a proposta do 
bloco ao presidente Nicolás Maduro de desistir de assumir um novo mandato em 10 de janeiro e
transferir o poder ao Parlamento.
Em um comunicado lido pelo chanceler, Jorge Arreaza, a Venezuela expressou "sua maior
perplexidade ante a extravagante declaração de um grupo de países do continente americano, que
após receber instruções do governo dos Estados Unidos através de uma videoconferência, acordaram
incentivar um golpe de estado". (...)O Grupo de Lima, que inclui o Brasil e outros 12 países,
anunciou nesta sexta-feira (4), na capital peruana, que não reconhecerá o governo venezuelano se o
presidente Nicolás Maduro assumir um novo mandato em 10 de janeiro, por considerar que se trata
de resultado de eleições ilegítimas. A decisão não foi unânime, uma vez que o México, agora sob o
governo de esquerda de Andrés Manuel López Obrador, se recusou a assinar a declaração. (...) Além
do Brasil e do Peru, mais 11 países integram o grupo – Argentina, Canadá, Colômbia, Costa Rica,
Chile, Guatemala, Guiana, Honduras, México, Panamá e Paraguai.

Filho de Jair Bolsonaro, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-
SP), que atua como uma espécie de chanceler informal, propõe 
que países da América do Sul apoiem um governo alternativo 
ao de Nicolás Maduro, que toma posse para seu segundo 
mandato no dia 10; seu governo é reconhecido por grandes 
potências como China e Rússia, mas o filho de Bolsonaro 
aposta no conflito.
Após ser eleito presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, o 
deputado Juan Guaidó, do Partido Vontade Popular, disse hoje (5) que o Parlamento vai atuar para 
impedir mais um mandato do presidente Nicolás Maduro, cuja posse está marcada para a próxima 
quinta-feira (10). “Que ninguém duvide que faremos tudo o que temos a fazer para cumprir o nosso 
dever: lutar contra a usurpação, defender e representar o Estado e preparar as bases para a 
reconstrução do país”, afirmou.
Segundo Guaidó, o roteiro para “restabelecer a ordem constitucional” no país passa por três etapas: 
“cessação da usurpação, governo de transição e eleições livres para responder imediatamente à 
crise”. “O povo da Venezuela e a comunidade internacional podem ter certeza de que, como 
presidente da Assembleia Nacional, assumiremos a responsabilidade de tomar todas as decisões 
necessárias para facilitar a transição”, disse.
Para o deputado, desde que chegou ao poder, substituindo Hugo Chávez, morto em 2013, Maduro 
“desmantelou o estado de direito”, ignorando a Assembleia Nacional, dominada pela oposição, e 
nomeando os membros do Tribunal Supremo de Justiça e da Assembleia Nacional Constituinte. 
“[Maduro] negou aos venezuelanos o direito de escolher seu destino, violando completamente os 
direitos humanos dos cidadãos”, afirmou.
Grupo de Lima
De acordo com Guaidó, o papel do Parlamento é “restabelecer a ordem constitucional, legislar para 
devolver o dinheiro saqueado e autorizar a ajuda humanitária para mitigar a crise” no país. “Esta 
ditadura destruiu a capacidade produtiva do país e criou uma cúpula corrupta, que se beneficia do 
sofrimento de todos os venezuelanos”, afirmou.
Conforme o deputado, a Assembleia Nacional dará apoio jurídico e institucional à comunidade 
internacional para defender a população e a Constituição venezuelanas. “Este regime puniu a 
pobreza e empurrou para trás os mais necessitados, em uma luta absurda para sobreviver, mas a 
liberdade está em nosso sangue e mais presente do que nunca na busca por uma Venezuela melhor”, 
disse.
Criado para buscar uma saída à crise venezuelana, o Grupo de Lima, formado pelo Brasil e mais 13 
países, defendeu que Maduro não assuma no próximo dia 10 e transfira o poder ao Parlamento. O 
Grupo de Lima avaliou que não há legitimidade no processo de reeleição de Maduro, mas condenou 
qualquer possibilidade de intervenção no país vizinho.
Governo venezuelano
Em resposta à Declaração de Lima, o ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Jorge Arreaza, 
disse em pronunciamento, ontem (4) à noite, que Maduro tomará posse na próxima quinta-feira, 
“legítima e constitucionalmente”, para exercer o mandato de 2019 a 2025. “Para isso, não precisa da 
aprovação de nenhum governo estrangeiro”, afirmou.
O chanceler disse que o governo venezuelano recebeu com “perplexidade a extravagante declaração 
de um grupo de países americanos que acordaram dar um golpe de estado na Venezuela”. 
“Desconhecem o governo democraticamente eleito e as instituições legitimamente constituídas”, 
declarou.
Arreaza lembrou que Maduro foi eleito em maio do ano passado, com 67% dos votos válidos, em um 
pleito com observadores internacionais e submetido a auditorias externas. Disse ainda que a 
Venezuela responderá a todos os países que apoiaram a Declaração de Lima: “Nenhum país vai 
intimidar o povo venezuelano”.

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