quinta-feira, 17 de janeiro de 2019

GISELE BÜNDCHEN, PRESSIONA BOLSONARO E RURALISTAS E RIDICULIZA A MINISTRA VENENO


Depois de responder nas redes sociais aos ataques que sofreu da ministra da Agriculturaa, 
Gisele Bündchen, a brasileira mais conhecida e prestigiada no mundoao lado de Lula mandou 
carta a Tereza Cristina respondendo às críticas; na segunda, a ministra atacara Gisele, 
acusando-a criticar o Brasil "sem conhecimento" e dizendo que ela integra o grupo que o 
bolsonarismo considera "maus brasileiros"; embaixadora da ONU para o Meio Ambiente, 
Gisele indicou na carta que a ministra não tem ideia de seu conhecimento e importância no 
cenário global; o texto é desmoralizante para Tereza Cristina e o bolsonarismo e revela que o 
governo está alheio ao que acontece no mundo.
247 - Depois de responder indiretamentenas redes sociais aos ataques que sofreu da ministra da
Agricultura, Gisele Bündchen, a brasileira mais conhecida e prestigiada no mundo (ao lado de Lula) 
mandou uma carta nesta quarta-feira (16) para Tereza Cristina (DEM) na qual responde às críticas. 
Na segunda-feira, a ministra atacara Gisele, acusando-a criticar o Brasil "sem conhecimento de 
causa" e dizendo que ela integra o grupo de "maus brasileiros" que se insurgem contra a política 
ambiental que prevalece no país desde o golpe. Embaixadora da Boa Vontade da ONU para o Meio 
Ambiente, indicou na carta que a ministra não tem a menor ideia de seu conhecimento e importância 
no cenário global. O texto é desmoralizante para Tereza Cristina e o bolsonarismo, pois revela que o 
atual governo está completamente alheio ao que acontece no mundo.
Escreveu Gisele: "Desde 2006 venho apoiando projetos e me envolvendo com causas 
socioambientais no Brasil (através da doação de parte da renda da venda de produtos licenciados 
com meu nome a diversos projetos relacionados à água e florestas até o apoio e realização de projeto 
de reflorestamento de mata ciliar na minha cidade natal). Já visitei a Amazônia algumas vezes e 
conheci de perto a realidade da região norte de nosso país. Em decorrência do meu trabalho 
relacionado ao meio ambiente fui convidada para ser Embaixadora da Boa Vontade da ONU para o 
Meio Ambiente e também pelo presidente da França para participar do lançamento do Pacto Global 
para o Meio Ambiente na Assembleia Geral da ONU nos Estados Unidos, além de ter participado de 
inúmeros encontros com presidentes de empresas, universidades, cientistas, pesquisadores, 
agricultores e organizações do meio ambiente, onde pude trocar informações e aprender cada vez 
mais sobre como cuidar do nosso planeta." 
No texto, Gisele demarca distância com os interesses representados pela ministra, os dos ruralistas, 
grande proprietários de terras, e sua trajetória pessoal e familiar: "Sou uma apaixonada pela natureza 
e tenho uma conexão muito forte com a terra. Nasci no interior do Brasil, onde a agricultura sempre 
foi fundamental para a economia e desenvolvimento de todos os municípios do entorno. Meus avós 
também praticavam agricultura familiar".
Leia a íntegra da carta de Gisele Bündchen

Excelentíssima Senhora Ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina 
Escrevo respeitosamente à senhora para me manifestar em relação a alguns comentários que foram 
feitos e que dizem respeito à minha pessoa em sua entrevista no dia 14 de janeiro ao veículo Jovem 
Pan. Causaram-me surpresa as referências negativas ao meu nome, pois tenho orgulho de ser 
brasileira e sempre representei meu país da melhor forma que pude.
Primeiramente, gostaria de dividir com a senhora um pouquinho da minha trajetória. Sou uma 
apaixonada pela natureza e tenho uma conexão muito forte com a terra. Nasci no interior do Brasil, 
onde a agricultura sempre foi fundamental para a economia e desenvolvimento de todos os 
municípios do entorno. Meus avós também praticavam agricultura familiar.
Valorizo e prezo muito o papel tão importante que a agricultura e os agricultores têm para o nosso 
país e nosso povo, mas ao mesmo tempo acredito que a produção agropecuária e a conservação 
ambiental precisam andar juntas, para que nosso desenvolvimento possa ser sustentável e longevo.
Desde 2006 venho apoiando projetos e me envolvendo com causas socioambientais no Brasil 
(através da doação de parte da renda da venda de produtos licenciados com meu nome a diversos 
projetos relacionados à água e florestas até o apoio e realização de projeto de reflorestamento de 
mata ciliar na minha cidade natal). Já visitei a Amazônia algumas vezes e conheci de perto a 
realidade da região norte de nosso país. Em decorrência do meu trabalho relacionado ao meio 
ambiente fui convidada para ser Embaixadora da Boa Vontade da ONU para o Meio Ambiente e 
também pelo presidente da França para participar do lançamento do Pacto Global para o Meio 
Ambiente na Assembleia Geral da ONU nos Estados Unidos, além de ter participado de inúmeros 
encontros com presidentes de empresas, universidades, cientistas, pesquisadores, agricultores e 
organizações do meio ambiente, onde pude trocar informações e aprender cada vez mais sobre como 
cuidar do nosso planeta.
Tendo ciência, através de diferentes fontes de informação, do alto grau de comprometimento e 
irreversibilidade que algumas ações governamentais poderiam trazer ao meio ambiente, como cidadã 
brasileira preocupada com os rumos da minha nação resolvi, em algumas oportunidades que entendi 
críticas e merecedoras de atenção, me manifestar.
A Senhora mencionou a grande quantidade de áreas protegidas no Brasil. Lamento, no entanto, ver 
notícias, como a do final do ano de 2018, com dados do Governo Federal divulgados amplamente na 
imprensa, que o desmatamento na Amazônia havia crescido mais de 13%, o que representava a pior 
marca em 10 anos. Um patrimônio inestimável ameaçado pelo desmatamento ilegal e a grilagem de 
terras públicas. Estes sim são os “maus brasileiros”.
Precisamos usar a tecnologia e todo conhecimento científico a favor da agricultura e da 
produtividade para que evitemos que novos desmatamentos possam ultrapassar o ponto de não 
retorno em que a degradação em curso do clima ameno se tornará irreversível.
Vejo a preservação da natureza não somente como um dever ambiental legal, mas também como uma 
forma de assegurar água, biodiversidade e condições climáticas essenciais para a produção agrícola.
Cara Ministra Teresa Cristina, seu papel como ministra da Agricultura – em um país onde clima, 
agricultura e floresta têm papel chave para nossa economia – é fundamental. Sei do desafio que tem 
pela frente e torço para que em seu mandato possam ser celebradas ações concretas que resultem em 
um Brasil mais sustentável, justo e próspero.
Ficarei muito feliz em poder divulgar ações positivas que forem tomadas neste sentido.
Com respeito,
Gisele Bündchen

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