quinta-feira, 3 de janeiro de 2019

Documentário “A Facada no Mito” é impressionante e exige resposta da PF

Ao terminar de assistir “A Facada no Mito” quero dizer que ficou abalada a minha convicção 
inicial de que era impossível o atentado a Bolsonaro ter sido uma armação.
Por Renato Rovai
A partir de uma matéria originalmente publicada na Rede Brasil Atual cai no canal do YouTube 
“True or Not” que foi criado apenas para divulgar o documentário anônimo “A Facada no Mito”. A 
primeira impressão é de que assistiria a um vídeo amador mal feito e que não mereceria qualquer 
credibilidade. Vamos dizer que há meia verdade na minha primeira impressão.
O documentário é de fato amador, provavelmente feito por pessoas sem formação em audiovisual ou 
jornalismo. Não é narrado. É baseado em imagens do dia do atentado a Bolsonaro, acompanhado de 
música e textos que questionam o que de fato aconteceu.
A questão é que mesmo sendo totalmente amador, o vídeo conduz quem assiste a uma série de 
dúvidas sobre o tal atentado e merece ser tratado como um novo objeto nas investigações acerca do 
que ocorreu naquele 6 de setembro.
Sua tese central é de que o atentado foi uma grande armação. Muita gente já achava isso naqueles 
dias. E o jornalista que escreve nunca deu bola para essa suspeita, entre outras coisas, porque 
fabricar um atentado envolvendo hospitais não me parece algo possível.
Ainda acho a hipótese muito improvável, mas ao terminar de assistir “A Facada no Mito” quero 
dizer que minha convicção inicial ficou abalada. E que a partir de agora considero importante que a 
sociedade tenha respondida uma série de questões realizadas pelo documentário.
Porque entre outras coisas, o vídeo mostra cenas de uma primeira tentativa de ataque de Adélio 
Bispo que teria sido assistida por vários dos seguranças de Bolsonaro. E que teria ocorrido após uma 
contagem regressiva de um deles com os dedos de uma das mãos que começa cheia, com cinco 
dedos e vai diminuindo um a um até chegar no zero. Momento em que Adélio parte para o ataque.
Essas pessoas que estão o tempo todo próximas a Adélio são marcadas em atos suspeitos no vídeo e 
parecem de fato terem agido em conjunto com ele. No momento da segunda tentativa de agressão, 
que foi a que teria ferido Bolsonaro, são elas que prendem Adélio e a protegem de ser agredido e 
morto ali no local da ação.
Além de mostrar um a um esses supostos envolvidos, o vídeo também aponta contradições em 
relação ao ferimento e à faca que foi apontada como a usada. E defende a tese de que o instrumento 
utilizado não seria o apresentado, mas sim um “folding Knife”, uma faca dobrável. E que por isso 
não há sangue no ferimento, já que a facada não teria ocorrido.
Os argumentos e as cenas apresentadas por incrível que possa parecer fazem muito sentido. Mas não 
explicam algo fundamental, se o evento foi produzido com tanta gente envolvida por que até agora a 
armação não veio à tona?
De qualquer maneira, há uma outra questão que o documentário chama atenção e que não havia sido 
tratada com importância devida.
No dia do atentado um fotógrafo do jornal Tribuna de Juiz de Fora, Felipe Couri, estava produzindo 
imagens. No exato momento em que Bolsonaro é atacado ele teve sua atenção desviada e não 
conseguiu fazer a foto que provavelmente o levaria a ganhar prêmios de jornalismo, mas mesmo 
assim foi retirado do local por um segurança de Bolsonaro de forma agressiva.
O jornal Tribuna de Juiz de Fora registrou o fato da seguinte forma:

A matéria pode ser lida neste link.
É imprescindível que a Polícia Federal responda as questões apresentadas no vídeo. E que as pessoas 
citadas como parte da ação de Adélio Bispo venham a público dizer o que ocorreu naqueles minutos 
entre o primeiro ataque, o segundo ataque e a prisão do esfaqueador.
Sem essas respostas, o atentado a Bolsonaro entra para o rol daqueles eventos em que a gente nunca 
sabe direito se ocorreu da forma como se diz.
É imprescindível que a Polícia Federal responda as questões apresentadas no vídeo. E que as pessoas 
citadas como parte da ação de Adélio Bispo venham a público dizer o que ocorreu naqueles minutos 
entre o primeiro ataque, o segundo ataque e a prisão do esfaqueador.
Sem essas respostas, o atentado a Bolsonaro entra para o rol daqueles eventos em que a gente nunca 
sabe direito se ocorreu da forma como se diz.

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