terça-feira, 6 de novembro de 2018

ENQUANTO PLANEJA O FIM DO MINISTÉRIO DO TRABALHO, BOLSONARO VOLTA A AMEAÇAR ENEM DEPOIS DE ESTIMULAR DELAÇÃO DE PROFESSORES


A equipe de transição do presidente eleito Jair Bolsonaro estuda extinguir o Ministério do 
Trabalho; a medida radicalizaria a reforma trabalhista do governo Temer; entre outras 
responsabilidades, o Ministério é responsável pelo combate ao trabalho escravo no país; o 
secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, o Juruna, classificou a proposta 
como "nefasta".
Quando ainda estava na tribuna do Senado, onde discursou dizendo ter a Constituição como 
um "norte", Jair Bolsonaro disparou diretamente ou por sua assessoria na manhã desta terça 
um tweet atacando novamente o Enem por questões da prova realizado no último domingo, 
dizendo que elas são "ideologia e politicagem"; no post, disse que vai mudar o modelo de 
avaliação do ensino brasileiro; ataques ao Enem acontecem ao mesmo tempo em que o 
presidente eleito incentiva alunos a gravarem seus professores em salas de aula com o objetivo 
de denunciá-los, institucionalizando a delação no país.
247 - Às 11h desta terça-feira (6), quando ainda estava na tribuna do Senado onde discursou 
afirmando defender a Constituição, Jair Bolsonaro disparou diretamente ou por sua assessoria um 
tweet atacando novamente o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). Ele e seus filhos estão 
furiosos pelo fato de o exame realizado no domingo ter trazido como tema da redação a 'manipulação 
do comportamento do usuário pelo controle de dados na internet' e uma questão que tratava sobre 
linguagem utilizada por gays e travestis. Desta vez, Bolsonaro não se limitou a criticar as questões, 
mas afirmou que o modelo atual irá mudar e acusou as questões de serem indevidas inclusões de 
"ideologia e politicagem" no Enem. O ataque acontece um dia depois do presidente eleito incentivar 
alunos a gravarem aulas para denunciar professores.
Qual a razão de incluir ideologia e politicagem nos testes que medem o conhecimento dos nossos 
alunos? Não devemos fabricar militantes, mas preparar o jovem para que se torne um bom 
profissional no futuro. O modelo atual não funciona, temos péssimos indicativos. É preciso mudar!


Qual a razão de incluir ideologia e politicagem nos testes que medem o conhecimento dos nossos alunos? Não devemos fabricar militantes, mas preparar o jovem para que se torne um bom profissional no futuro. O modelo atual não funciona, temos péssimos indicativos. É preciso mudar!
Ontem (5), Bolsonaro defendeu em entrevista no programa Brasil Urgente do apresentador José Luiz 
Datena que professores tenham aulas gravadas por alunos, para que eles sejam denunciados por 
supostas "doutrinação" ideológica (aqui).
Ao ser questionado se concorda com a sugestão da deputada estadual eleita em Santa Catarina pelo 
PSL Ana Caroline Campagnolo, Bolsonaro disse que os professores devem se "orgulhar" e não ficar 
preocupados, caso algum aluno decida gravar as aulas. "Professor tem que se orgulhar e não ficar 
preocupado. Mau professor é o que se preocupa com isso aí", disse ele.
Em vídeo de 2016 divulgado em suas redes sociais, Jair Bolsonaro já havia defendido que alunos 
filmassem professores em sala de aula. "Vamos filmar o que acontece nas salas de aula e vamos 
divulgar. Os seus pais, os adultos homens de bem têm o direito de saber o que esses professores, 
entre aspas, ficam fazendo com vocês em sala de aula", disse Bolsonaro (aqui).

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