sexta-feira, 9 de novembro de 2018

ANÁLISE: IGREJAS COM PARTIDO SÃO OS FANFARRÕES DA ESCOLA SEM PARTIDO


Igreja com Partido
por Fernando Nogueira da Costa
Compartir significa fazer parte de alguma comunidade, por exemplo, religiosa. Significa também participar, dividir, compartilhar um sentimento com alguém. Ou um banquete. Os primeiros cristãos procuraram oportunidades para melhorar a vida das pessoas desvalidas no submundo romano: gladiadores, estrangeiros, escravos. Todos estavam desamparados por serviços sociais do Estado, porque não eram considerados cidadãos do Império Romano.
Os colégios ou as confrarias cristãs ofereciam a sepultura e o banquete. Os cristãos se cotizavam para garantir uma sepultura, erguer um santuário doméstico aos protetores da casa, providenciar banquetes para todos. Com os convivas sentados em bancos, eram simples e fraternos, sendo realizados no dia do Senhor. Compartir era separar a refeição em partes entre indivíduos “deixados de valer”. O segredo da propagação do cristianismo no decorrer do século II se relaciona com essa luta pela cidadania.
Esse ato de repartir do cristianismo primitivo o levou à popularidade, até alcançar o imperador. Através do Edito de Milão (ano de 313), o imperador Constantino I acabou com a perseguição romana aos cristãos. Ele se converteu ao cristianismo, porém não transformou a religião em oficial do Império. Aproveitou-se do crescimento dela, em quase todas as regiões do império, para aumentar sua força política.
Em 1453, turcos infiéis conquistaram Constantinopla, bastião milenar do cristianismo. A “cidade de Constantino”, atual Istambul, foi a capital do Império Romano (330–395), do Império Bizantino (ou Império Romano do Oriente) (395–1204 e 1261–1453), do Império Latino (1204–1261) e, após a tomada pelos turcos, do Império Otomano (1453–1922).
No fim da Idade Média, época de peste e fome dizimando a população europeia, houve o “Grande Cisma”, entre 1378 e 1417, quando o papado foi dividido, chegando a haver três papas em 1409. A oferta se dividiu, mas a demanda se elevava com a busca por parte da população leiga, empesteada e faminta por uma relação mais direta com o sobrenatural. Surgia a devoção de caráter individualista com base na meditação sobre a vida de penitência e sacrifício de Cristo para alcançar a promessa de paraíso futuro. O exercício individual da fé foi uma ideia-chave para os futuros reformadores da Igreja.
Os esforços dos “devotos” era para expurgar das manifestações culturais todos os resquícios de paganismo ou sobrevivências pré-cristãs. Os ritos católicos lhes substituíam como espécie de magia. O ponto de ruptura foi quando um frei alemão, Martinho Lutero (1483-1546) se deparou, lendo a bíblia, com a doutrina da justificação pela fé. Há cerca de ½ milênio, divulgou suas 95 Teses contestatórias inclusive da prática de perdoar os pecados mediante pagamento em dinheiro.
Foi a base para uma teologia reformada, onde expunha a doutrina do sacerdócio universal. Segundo essa tese, os homens não necessitavam de intermediários do clero para entrar em contato com Deus. Bastava se alfabetizar para ler a bíblia traduzida do latim para o alemão. Conquistou a simpatia das castas dos nobres, dos sábios filósofos e dos sábios-criativos (artistas e artesãos) até o ponto de seis príncipes e catorze cidades alemãs protestarem quando, em 1529, tentaram bani-lo dos domínios do Sacro Império Romano. Foi a origem da designação “protestante”. Sempre pregou a centralidade da bíblia, lida diretamente, sem intérpretes intermediários, por livre-iniciativa.
No Brasil, houve tentativas de disseminação do protestantismo desde o período colonial (1500-1822). Os franceses invasores do Rio de Janeiro no século XVI, em busca de refúgio religioso (e do pau-brasil), eram huguenotes. Em 1630, os holandeses da Companhia das Índias Ocidentais, interessados no comércio do açúcar, conquistaram parte da atual região Nordeste, onde permaneceram até 1654. Nesse período, organizaram a Igreja Cristã Reformada.
A grande maioria dos “cristãos-novos” — um em cada três portugueses imigrantes para a colônia era judeu com conversão forçada — se misturou depois de uma ou duas gerações com outras etnias. Formaram comunidades ou grupos de pessoas caracterizadas por uma homogeneidade sociocultural com língua, religião e modo de agir próprios. De maneira pejorativa, o indivíduo de origem árabe, vendedor ambulante de artigos de armarinho, era chamado de “carcamano”.
A presença oficialmente aceita do protestantismo só ocorreria na primeira metade do século XIX, após a chegada da corte portuguesa, por causa da aliança geopolítica com a Inglaterra contra Napoleão. Como nação protestante, a Inglaterra garantiu para os seus súditos privilégios de caráter religioso sem precedentes contra o monopólio da Igreja Católica. Estabeleceram a Igreja Anglicana no país. Foram construídos templos e cemitérios, porque as necrópoles – partes das cidades antigas destinadas ao sepultamento dos mortos – estavam sob a guarda da Igreja Católica. Paradoxalmente, face ao seu primórdio, esta não permitia o enterro de protestantes nos seus sítios.
Para resolver o problema conflituoso da mão-de-obra escrava, imigrantes alemães protestantes, especialmente luteranos vindos da Alemanha, se instalaram principalmente no Sul do país, embora também houvesse colônias em estados do Sudeste, exceto no estado de São Paulo. Fundaram comunidades evangélicas independentes e escolas paroquiais de língua germânica para seus filhos.
Outro fator contribuinte para a vinda de missionários estrangeiros foi o avivamento religioso ocorrido na Europa no final do século XVIII. Ele se difundiu pelos Estados Unidos durante a Guerra da Independência pelo discurso de ódio. Foi pregada a satanização da Inglaterra para os colonos norte-americanos separarem-se definitivamente da memória afetiva da metrópole. Em decorrência do fervor evangélico, depois, missões foram organizadas com o objetivo de salvar os demais pecadores do inferno.
Os puritanos, calvinistas radicais e imigrantes pioneiros para os Estados Unidos, surgiram em oposição ao “papismo” da Igreja da Inglaterra. Tinham uma espiritualidade intensa e tumultuosa. Eram bons capitalistas e bons cientistas. Às vezes, porém, passados os efeitos da graça, após a conversão, mergulhavam em depressão crônica e alguns até cometeram suicídio, certos de a perda da alegria extática significar sua predestinação ao Inferno.
Os Pais Fundadores da República Norte-americana compunham uma elite aristocrática de ideias iluministas atípicas. A vasta maioria dos americanos era calvinista e não podia acatar o etos racionalista. Muitos consideravam o deísmo – doutrina para qual a razão é a única via capaz de assegurar da existência de Deus, rejeitando, para tal fim, o ensinamento ou a prática de qualquer religião organizada – uma ideologia satânica.
Os protestantes viam sua religião dotada de uma ética capaz de incentivar o espírito do capitalismo. A concepção de Destino Manifesto tornou-se pensamento corrente nos Estados Unidos como justificativa dos norte-americanos serem predestinados por Deus para conquistar o mundo levando a democracia, o protestantismo e os valores extremamente moralistas de sua civilização. É a versão expansionista do “sonho americano” de mobilidade social por conta própria ou livre-iniciativa.
No Brasil, com o advento da República através da casta dos militares positivistas houve a separação da Igreja do Estado. Este se tornou constitucionalmente laico. Caíram os obstáculos jurídicos para a atuação dos evangélicos, propiciando a liberdade de expressão e a tolerância religiosa para a propagação do protestantismo no país.
Nas décadas de 1950 e 1960, após a II Guerra Mundial, o pentecostalismo ganhou vigor com a chegada de igrejas norte-americanas. No mesmo período, a livre-iniciativa levou a novos empreendimentos com a criação de igrejas nacionais. Deram novas ênfases evangelizadoras em sintonia com a urbanização. Investiram em grandes concentrações público e no uso inicial do rádio, depois da TV, para anunciar a mensagem do evangelho da cura divina para todos os males através da Teologia da Prosperidade contra o diabo na área financeira. Com a diversificação do pentecostalismo no país, a exploração de nichos do mercado religioso propiciou uma alternativa ao catolicismo para as camadas populares de baixa renda.
A partir da segunda metade dos anos 70, novas igrejas pentecostais tiveram um crescimento acelerado ao explorar a lógica do mercado religioso e uma racionalidade pragmática de tipo empresarial. Passaram a pregar a valorização da felicidade aqui-e-agora a partir da prosperidade financeira, sinal da graça divina.
Para conceder graças aos “tementes de deus”, nada melhor: dar ou transmitir graça a um amplo e fiel público eleitor. O investimento na mídia, além da criação de uma indústria da música gospel – etimologicamente, derivada do inglês god-spell, com alusão ao ato divino de anunciar algo ou ao “feitiço de deus” –, propiciou a eleição da “bancada da bíblia”, dita evangélica, no Poder Legislativo. Acima dos partidos, tem grande poder de barganha junto ao Poder Executivo em coalizões partidárias-presidencialistas.
Agora, com a aliança entre a casta dos militares e a casta dos sabidos-pastores, eleito o primeiro presidente evangélico de uma República brasileira laica, tanto o catolicismo como a religiosidade brasileira afro-espírita sentem temor de serem demonizadas e encaradas pelos pastores como inimigas preferenciais na disputa do mercado religioso. Cruz credo! Livre-nos do obscurantismo da Igreja com Partido e da Escola sem Partido!
Fernando Nogueira da Costa - Professor Titular do IE-UNICAMP. Autor de “Métodos de Análise Econômica” (Editora Contexto; 2018). http://fernandonogueiracosta.wordpress.com/ E-mail: fernandonogueiracosta@gmail.com.  
por Urariano Mota
Para a chamada Escola Sem Partido, é preciso escrever sobre os atrasos que virão para o ensino e o pensamento brasileiro. Na medida de minhas possibilidades, chamo atenção para alguns desastres anunciados.
Primeiro, para não falarem que exagero o exagerado, olhem o site do movimento, quero dizer, o sítio do imobilismo, de onde copio estes atentados:
“Por uma lei contra o abuso da liberdade de ensinar: 
A doutrinação política e ideológica em sala de aula ofende a liberdade de consciência do estudante; afronta o princípio da neutralidade política e ideológica do Estado; e ameaça o próprio regime democrático, na medida em que instrumentaliza o sistema de ensino com o objetivo de desequilibrar o jogo político em favor de um dos competidores.
Por outro lado, a exposição, em disciplina obrigatória, de conteúdos que possam estar em conflito com as convicções morais dos estudantes ou de seus pais, viola o art. 12 da Convenção Americana sobre Direitos Humanos, segundo o qual “os pais têm direito a que seus filhos recebam a educação religiosa e moral que esteja de acordo com suas próprias convicções.
O Programa Escola sem Partido é uma proposta de lei que torna obrigatória a afixação em todas as salas de aula do ensino fundamental e médio de um cartaz com o seguinte conteúdo”.
E seguem-se os mandamentos divinos da sarça ardente, que reza entre suas ordens:  
“O professor não fará propaganda político-partidária em sala de aula nem incitará seus alunos a participar de manifestações, atos públicos e passeatas...
O professor respeitará o direito dos pais a que seus filhos recebam a educação moral que esteja de acordo com suas próprias convicções” 
Ora, desde Moliére, no avançadíssimo século dezessete, que filhas resistem ao mando dos pais. Mas estamos, conforme indicação do calendário, no século vinte e um. Consiste um grave assalto à democracia submeter conteúdos ministrados ou impressos ao que esteja de acordo com convicções trazidas da casa do aluno, ou pretender que valores de ordem familiar estejam acima da educação moral, sexual e religiosa. As famílias não se constiuem de cientistas, escritores e filósofos nem na Grécia de Ouro. Ainda que disponham de pais ilustrados, o que seria algo abaixo de um milésimo, a família como instituição é conservadora.
Com essa projeto de lei e movimento imobilizado, corre-se o risco, no limite, de que em breve se exija a equiparação de ensinamentos bíblicos a descobertas da ciência, como no caso da extraordinária contribuição de Darwin. Na Origem das Espécies, o homem é um animal e como todas os demais seres vivos se originou de processos naturais, o que nega a crença religiosa da criação divina tal como é apresentada pela Bíblia. E aí, como ficamos? Com Darwin ou com os ignorantes pais?  
Recuemos mais, até 1543. Nesse ano, um louco e herege, de nome Nicolau Copérnico, revolucionou a ciência ao mostrar que a Terra girava em torno do Sol.  A Igreja  ficou perplexa com essa teoria, pois, segundo seus teólogos, a Terra era plana, imóvel, o centro do Universo. Enquanto o Sol, esse intruso secundário, é que girava em torno da Terra. E todos ficaram giros com esse tal de Copérnico. Notem o crime contra o evangelho. A primeira edição de De Revolutionibus Orbium Coelestium (Sobre as Revoluções das Esferas Celestes) só foi publicada um pouco antes da morte do astrônomo. Quando veio a público, a teoria foi rechaçada pela Igreja e banida por quase três séculos. Hoje, com a Escola Sem Partido, voltaria a ser condenada.
Na verdade, não escaparia nem a Bíblia. Ela somente poderia ser conhecida com expurgos, como, por exemplo, dos trechos pouco edificantes das filhas que embriagam o pai e o levam à cama para o sexo. Leiam que devassidão de costumes:
“Vem, demos a nosso pai vinho a beber, e deitemo-nos com ele, para que conservemos a descendência de nosso pai.
 Deram, pois, a seu pai vinho a beber naquela noite; e, entrando a primogênita, deitou-se com seu pai; e não percebeu ele quando ela se deitou, nem quando se levantou.
 No dia seguinte disse a primogênita à menor: Eis que eu ontem à noite me deitei com meu pai; demos-lhe vinho a beber também esta noite; e então, entrando tu, deita-te com ele, para que conservemos a descendência de nosso pai.
 Tornaram, pois, a dar a seu pai vinho a beber também naquela noite; e, levantando-se a menor, deitou-se com ele; e não percebeu ele quando ela se deitou, nem quando se levantou.
 Assim as duas filhas de Ló conceberam de seu pai”.
Com agravantes, pois Ló, pai e amante das filhas, era irmão de Abraão, que por sua vez casou com a prória irmã, Sara. Depois, Naor, outro irmão, se uniu à sobrinha Milca. Que fazer? Censure-se a Bíblia ! gritarão os adeptos da nova escola.
Hoje no Brasil, conservadores e fascistas, em Santa Aliança, julgam que reprimir a palavra vida consegue conter a própria vida. Isso equivale a dizer: eles imaginam que o expurgo de aulas sobre o comunismo acabará com a existência do comunismo. Ou então pensam que reduzir o amor ao papai e mamãe de antes de Cristo acabará com toda forma de amor, dos séculos passados ao futuros. O projeto da Escola sem Partido é bem uma luta desigual entre a repressão e a vida. Desde o poeta Horácio que se conhece a luz dos seus versos: “Reprime a natureza, ela voltará sem freios”. Ou de modo mais literal, “Expulsa a natureza com um forcado, que ela voltará sempre a correr”.
Nessa cruzada do obscurantismo, não sobrará nem mesmo Machado de Assis. É sério. A obra de Machado não passará de um amontoado de palavras de negação dos valores da família, porque contrária à moral mais casta de evangélicos. Se pensam que escrevo em delírio, olhem por favor a prova da febre direitista a seguir. Tudo que copio abaixo existe e está sendo divulgado – uma reavaliação porca, de extrema-direita sobre o maior escritor brasileiro: 
“Pois então, chegamos ao que considero o ápice da obra machadiana e que não fora antes explorada nesse sentido de conteúdo das coisas narradas.
A partir de Dom Casmurro, romance central e divisor de águas de seu percurso literário, temos a certeza que se trata de um romance sobre o ódio que um pai sente, inexplicavelmente, pelo seu filho.
Lê-lo, para mim, é vomitivo, digno de embrulhar-me os intestinos.
Machado de Assis cria deliberadamente um romance de ódio cujo resultado final é a destruição completa da própria família....
De Dom Casmurro, o romance que narra a história de um homem que mata o próprio filho, nego-me a falar mais.
(Já) Brás Cubas passa a vida praticamente vagabundeando, trapaceando, dissimulando. Chama isso de nossa miséria. Não é uma miséria dele. Ele socializa seu maucaratismo de forma escancarada. E considera que seu único erro não fora ter usado a paternidade para passar adiante, para qualquer criatura, a sua cartilha de vícios. Poderia resumir essa frase assim: ‘fui um filho da puta, pena que não tive filhos para meter-lhes em encrencas que culpo você, leitor, pelas sucessivas ocorrências’.
Chamar Machado de Assis de autor patriótico é um escárnio”.
Amigos, chegamos a esse ponto. Os bárbaros não mais se escondem envergonhados. Não. Desfilam e gritam a sua estupidez e procuram matar pela infâmia até um escritor  que nos eleva para a civilização no planeta. 
Mesmo que a lei 7180/2014 ainda não esteja em vigor da sua decrepitude, professores já têm sofrido pressões. No mês passado, um mestre de história em Natal foi ameaçado de morte depois que o pai de um aluno entendeu como ataque político da esquerda uma explicação dele sobre a Lei Rouanet. Uma escola tradicional do Rio proibiu um livro que foi considerado comunista por pais de alunos (a obra “Meninos sem pátria” retrata vida de família exilada na ditadura). Professores começam a ser demitidos já.
Muitos pais da chamada classe média procuram a direção de escolas para que se demitam educadores porque a culpa dos questionamentos dos filhos é dos professores comunistas, petistas e guerrilheiros, que estariam doutrinando os adolescentes. Está visto que o câncer anunciado para os colégios se propaga em metástase para as universidades.
Panfletos distribuídos na Universidade Federal de Pernambuco vieram com ameaças a professores e alunos nesta semana. Na noite da terça-feira (6), nas redes sociais as postagens passaram a circular e chamaram a atenção, sobretudo, do eixo acadêmico e estudantil. A lista é intitulada de “Doutrinadores e alunos que serão banidos do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH) em 2019”. No fechamento, também é feita alusão ao presidente eleito Jair Bolsonaro: “o mito vem aí”.
Este, por enquanto, é o quadro da educação no Brasil. Escola Sem Partido? Pelo contrário, tem muito partido nela, a favor da direita, das trevas. Mas escritores, artistas, intelectuais, cientistas, educadores, alunos resistiremos. Parafraseando Machado de Assis: cada qual sabe lutar a seu modo; o modo, pouco importa; o essencial é que saiba lutar.
PROCURADORES COM PARTIDO TAMBÉM QUEREM CALAR PROFESSORES
Mais de 100 promotores e procuradores lançam manifesto contra ‘professores militantes e ativistas’

Mais de 100 promotores e procuradores de Justiça lançaram nesta sexta, 9, um manifesto em que repudiam ‘professores ativistas’. O documento é uma Nota Técnica, intitulada ‘Escola Sem Partido’.
Os subscritores afirmam. “Os estudantes são lesados quando professores militantes e ativistas se aproveitam de sua audiência cativa para tentar transformá-los em réplicas ideológicas de si mesmos; quando são cooptados e usados como massa de manobra a serviço dos interesses de sindicatos, movimentos e partidos; quando são ridicularizados, estigmatizados e perseguidos por possuírem ou expressarem crenças ou convicções religiosas, morais, políticas e partidárias diferentes das dos professores; quando estes lhes sonegam ou distorcem informações importantes para sua formação intelectual e para o conhecimento da verdade; quando o tempo precioso do aprendizado é desperdiçado com a pregação ideológica e a propaganda político-partidária mais ou menos disfarçada.”
Os promotores e os procuradores – por enquanto, 116 membros do Ministério Público endossam o manifesto – destacam que estão ’em defesa do Estado Democrático de Direito’.
(...) Eles revelam inquietação com o que definem de ‘a doutrinação nas escolas’. “As famílias são lesadas quando a autoridade moral dos pais é solapada por professores que se julgam no direito de dizer aos filhos dos outros o que é certo e o que é errado em matéria de moral. Instigados por esses professores, muitos jovens passam a questionar e rejeitar o direcionamento estabelecido por seus pais no campo da religião, da moral e dos costumes, ensejando o surgimento de graves conflitos no seio das famílias”, sustentam os promotores e procuradores. (...)

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