terça-feira, 30 de outubro de 2018

O MORO ENTREGAVA E O PIG COMPRAVA TUDO! Assessora de Sérgio Moro por seis anos fala sobre a Lava Jato


Intercept expõe as vísceras do conluio da Lava Jato com o Golpe
Do Intercept: Entrevista: ‘A imprensa comprava tudo.’ 
Assessora de Sérgio Moro por seis anos fala sobre a Lava Jato
Christianne Machiavelli costuma chamar cada repórter pelo nome, e não são poucos os que ela 
conheceu durante os seis anos em que trabalhou encastelada no vigiado e protegido prédio da Justiça 
Federal de Curitiba, de onde saem os despachos de busca, apreensão e prisão assinados pelo juiz 
Sérgio Moro.
Chris, como é conhecida, trabalhava sozinha no departamento de comunicação da Lava Jato até 
agosto, quando pediu demissão para abrir uma assessoria de imprensa voltada a clientes da área 
jurídica. Ela diz que identificou um filão de mercado no setor, e garante que não é beneficiada por ter 
trabalhado com Moro. “Ele é amado por uns e odiado por outros. Eu tenho que lidar com o ônus e o 
bônus disso.”
Ela não tinha ideia do volume de trabalho que teria pela frente quando passou no processo seletivo 
em 2012. Acostumada com a rotina tranquila de seu trabalho anterior, na comunicação da Igreja 
Metodista de Curitiba, ela passou a responder a dezenas de jornalistas todos os dias, das primeiras 
horas da manhã até a madrugada. Teve crises de estresse, começou a tomar remédios controlados, 
engordou 30 quilos.
O trabalho de Chris era a ponta de uma estratégia costurada acima dela. A imprensa foi responsável 
pelo sucesso da Lava Jato. E isso não foi por acaso: Moro se inspirou na operação Mãos Limpas – 
que prendeu centenas de pessoas e mudou o cenário político da Itália – ao definir que, sem a 
imprensa, a operação morreria nos primeiros meses, como tantas outras antes dela.
“Os responsáveis pela operação Mani Pulite [mãos limpas, em italiano] fizeram largo uso da 
imprensa. Com efeito: para o desgosto dos líderes do PSI [um dos partidos investigados, que acabou 
extinto], que, por certo, nunca pararam de manipular a imprensa, a investigação da ‘mani pulite’ 
vazava como uma peneira”, escreveu Moro em um artigo de 2004, dez anos antes de dar início a 
operação que o tornou conhecido nacionalmente. Ele fez um copia/cola das estratégias do procurador 
italiano Antonio Di Pietro.

“Tão logo alguém era preso, detalhes de sua confissão eram veiculados no L’Expresso, no La 
Republica e em outros jornais e revistas simpatizantes. Apesar de não existir nenhuma sugestão de 
que algum dos procuradores mais envolvidos com a investigação teria deliberadamente alimentado a 
imprensa com informações, os vazamentos serviram a um propósito útil. O constante fluxo de 
revelações manteve o interesse do público elevado e os líderes partidários na defensiva”, continuou o 
juiz, já dando pistas de como achava que uma operação desse tipo deveria ser tratada.
Desde o início, os órgãos da Lava Jato (Ministério Público Federal, Polícia Federal e Justiça Federal) 
mantiveram vivo o interesse da imprensa, alimentando os veículos sobre qualquer movimento da 
operação. O Brasil assistiu extasiado ao desenrolar de cada nova fase como se fosse uma novela. “E 
hoje, quem será preso? Quem será delatado?”.
Foi para entender os bastidores desse processo que conversei com Christianne Machiavelli, por 
telefone, no começo de setembro. Ela tinha esvaziado suas gavetas na Justiça Federal poucos dias 
antes, em 30 de agosto. Levou consigo banais livros, canecas, documentos e outros objetos pessoais. 
Em especial, três dicionários que ganhou de presente do pai, que carrega consigo em todos os 
empregos, seus amuletos.
Por quatro anos, ela foi o único preposto entre os jornalistas e Moro – a quem ela chama de SFM, 
sigla para Sérgio Fernando Moro. Se tornou amiga pessoal de alguns repórteres. Os mais próximos 
ainda a convidam para os churrascos de confraternização de fim de ano onde todos os setoristas da 
cobertura se encontram – vários veículos de imprensa mantêm equipes permanentes em Curitiba só 
para atender à Lava Jato.
O trabalho, diz ela, a fez repensar a forma como as pessoas investigadas pela Lava Jato foram 
tratadas pela operação e, em especial, pela imprensa. Para ela, houve exageros. “Era tanto escândalo, 
um atrás do outro, que as pessoas não pensavam direito. As coisas eram simplesmente publicadas”.
Leia a seguir os principais trechos da conversa, editada para ficar mais clara, e alguns parágrafos 
de contexto.
Você atuou no centro nervoso da Lava Jato desde o início, em 
2014. Como vê a evolução da operação nestes anos?
A gente não tinha noção do que ia ser. No começo, a operação era contra doleiros que operavam no 
câmbio negro, e então apareceu o [ex-diretor da Petrobras] Paulo Roberto Costa, por causa de um 
presente que recebeu. Só fui entender o que era a Lava Jato na 7ª fase, em novembro de 2014, depois 
da delação do Júlio [Camargo] e do Augusto [Ribeiro, executivos da Toyo Setal]. Nesse momento é 
que apareceu a grande história: que existia um clube das empreiteiras, com as regras do jogo. Foi a 
partir daí que a imprensa comprou a Lava Jato.
A Lava Jato manteve o interesse da mídia por anos. Era uma 
estratégia pensada?
Não acho que houve estratégia, pelo menos por parte da Justiça Federal. Mas a responsabilidade da 
imprensa é tão importante quanto a da Polícia Federal, do Ministério Público e da Justiça. Talvez 
tenha faltado crítica da imprensa. Era tudo divulgado do jeito como era citado pelos órgãos da 
operação. A imprensa comprava tudo. Não digo que o trabalho não foi correto, ela se serviu do que 
tinha de informação. Mas as críticas à operação só vieram de modo contundente nos últimos dois 
anos. Antes praticamente não existia. Algumas vezes, integrantes da PF e do MPF se sentiam até 
melindrados porque foram criticados pela imprensa.
Pode citar exemplos?
O Maurício Moscardi Grillo [delegado da Lava Jato em Curitiba] quando deu entrevista para a Veja 
dizendo que perderam o timing para prender o Lula foi muito criticado, e a polícia ficou melindrada. 
Mesma coisa quando o Carlos Fernando Santos Lima falou que o MPF lançou “um grande 171″ para 
conseguir delações. O powerpoint do Deltan Dallagnol sobre o Lula. Eles ficaram muito chateados 
quando a imprensa não concordou com eles. Todo mundo fica magoado, mas não se dá conta daquilo 
que fala. Não posso dizer que ele [Sérgio Moro] não ficasse melindrado, mas uma única vez 
respondemos a um veículo. Foi um caso do Rodrigo Tacla Duran, num domingo de manhã. Ele me 
chamou para a gente responder à notícia que dizia que Carlos Zucolotto, amigo, padrinho de 
casamento e ex-sócio da esposa de Moro, fazia negociações paralelas sobre acordos com a força-
tarefa da Lava Jato . Nesse caso ele se sentiu ofendido, mais pelo processo do que pessoalmente.
A primeira fase da Lava Jato foi no dia 17 de março. Na época, ainda não havia nada sobre Lula, 
Aécio, Renan, Jucá, Odebrecht, Camargo Corrêa ou qualquer outro político e empresa que seriam 
notícia nos anos seguintes.
A imprensa noticiou, sem destaque, que a Polícia Federal havia deflagrado uma operação contra 
lavagem de dinheiro, cujo montante chegava a R$ 10 bilhões. O doleiro paranaense Alberto Youssef 
foi preso.
Youssef foi um dos principais doleiros do Banestado, considerado o maior caso de corrupção na 
década de 90, e o primeiro a fechar uma delação premiada no país. O escândalo reuniu os principais 
nomes da Lava Jato: Sérgio Moro e o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima.
Os casos citados podem ter incomodado a cúpula dos agentes da Lava Jato, mas tiveram pouca 
repercussão na imprensa em geral. O papel de crítica ficou a restrito a blogs e veículos mais 
identificados à esquerda – muitas vezes distorcendo fatos e apelando para fake news.
Para você, por que a imprensa comprou a Lava Jato sem 
questionar?
Era tanto escândalo, um atrás do outro, que as pessoas não pensavam direito, as coisas eram 
simplesmente publicadas. O caso da cunhada do [ex-tesoureiro do PT, João] Vaccari foi bem
significativo. Os jornalistas foram na onda do MPF e da PF. Todo mundo divulgou a prisão, mas ela 
foi confundida com outra pessoa. Foi um erro da polícia. Quando perceberam o erro, Inês já era 
morta. O estrago já tinha sido feito. Acho que a gente vem de uma fase que remonta à ditadura, em 
que a imprensa foi violentamente cerceada. Na Lava Jato a imprensa tinha muita informação nas 
mãos, dos processos, e entendeu que era o momento de se impor.
Qual a responsabilidade da imprensa?
Vou dar um exemplo. O áudio do Lula e da Dilma é delicado, polêmico, mas e o editor do jornal, 
telejornal, também não teve responsabilidade quando divulgou? Saíram áudios que não tinham nada 
a ver com o processo, conversas de casal, entre pais e filhos, e que estavam na interceptação. A gente 
erra a mão em nome de um suposto bem maior.
Cada dia de operação da Lava Jato seguia os mesmos rituais.
O celular dos jornalistas começava a apitar antes das 7h da manhã com um texto da PF. Por volta das 
10h, os policiais faziam uma coletiva de imprensa junto com membros do MPF. Em seguida, o MPF 
divulgava o seu release, já com os dados da denúncia. Por fim, a Justiça Federal informava o número 
da ação judicial, junto com a chave para o acesso.
Com essa ferramenta, os jornalistas tinham acesso a tudo relacionado à operação: das investigações 
iniciais até os pedidos de prisão. Nos próximos dias, podiam acompanhar o andamento em tempo 
real.
Quem estava acostumado a cobrir operações deste tipo, como eu, sentiu que havia algo de diferente 
na Lava Jato.
Geralmente, operações de combate à corrupção — principalmente as que envolvem poderosos — 
costumam ser difíceis de acompanhar. É preciso ter boas fontes, gastar sola de sapato e batalhar para 
conseguir qualquer informação.
Na Lava Jato, tudo ficou muito fácil. Havia uma profusão de documentos disponíveis. Os agentes 
responsáveis eram acessíveis. Todo dia havia algo novo.
Em um país marcado pela falta de transparência, os gestos eram tidos como exemplares – e não estou 
dizendo que não sejam.
Mas o fato é que as facilidades fizeram com que a imprensa “comprasse” a Lava Jato quase que 
imediatamente. Denúncias do Ministério Público eram publicadas em reportagens quase na íntegra, 
assim como os inquéritos da PF e as decisões de Moro.
Foram poucos os jornalistas que se valeram daquele mundaréu de elementos para fazer o papel que 
cabe à imprensa: o de usar os dados para construir investigações mais aprofundadas.
Você já disse que a Lava Jato mudou a visão sobre o direito. 
Antes era legalista, que olha apenas o cumprimento da lei. 
Agora é garantista, em que a lei deve ser cumprida reservando 
direitos. Por quê?
Como jornalista, minha base era na cobertura policial. Os repórteres que acompanham a polícia 
querem a imagem do preso, a história dele. Quanto mais sensacionalista, mais cliques, mais as 
pessoas vão ler. Mas, depois da Lava Jato, eu entendi o quanto a privacidade e intimidade do 
criminoso são necessárias. Lembro quando o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral 
apareceu com algemas nos pés e nas mãos e a imprensa abusou da imagem. Eu passei a olhar pro réu 
de uma maneira mais humanitária. Também acho que a lei de execução penal tem que ser aplicada, 
deve ser a base para garantir o direito dele de ser humano. Eu acho que bandido bom é o bandido que 
pode ser recuperado, apesar de tudo. A lei deve ser aplicada sempre. A questão aí é o peso da mão, 
da caneta, da maneira que o réu é tratado, o preso é tratado.
Isso envolve o hábito de levar os presos da operação para 
Curitiba e o circo midiático que se forma em torno disso?
Durante o período ostensivo das fases da Lava Jato, todos ficaram presos em Curitiba, com raras 
exceções, como Sérgio Cabral. Se criou essa cultura de trazer todos os presos pra cá, porque o juiz 
entende que o caso se desenrolou em Curitiba. Mas, no momento de uma execução penal, é a lei que 
vale, e ela diz que o preso tem direito a cumprir pena perto de seu domicílio, para a família poder 
visitá-lo. O José Dirceu, por exemplo, por um bom tempo não recebeu visita da família. Ele estava 
com os bens bloqueados e família não tinha condições. Os empreiteiros, por outro lado, as famílias 
vinham sempre.
Em geral, os presos ficam detidos no local onde moram. A Lava Jato é um dos poucos casos em que 
o juiz demanda que eles sejam deslocados para o local de onde saem as decisões. Estar em Curitiba 
facilita a negociação de delação premiada e a ida a audiências presenciais. Mas, ainda assim, não 
seria necessário manter o preso na cidade o tempo todo.
Essa exigência de Moro criou uma espécie de “rota das imagens”. Os cinegrafistas e fotógrafos 
começam a registrar a prisão na cidade de origem, mostram o embarque no avião, a chegada em 
Curitiba, o exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal e, finalmente, as visitas dos parentes.
Essa marcação faz com que qualquer pessoa saiba, por exemplo, que Eduardo Cunha jantou arroz, 
feijão e frango em sua primeira noite na prisão. Em que situação isso seria relevante?
Você questionava Moro sobre decisões controversas, como a de levar os presos para Curitiba?
O trabalho da assessoria não era de questioná-lo sobre suas decisões, mas dar publicidade aos seus 
atos.
Você acha que a Lava Jato influenciou as eleições deste ano? 
Por exemplo, o Moro ter levantado o sigilo da delação do 
Palocci na semana passada.
Só posso dizer que essa eleição é a mais atípica que vivi desde que tirei meu título. Quanto a 
colaboração do Palocci, entendo que quase a totalidade do termo divulgado já era se conhecimento 
público. Ele apenas deu nome aos bois, fato que também já teria sido mencionado pelo Paulo
Roberto Costa e, se não me engano, por Youssef também. Portanto, não sei se influenciou. O que
influenciou no resultado dessas eleições foram as notícias falsas, o ódio, o medo.
Além do Palocci, Moro adiou depoimento do Lula por causa do 
período eleitoral e o MPF pediu mais uma condenação a ele, 
dias antes da eleição. Acha que tem algo a ver?
Sim. Pelo que me lembre, o adiamento do depoimento do Lula ocorreu há alguns meses e o 
magistrado justificou em despacho. Sobre o pedido do MPF, não vejo relação também, pois estava 
no prazo das alegações finais. Destaco que o prazo para as alegações finais foi determinado há pouco 
tempo, pois ficou parado por meses a fio devido a quantidade de perícias peticionadas pela defesa de 
Lula e o MPF ao juízo. Caso nada disso tivesse acontecido, o processo já poderia ter sido 
sentenciado  autos conclusos para um possível julgamento de apelação no 2° grau. Ou seja, a juntada 
das alegações finais por parte do MPF é apenas coincidência decorrente de uma tramitação 
processual lenta.
Mesmo estando dentro dos prazos, é inegável que esses fatos podem favorecer ou prejudicar 
candidatos. Não seria possível esperar passar o pleito para fazê-los? Isso não pode colocar em risco a 
legitimidade da Lava jato?
A celeridade processual é uma premissa do Judiciário e inclusive exigência do CNJ. Não é possível 
que o Judiciário pare em detrimento de um processo eleitoral. A celeridade processual é em prol do 
réu e não do magistrado. Pense: se o MPF tivesse se manifestado em favor do réu, então a celeridade 
processual seria boa? Mas como a manifestação é condenatória, a celeridade é ruim? Não há dois 
pesos e duas medidas. Há prazo que precisa ser cumprido.
O juiz e os procuradores sempre dizem que agem de modo isento. Mas é difícil negar que a Lava 
Jato foi, no mínimo, associada a um forte antipetismo.
Dias antes das eleições, Moro levantou o sigilo sobre a delação do ex-ministro de Lula, Antonio 
Palocci, e o MPF pediu a condenação do petista no caso do sítio de Atibaia. Na semana desses 
acontecimentos, o presidenciável Jair Bolsonaro cresceu nas pesquisas de opinião frente ao 
candidato do PT, Fernando Haddad. Bolsonaro passou de 28% de intenções de voto em 28 de 
setembro para 39% em 4 de outubro, de acordo com o Datafolha.
O mesmo Moro havia decidido, semanas antes, adiar um depoimento de Lula alegando que poderia 
influenciar o período eleitoral.
Há até pouco tempo, Moro era avesso à imprensa. Aos poucos, foi se soltando. Em entrevista ao 
Roda Viva em março, ele até defendeu o auxílio-moradia – que recebe, mesmo tendo apartamento de 
meio milhão de reais em Curitiba. O juiz tampouco se sente constrangido ao aparecer em fotos ao 
lado de Aécio Neves e João Doria, ambos do PSDB.
Moro tampouco negou que Alvaro Dias, que concorreu pela presidência pelo Podemos, usasse o seu 
nome durante a campanha. Paranaense e ex-tucano, Dias usou quase todo o tempo que teve em 
debates para enaltecer a Lava Jato. Ainda assim, foi massacrado nas urnas.
Até o “japonês da Federal”, Newton Ishii, que ficou famoso por escoltar os presos da operação, se 
filiou ao Patriota, um partido abertamente antipetista, quando se aposentou da PF. Ele é o presidente 
da legenda no Paraná, que em nível nacional lançou Cabo Daciolo à presidência.)
Qual o seu maior acerto e o maior erro nesse período?
Meu maior acerto foi sistematizar e compilar todas as informações da Lava Jato em uma planilha, 
que servia para a imprensa acompanhar. E cumprir os deadlines dos jornalistas. Para mim foi sofrido. 
Eu engordei 30 quilos. Tomava remédio controlado para depressão e ansiedade. Cheguei a picotar 
um chip de celular porque as pessoas me ligavam até meia noite todos os dias. Eu trabalhava fim de 
semana, feriado… Agora chego em casa e vou fazer comida, ver série.
E agora, o que vai fazer?
Vou abrir uma empresa de gestão de crise, estou vendo nome, contador. Lidar com crise foi algo que 
aprendi na prática.

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