segunda-feira, 1 de outubro de 2018

LULA: SÓ VOTO DO POVO SALVA BRASIL DO FASCISMO


‘Só o voto do povo pode salvar o Brasil’Por Luiz 
Inácio Lula da Silva, no Jornal do Brasil
O Brasil está muito perto de decidir, mais uma vez, pelo voto soberano do povo, entre dois projetos
de país: o que promove o desenvolvimento com inclusão social e aquele em que a visão de 
desenvolvimento econômico é sempre para tornar os ricos mais ricos e os pobres mais pobres. O 
primeiro projeto foi aprovado pela maioria nas quatro últimas eleições presidenciais. O segundo foi 
imposto por um golpe parlamentar e midiático travestido de impeachment.
Esta é a verdadeira disputa nas eleições de 7 de outubro. Foi por essa razão que meu nome cresceu 
nas pesquisas, pois o povo compreendeu que o modelo imposto pelo golpe está errado e precisa 
mudar. Cassaram minha candidatura, de forma arbitrária, para impedir a livre expressão popular.
Mas é também pela existência de dois projetos em disputa que a candidatura de Fernando Haddad 
vem crescendo, na medida em que vai sendo identificada com nossas ideias.
Com alguma perplexidade, mas sem grande surpresa, vejo lideranças políticas e analistas da 
imprensa dizerem que o Brasil estaria dividido entre dois polos ideológicos. E que o país deveria 
buscar uma opção “de centro”, como se a opção pelo PT fosse “extremista”. Além de falsa e, em 
certos casos, hipócrita, é uma leitura oportunista, que visa confundir o eleitor e falsear o que está 
realmente em jogo.
Desde a fundação, em 1980, o PT polarizou, sim: contra a fome, a miséria, a injustiça social, a 
desigualdade, o atraso, o desemprego, o latifúndio, o preconceito, a discriminação, a submissão do 
país às oligarquias, ao capital financeiro e aos interesses estrangeiros. Foi lutando nesse campo, ao 
lado do povo, da democracia e dos interesses nacionais, que nos credenciamos a governar o país pelo 
voto; jamais pelo golpe.
O povo brasileiro não tem nenhuma dúvida sobre de que lado o PT sempre esteve, seja na oposição 
ou seja nos anos em que governamos o país. A sociedade não tem nenhuma dúvida quanto ao 
compromisso do PT com a democracia. Nascemos lutando por ela, quando a ditadura impunha a 
tortura, o arrocho dos salários e a perseguição aos trabalhadores. Fomos às ruas pelas diretas e 
fizemos a Constituinte avançar. Governamos com diálogo e participação social, num ambiente de 
paz.
A força eleitoral do PT está lastreada nessa trajetória de compromisso com o povo, a democracia e o 
Brasil; nas transformações que realizamos para superar a fome e a miséria, para oferecer 
oportunidades a quem nunca as teve, para provar que é possível governar para todos e não apenas 
para uma parcela de privilegiados, promovendo a maior ascensão social de todos os tempos, o maior 
crescimento econômico em décadas e a soberania do país.
Foi o povo que nos trouxe até aqui, apesar de todas as perseguições, para que se possa reverter o 
golpe e retomar o caminho da esperança nestas eleições. Se fecharam as portas à minha candidatura, 
abrimos outra com Fernando Haddad. É o povo que põe em xeque o projeto ultraliberal, e isso não 
estava no cálculo dos golpistas.
São eles o outro polo nestas eleições, qualquer que seja o nome de seu candidato, inclusive aquele 
que não ousam dizer. Já atenderam pelo nome de Aécio Neves, esse mesmo que hoje querem 
esconder. Tentaram um animador de auditório, um justiceiro e um aventureiro; restou-lhes um 
candidato sem votos. O nome deles poderá vir a ser o da serpente fascista, chocada no ninho do ódio, 
da violência e da mentira.
Foram eles que criaram essa ameaça à democracia e à civilização. Assumam a responsabilidade pelo 
que fizeram contra o povo, contra os trabalhadores, a democracia e a soberania nacional. Mas não 
venham pregar uma alternativa eleitoral “ao centro”, como se não fossem os responsáveis, em 
conluio com a Rede Globo, pelo despertar da barbárie. Escrevo este artigo para o “Jornal do Brasil” 
porque é um veículo que vem praticando a democracia e a pluralidade.
Quem flerta com a barbárie cultiva o extremismo. Quem luta contra ela nada tem de extremista. Tem
compromisso com o povo, com o país e com a civilização. Na disputa entre civilização e barbárie, 
deve-se escolher um lado. Não dá pra ficar em cima do muro.
Em outubro teremos a oportunidade de resgatar a democracia outra vez, encerrando um dos períodos 
mais vergonhosos da história e dos mais sofridos para a nossa gente. Estou seguro de que estaremos 
juntos a todos os que lutaram pela conquista da democracia a duras penas e com grande sacrifício. E 
estaremos juntos às mulheres que não aceitam a submissão, aos negros, indígenas e a todos e todas 
que sofreram ao longo de séculos a discriminação e o preconceito.
Estaremos juntos, todos os que, independentemente de diferenças políticas e trajetórias distintas, têm 
sensibilidade social e convicções democráticas.
Será uma batalha difícil, como poucas. Mas estou certo de que a democracia será vitoriosa. De 
minha parte, estarei onde sempre estive: ao lado do povo, sem ilusões nem vacilações. Com amor 
pelo Brasil e compromisso com o povo, a paz, a democracia e a justiça social.

Ex-presidente da República e presidente de honra do Partido dos Trabalhadores

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