segunda-feira, 3 de setembro de 2018

MUSEU NACIONAL: GOLPE DESTRÓI A MEMÓRIA DO BRASIL

O "ajuste" é isso: incinera a História em beneficio da predação.
Os bombeiros controlaram por volta das 2h da madrugada desta segunda-feira (3) o incêndio de 
grande proporção que atingiu o Museu Nacional, na Quinta da Boa Vista, zona norte do Rio. As 
equipes permanecem no local fazendo o trabalho de rescaldo para debelar pequenos focos de fogo.
Cerca de 80 homens de 12 quartéis do Corpo de Bombeiros foram enviados ao local para combater o 
incêndio que começou por volta das 19h30 deste domingo (2). Parte do interior do edifício desabou.
O fogo começou depois que o local já havia encerrado a visitação —tanto do museu quanto do 
zoológico, que também fica na Quinta da Boa Vista. Não há informações sobre vítimas.
Segundo o comandante-geral dos bombeiros do Rio, Roberto Robadey, o combate ao fogo foi 
prejudicado por falta de água nos hidrantes próximos ao edifício. Os bombeiros tiveram que apelar a 
caminhões-pipa e até para a água do lago próximo.
(...) O reitor da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), Roberto Leher, criticou na 
madrugada desta terça a atuação dos bombeiros no combate ao incêndio que destruiu o Museu 
Nacional, gerido pela universidade. Ele admitiu, porém, que a falta de verbas inviabilizou obras de 
melhoria da infraestrutura do palacete onde funcionava o museu.
“É óbvio que a forma de combate não guardou proporção com o tamanho do incêndio. Percebemos 
claramente que faltou logística e capacidade de infraestrutura do Corpo de Bombeiros que desse 
conta de um acontecimento tão devastador com foi esse”, afirmou ele, em entrevista durante as 
operações de combate às chamas.
Inicialmente, foram enviadas equipes de quatro batalhões ao local, mas não havia água nos hidrantes 
próximos ao edifício. O combate às chamas foi feito com o apoio de caminhões-pipa e água de um 
lago dentro da Quinta da Boa Vista, parque na zona norte da cidade onde está o museu.
“A própria equipe da prefeitura universitária orientou os bombeiros onde buscar água. Tivemos 
certamente problemas de logística. Essa dificuldade logística não é do âmbito do Museu Nacional”, 
continuou Leher.
O palacete imperial não tinha sistema de prevenção de incêndio, que seria instalado com verba de 
contrato de R$ 21 milhões para a restauração assinado com o BNDES (Banco Nacional de 
Desenvolvimento Econômico e Social) em junho, quando o Museu Nacional comemorou 200 anos.
"Esta é uma edificação muito antiga, que foi concebida em um contexto em que não havia uso de 
energia, como usam as edificações acadêmicas. Nós temos laboratórios, áreas administrativas, 
informática, que têm grande uso de energia", disse Leher. A restauração, afirmou, previa a instalação 
de um sistema de prevenção de incêndio muito robusto".
Leher defendeu que a UFRJ não dispõe de recursos para custear as obras. "A UFRJ, como as demais 
universidades brasileiras, vive hoje em um contexto de muita restrição orçamentária. E é obvio que 
nesse contexto todas as áreas da universidade são afetadas", alegou.
O diretor do Museu Nacional, Alexander Kellner, cobrou responsabilidade do governo federal na 
alocação de recursos para o museu e pediu apoio para a reconstrução. Em maio, antes da 
comemoração do bicentenário, ele já alertava sobre as precárias condições do edifício.
Acervo Histórico
Mais antigo do país, o Museu Nacional é subordinado à UFRJ (Universidade Federal do Rio de 
Janeiro) e vem passando por dificuldades geradas pelo corte no orçamento para a sua manutenção.
Desde 2014, a instituição não vinha recebendo a verba de R$ 520 mil anuais que bancam sua 
manutenção e apresentava sinais visíveis de má conservação, como pareces descascadas e fios 
elétricos expostos.
A instituição está instalada em um palacete imperial e completou 200 anos em junho —foi fundada 
por dom João 6º em 1818.
Seu acervo, com mais de 20 milhões de itens, tem perfil acadêmico e científico, com coleções 
focadas em paleontologia, antropologia e etnologia biológica. Menos de 1%, porém, estava exposto. (...)
Em tempo, do Twitter do senador Renan Calheiros (MDB-AL): Continua a maldição do Michel 
Temer. O Brasil, sua história, sua memória, seu patrimônio... foi tudo virando pó. Ainda faltam 120 
dias para esse governo acabar. Deus nos ajude e proteja nosso país.

Em tempo2: O incêndio do Museu é a P-36 desse Governo Golpista - Rodrigo Vianna

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