Por Fábio de Oliveira Ribeiro
Em discurso proferido no Acre, Jair Bolsonaro prometeu fuzilar todos os petistas que existem no Estado. Ao que parece ele não mudou muito desde que, há algumas décadas, disse que seria necessário fuzilar 30 mil pessoas (inclusive FHC) para consertar o Brasil.
Esse é o homem que emergiu do golpe “com o STF com tudo”. Nenhuma novidade. Há mais de dois anos, aqui mesmo no GGN, disse que isso poderia ocorrer.
À medida que o ego de Bolsonaro se expande com absoluta liberdade, as chances de Lula disputar a eleição estão sendo reduzidas. O TSE acolheu a impugnação da candidatura dele pelo MPF. O argumento utilizado pelo Tribunal não se sustenta.
Em primeiro lugar é preciso dizer que não compete ao Judiciário brasileiro revogar uma decisão válida e eficaz da ONU que nosso país deve cumprir em razão de ter se submetido voluntariamente à jurisdição do órgão que a proferiu. Em segundo, tanto a Constituição Federal quanto diversos Acordos Internacionais firmados pelo Brasil prescrevem que todos são iguais perante a Lei. Portanto, o TSE não poderia ser mais rigoroso com Lula do que tem sido com outros candidatos em situação análoga.
A barbárie, portanto, não será fruto apenas da eleição de Jair Bolsonaro. De fato ela será o resultado prático do atavismo judicial. Afinal, o TSE facilitou a vitória do inimigo mortal da civilização e do humanitarismo ao fuzilar a candidatura Lula com argumentos ridículos. Tudo indica que o STF não corrigirá esse erro.
Tudo indica que a cúpula do Judiciário brasileiro está comprometendo com um genocídio exatamente como ocorreu no caso da Alemanha dos anos 1930.
“Between 1933 and 1945, German judges, both civilian and military, handed down an estimated 50,000 death sentences, most of which were carried out. ‘The dagger of the assassin was concealed beneath the robe of the jurist,’ said Telford Taylor, the US chief prosecutor at the Nuremberg Trials.”
Tradução:
"Entre 1933 e 1945, juízes alemães, civis e mlitares, proferiram mais ou menos 50 mil sentenças de morte; a maioria delas foi devidamente cumprida. 'A adaga do assassino foi escondida sob a toga do jurista', disse Telford Taylor, o procurador chefe durante os julgamentos de Nuremberg."
Mas para dar certo, o plano de Jair Bolsonaro e dos amigos dele terá que enfrentar uma questão fundamental: como garantir o silêncio ou o apoio da comunidade internacional a um genocídio de petistas, negros, índios e gays no Brasil? Esconder a matança pode não ser algo fácil de fazer, ainda mais quando a imprensa internacional já demonstra preocupação.
Uma coisa é certa. Bolsonaro pode até matar milhares de pessoas com ajuda dos empresários, juízes, procuradores, políticos, militares e policiais que apoiam sua candidatura. Mas em algum momento cada qual terá que responder por seus crimes dentro e/ou fora do país. Os juízes de Hitler não ficaram impunes e isso deveria servir de alerta para os iluministas que defecam e despacham no TSE e no STF.
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