
No Brasil pós-golpe, nunca houve tantas pessoas em condição que o IBGE qualifica de
"desalento": não trabalham e desistiram de procurar emprego. São 65,6 milhões de brasileiros
e brasileiras nesta situação, um número nunca visto; mas não é só isso: nada menos que 40%
dos trabalhadores do país (37 milhões) estão no mercado informal com empregos precários e,
ao contrário do anunciado pelo governo Temer na aprovação da reforma trabalhista, recebem
menos da metade dos trabalhadores com carteira assinada.
247 - No Brasil pós-golpe, nunca houve tantas pessoas em condição que o IBGE qualifica de
247 - No Brasil pós-golpe, nunca houve tantas pessoas em condição que o IBGE qualifica de
"desalento": não trabalham e desistiram de procurar emprego. São 65,6 milhões de brasileiros e
brasileiras nesta situação, um número nunca visto. Mas não é só isso: nada menos que 40% dos
trabalhadores do país (37 milhões) estão no mercado informal com empregos precários e, ao
contrário do anunciado pelo governo Temer na aprovação da reforma trabalhista, recebem menos da
metade dos trabalhadores com carteira assinada.
Os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada nesta terça
(31) pelo IBGE, mostram os efeitos perversos da reforma trabalhista de Temer são dramáticos: nada
mesmo que 40% dos trabalhadores do país (37 milhões) estão no mercado informal, em posições
como trabalho no setor privado sem carteira assinada, trabalhador doméstico sem carteira,
empregador sem CNPJ e trabalhador por conta própria sem CNPJ. Ao contrário do anunciado na
aprovação da reforma trabalhista, de que sem o peso dos encargos trabalhistas, os trabalhadores
teriam remuneração mais elevada, o informal ganha menos da metade do trabalhador com carteira
assinada. No setor privado, por exemplo, o trabalhador sem carteira recebeu no trimestre encerrado
em junho R$ 1.313, ou 62% dos R$ 2.099 daquele com carteira. No segmento doméstico, a diferença
é parecida, os R$ 730 recebidos por quem não é registrado (abaixo do salário mínimo, de R$ 954
mensais) equivale a 60% dos R$ 1.212 do formalizado.
Somente entre o primeiro e o segundo trimestre deste ano 774 mil trabalhadores ingressaram no
Somente entre o primeiro e o segundo trimestre deste ano 774 mil trabalhadores ingressaram no
número do "desalento", uma alta de 1,2% no período e de 1,9% na comparação anual. O contingente
de trabalhadores informais chegou a 37,1 milhões de pessoas de abril a junho e não para de
aumentar: o crescimento foi de 2,3% sobre o mesmo período do ano anterior.
Ainda segundo o IBGE, entre abril e junho deste ano o número de assalariados com carteira assinada
teve uma queda de 1,5%, chegando a 32,8 milhões de trabalhadores, menor contingente registrado
pela Pnad Contínua desde 2012. A pesquisa aponta, também, que a redução do mercado de trabalho
levou muitos brasileiros a trabalharem por conta própria, sem a devida formalização. Na comparação
anual, o número de ocupados nesta situação, com CNPJ próprio, subiu 7,5%, bem abaixo do
contingente que não possui cadastro, que alcança mais de 80% deste grupo.
Mais dados sobre a renda dos informais: entre os trabalhadores domésticos, 60% receberam R$ 730
Mais dados sobre a renda dos informais: entre os trabalhadores domésticos, 60% receberam R$ 730
(abaixo do salário mínimo de R$ 954), em média, contra R$ 1.212 dos que possuem carteira
assinada.
A distância é ainda maior para os que trabalham por conta própria. Os que não possuem CNPJ
receberam, em média R$ 1.264, o que corresponde a 41% dos R$ 3.060 auferidos pelos que possuem
CNPJ.
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