quarta-feira, 1 de agosto de 2018

O GOLPE EM NÚMEROS: 65 MILHÕES ESTÃO FORA DO MERCADO DE TRABALHO E 40% DOS EMPREGOS SÃO PRECÁRIOS


No Brasil pós-golpe, nunca houve tantas pessoas em condição que o IBGE qualifica de 
"desalento": não trabalham e desistiram de procurar emprego. São 65,6 milhões de brasileiros 
e brasileiras nesta situação, um número nunca visto; mas não é só isso: nada menos que 40% 
dos trabalhadores do país (37 milhões) estão no mercado informal com empregos precários e, 
ao contrário do anunciado pelo governo Temer na aprovação da reforma trabalhista, recebem 
menos da metade dos trabalhadores com carteira assinada.

247 - No Brasil pós-golpe, nunca houve tantas pessoas em condição que o IBGE qualifica de 
"desalento": não trabalham e desistiram de procurar emprego. São 65,6 milhões de brasileiros e 
brasileiras nesta situação, um número nunca visto. Mas não é só isso: nada menos que 40% dos 
trabalhadores do país (37 milhões) estão no mercado informal com empregos precários e, ao 
contrário do anunciado pelo governo Temer na aprovação da reforma trabalhista, recebem menos da 
metade dos trabalhadores com carteira assinada.
Os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada nesta terça 
(31) pelo IBGE, mostram os efeitos perversos da reforma trabalhista de Temer são dramáticos: nada 
mesmo que 40% dos trabalhadores do país (37 milhões) estão no mercado informal, em posições 
como trabalho no setor privado sem carteira assinada, trabalhador doméstico sem carteira, 
empregador sem CNPJ e trabalhador por conta própria sem CNPJ. Ao contrário do anunciado na 
aprovação da reforma trabalhista, de que sem o peso dos encargos trabalhistas, os trabalhadores 
teriam remuneração mais elevada, o informal ganha menos da metade do trabalhador com carteira 
assinada. No setor privado, por exemplo, o trabalhador sem carteira recebeu no trimestre encerrado 
em junho R$ 1.313, ou 62% dos R$ 2.099 daquele com carteira. No segmento doméstico, a diferença 
é parecida, os R$ 730 recebidos por quem não é registrado (abaixo do salário mínimo, de R$ 954 
mensais) equivale a 60% dos R$ 1.212 do formalizado.
Somente entre o primeiro e o segundo trimestre deste ano 774 mil trabalhadores ingressaram no 
número do "desalento", uma alta de 1,2% no período e de 1,9% na comparação anual. O contingente 
de trabalhadores informais chegou a 37,1 milhões de pessoas de abril a junho e não para de 
aumentar: o crescimento foi de 2,3% sobre o mesmo período do ano anterior.
Ainda segundo o IBGE, entre abril e junho deste ano o número de assalariados com carteira assinada 
teve uma queda de 1,5%, chegando a 32,8 milhões de trabalhadores, menor contingente registrado 
pela Pnad Contínua desde 2012. A pesquisa aponta, também, que a redução do mercado de trabalho 
levou muitos brasileiros a trabalharem por conta própria, sem a devida formalização. Na comparação 
anual, o número de ocupados nesta situação, com CNPJ próprio, subiu 7,5%, bem abaixo do 
contingente que não possui cadastro, que alcança mais de 80% deste grupo.
Mais dados sobre a renda dos informais: entre os trabalhadores domésticos, 60% receberam R$ 730 
(abaixo do salário mínimo de R$ 954), em média, contra R$ 1.212 dos que possuem carteira 
assinada. 
A distância é ainda maior para os que trabalham por conta própria. Os que não possuem CNPJ 
receberam, em média R$ 1.264, o que corresponde a 41% dos R$ 3.060 auferidos pelos que possuem 
CNPJ.

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